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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐑 𝐃𝐔𝐀𝐑𝐓𝐄
📍RIO DE JANEIRO, BRASIL
~ conversa franca

Eu não sei me cuidar e acho que essa é literalmente a primeira vez desde aquela noite que fico feliz em vê-lo.

—Posso entrar? — Pergunta da porta. Tem uma bandeja enorme nas mãos, a caixa de sucrilhos tá lá, junto com uma de leite e mais uma porrada de coisas.

—O quarto é seu, pode fazer o que quiser — Apertei os lábios assistindo ele revirar os olhos e entrar, fechando a porta com o pé.

—Não quis que você dormisse sem comer — Ele me olhou de lado e sentou na beirada da cama, pousando a bandeja em meio ao cobertor.

Queria perguntar porquê diabos ele se importa, mas vamos discutir de novo e tô cansada.

—Eu ia descer depois que você entrasse no quarto de novo — Contei, assistindo ele encher a tigela.

—Ia mesmo? — Perguntou — Não confio não.

—Ah, disso eu sei — Apertei os lábios de novo — Mas obrigada. Por pensar... Em mim? Ou na criança, sei lá.

—Nos dois talvez? — Ele morde o lábio inferior e ergue o olhar pra me encarar — É que... Tô vendo que você não tá bem e tô me sentindo culpado por isso.

—Não é culpa sua — Falei — Quer dizer, em partes. A gente tem culpa por ter descuidado, mas você não tem culpa nenhuma de eu estar me sentindo assim.

—Tem certeza? — Trinca o maxilar e me encara. Sério. — Não me esforcei nenhum pouco pra fazer você se sentir bem aqui.

—E você não tinha essa obrigação — Expliquei — É uma pessoa estranha, dizendo que tá esperando um filho seu, tendo que viver às suas custas. Você tá fazendo bem mais do que deveria, na verdade.

—Não, Pilar — Ele passou a mão no rosto. Acho que é a primeira vez que o escuto chamar meu nome — Não é assim que costumo tratar quem entra na minha casa. Me desculpa.

—Tudo bem — Murmurei, enchendo a boca de sucrilhos — Eu só precisava de um lugar pra dormir e você tem me dado bem mais que isso.

Silêncio.

Quer dizer... Dá pra ouvir enquanto eu mastigo o sucrilho e tenho certeza que consigo ouvir o coração dele também.

—Quer me falar sobre seus pais? — Ele pergunta depois de um tempo.

—Não sei — Fiz uma careta — Eles são... Hum... A família perfeita, sabe? Todo mundo casa, tem filhos, frequentam a igreja... Nenhuma das minhas irmãs foi o que eu fui. Todas cresceram no grupo de jovens, se guardaram e, você sabe, são direitinhas.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐁𝐄𝐁𝐄 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋 (𝐏𝐀𝐔𝐒𝐀)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora