Depois de Nós // Draco Malfoy

Capítulo 11.

Acho que todos os bruxos do bem estavam do meu lado, quando fui salva pelo gongo, ou melhor, pelo Theo.

-O que está querendo no meu quarto Malfoy?- ouvi a voz do mesmo do outro lado da porta.

-É o seu quarto?

-Responda, o que queria aqui?

-Tem sangue pelo chão, Blásio disse que estava sozinho.

- Pelo menos um pouco.

-Como?- disse confuso.

-Comprei um gato, talvez tenha se ferido.

''Porra, Theo, não tinha uma desculpa melhor?"- minha mente gritava.

Talvez, Draco tenha comprado a fala idiota e mentirosa que Theo havia jogado, porque ouvi os passos se distanciando, respirei fundo me acalmando e olhando a péssima situação do meu pé.

O caco de vidro foi difícil de ser puxado, mas com um pouco de cautela, consegui, depois fiz um curativo, com o que achei no banheiro.

-Que droga, como você foi se cortar desse jeito?- Blásio questionou ao meu ver descendo as escadas mancando.

-Pisei em um caco do seu vaso de cristal.

-Meu vaso?- sentou com a mão no peito- Aquele vaso era coleção rara.

-Desculpa, fiquei nervosa.

-Se você ficou assim, imagina eu.

Sentei na mesa e me servi com um whisky,  Blásio fez o mesmo, Theo só olhava para nós dois.

-O que você viu na estação?- questionou sem demora.

-Nada.- menti tomando mais um gole.

-Se cada vez que você mentisse caísse dinheiro na sua conta, você tava milionária! Anda S/N, desembucha.

-Um homem, ele estava como os Comensais de antigamente e tinha a mesma marca que Voldemort usava em seu exército.

Blásio cuspiu toda a bebida no chão e me olhou incrédulo, como se eu estivesse fantasiando o que havia contado.

-Isso é impossível!- simbilou.

-Não, não é- disse Theo, finalmente falando- A duas estamos atrás deles.

-Quem são "eles"?- perguntei.

-Se auto nomeiam como seguidores de Voldemort, dizem que querem continuar o legado.

-Que legado? Destruição? Como, esse bando de loucos ressurgiu?-Blásio levantou a voz.

-Uma professia, deixada a anos, escondida embaixo da antiga casa da família Riddle.

-Deixa de enrolação e fala logo.- Blásio disse impaciente.

-Na professia tinha uma escritura dizendo sobre o sucessor de Voldemort, que mesmo após a morte do bruxo, outro mais forte que ele, se levantaria e continuaria o que ele não conseguiria, que na época era matar Harry Potter e tomar Hogwarts e o mundo bruxo.

-Sucessor?- senti minha respiração acelerar aos poucos.- Você está dizendo que...

-"Uma criança nascida na época da dor, cujo a marca se nascença abaixo do pescoço em formato aspiral, se tornará digno da linhagem deixada pelo mal".- Theo completou.

-Logan.-pronunciei sentindo tudo ao meu redor girar.

Naquele momento, tudo fez sentido, os sonhos que Logan tinha, aquela marca de nascença estranha, aquele homem na estação de trem.

Eles estavam atrás do meu filho e agora ele estava sozinho em Hogwarts.

-Eu sabia que não deveria ter voltado, eu sabia, agora meu bebê está lá, desprotegido!

-Eles não sabem da existência do garoto, pensam que é você, por ser filha dele, por isso foram até a estação.

-Você tem ideia de quantos são?

-Da última vez, eram duas centenas.

-DUAS CENTENAS?!- Blásio gritou, pulando da cadeira.

-É uma média, Voldemort deixou muitos seguidores, muitos não desistiram da ideia dele.

-Puta merda, eu tenho que sair daqui.

-Não vai adiantar, vão segui-la por onde for, agora que sabem do seu retorno ao mundo bruxo, já tem o seu rastro.

-E agora?- falei sem saída, minhas esperanças tinham ido pro ralo.

-Podemos nos proteger por um tempo, fiz alguns encantamentos ao redor da casa, viajarei por mais alguns dias e em busca de mais informações, Logan está protegido.

-Obrigada Theo.- me aproximei, agradecendo.

-Não fiz por você.- disse saindo e esbarrando no meu ombro.

-Aí aí, que história triste que se repete né, ele chora por você e você sorrir sentada no Draco.- Blásio falou ao meu lado.

Dei uma cotovelada no mesmo que se contorceu de dor.

-Tenho que ir até o hospital para a entrevista.- avisei a Blásio.

-Vou com você, tenho umas questões para resolver e também nos protegemos.

Assenti e subi as escadas, indo até o meu quarto e me arrumando.

(...)

O hospital era referência em Londres, conseguia ser maior que o que eu havia trabalhado em NY, com alta arquitetura e tecnologia.

Nos dirigimos até a parte jurídica do hospital, onde o chefe do setor cirúrgico nos aguardava, em uma das enormes salas, um homem alto e mais velho, nos esperava.

-Pensei que não os veria mais hoje.- disse se levantando e nos cumprimentado.

-Ocorreram alguns compromissos, mas estamos aqui, essa é a minha amiga, quase irmã, S/N Evans.- disse Blásio.

-Uma bela mulher, uma honra conhece-lá.- falou pegando em minha mão.

Apenas sorri e me sentei.

-Conte-me mais sobre você.- disse tomando um gole do seu café.

Contei um pouco sobre mim e a minha formação na faculdade, um pouco das experiências que havia aprendido durante os anos que morei em NY.

-Vejo que é uma profissional muito capacitada, mesmo com pouca idade, aqui em Londres, temos um sistema diferente, por isso você vai passar por um período de teste.

Aceitei a proposta e eu começaria no outro dia, Blásio havia me avisado que precisaria resolver um assunto em particular com o doutor, então me dirigi até o elevador, apertei o botão e esperei as portas se abrirem,  estava vazio, entrei no compartimento e apertei até o andar do estacionamento.

-Segura!- pediu uma voz masculina e pôs a mão antes que elas se fechassem.

Novamente o destino parecia brincar comigo, ali estava ele, naquele hospital, naquele elevador.

-Ora, ora, se não é a fugitiva.- disse Draco com um sorriso ladino nos lábios.

-Não estou pra brincadeirinha, Malfoy, e aquilo foi um erro.

-Um erro que fez você gemer alto e gozar, com prazer, querida.

Senti meu rosto esquentar e me afastei o máximo que aquele cubículo permitia.

-Que demora.- murmurei apertando os botões rapidamente.

As luzes começaram a piscar e de repente o elevador parou.

-O que aconteceu?- questionei.

-Estamos sem energia, o elevador parou.- disse Draco suspirando.

Merda, mil vezes merda.

Feliz Ano Novo meus amores.
Que 2024 seja de realizações para todos vocês.
Beijinhos da autora.