Capítulo 16.

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Um filho.

Esse era o segredo que S/N escondia de mim á onze anos, eu havia perdido todo esse tempo o seu crescimento, suas fases, seus tombos, conquistas, a primeira risada, a primeira fala, tudo.

-Será que você já pode soltar minha gola? Tá me sufocando.- disse Blásio apontando para baixo.

-Você sabia... Esse tempo todo, escondeu isso de mim como se não fosse nada.

-Eu não tinha o direito de contar algo assim.

-Mas tinha de esconder? Que tipo de amigo você é?- franzi o cenho.

-Draco, entenda que não cabia a mim revelar algo tão sério.

-Mas cabia a você esconder "algo tão sério"? Para de inventar desculpas, porra!- bati ele mais uma vez contra o armário.

Blásio segurou as minhas mãos e tentou se soltar, segurei com mais força a sua camisa, o tecido parecia querer se romper sob as minhas mãos.

-Vai me bater? É isso mesmo que você quer fazer?- Blásio questionou sério.

Havia tanta raiva contida em meu interior, que precisei respirar alguns segundos, em seguida, soltei sua camisa e me afastei com a mão sobre a cabeça.

Minha mente estava bagunçada, parecia haver um bilhão de pensamentos sendo processados por segundos, peguei meu casaco que estava sobre a poltrona e vesti, indo até a saída.

-O que você vai fazer?- Blásio perguntou me seguindo.

-Nada que seja da sua conta, a confiança que eu tinha em você, se esvairou.- respondi dando as costas.

Desci as escadas de mármore branco e segui até o meu veículo, entrei no banco do motorista e acelerei, a única coisa que eu queria era chegar a Hogwarts o mais rápido possível.

Durante o percurso, todas os momentos e falas de S/N passavam e repassavam como um filme, eu estava me sentindo traído da pior forma que alguém poderia sentir.

(...)

A única coisa que eu precisava era vê-lo, não me importava com os funcionários tentando me avisar que estava tarde e eu não poderia invadir o colégio para ver um aluno.

-Terei que chamar Minerva.- disse um homem baixinho, que corria ao meu lado, tentando me acompanhar.

-Chame quem você quiser!- retruquei e segui até as masmorras.

Em seu uniforme, a identificação de que "casa" ele pertencia, era clara, pela cor da sua gravata e o brasão na capa, meus pensamentos torciam para que a senha continuasse a mesma.

Ao chegar na entrada, meu coração parecia querer saltar para fora do peito, toquei a madeira maciça, com detalhes robustos, me arremetendo a minha adolescência, onde tudo começou e terminou.

-Sangue puro.-sussurrei e incrivelmente a porta abriu, a surpresa e o humor de saber que a senha ainda era a mesma, fez com que eu balancasse a cabeça de um lado a outro.

Entrei na comunal, fechando em seguida, observei a a sala, tudo estava em silêncio, não havia alunos, se fosse no meu tempo...

Os móveis estavam diferentes, obviamente foram trocados após a guerra, mas a poltrona e o sofá estavam posicionados no mesmo lugar dos antigos.

As lembranças percorriam a minha mente a cada degrau em que eu subia até os dormitórios masculinos, haviam o total de 10 portas, respirei fundo fechei os olhos, minha mente mostrava o número seis.

Caminhei até a mesma e girei maçaneta lentamente, no quarto haviam três camas, ao lado da janela, dormia tranquilamente ele, aquele que foi escondido de mim a onze anos.

Me aproximei da sua cama e sentei na cama devagar, ele dormia tranquilamente, apesar dos cabelos pretos, seu rosto tinha traços meus, as lágrimas começaram a querer cair.

Respirei fundo mais uma vez, como havia feito durante todo aquele trajeto, era como pesadelo saber que ela havia escondido o meu filho de mim, o nosso filho.

Que ela poderia ter participado da guerra grávida, que talvez, se Blásio não tivesse ido atrás deles, ela nunca teria me contado da existência dele.

Perdido em pensamentos, não havia percebido que Logan havia despertado, ele se sentou rapidamente na cama e me encarou de forma assustada.

-Senhor Malfoy? O que houve? Por que está aqui no meu quarto, na minha cama e ainda por cima chorando?- disse sussurrando para que seus amigos não acordassem.

-Não me chama de senhor Logan, eu tenho duas perguntas pra te fazer, posso?

-Claro.- disse sentando.

-Qual o nome da sua mãe?

Logan franziu o cenho.

-S/N Evans.

Engoli seco e prosseguir.

-E o nome do seu pai?

-Eu não tenho pai, não sei quem ele é, ele sumiu, abandonou a mim e a mamãe.

-ELE NÃO SUMIU!- me descontrolei, falando alto e acordando os outros garotos que sentaram-se assustados.

-Do que você tá falando Senhor Malfoy?- disse logan levantando.

-O que está acontecendo Logan?- disse um dos garotos.

-Eu não sei.- negou Logan.

A porta foi aberta, revelando Minerva que estava acompanhada por Blásio e mais dois professores.

-Draco, se acalme e vamos até a minha sala.- disse a velha.

-Não me peça pra me acalmar, você não sabe de nada.- falei levantando.

-Acho que já sei o bastante, esta assustando os garotos, venha comigo até a minha sala e lá conversamos.

-Por favor Draco.- Blásio pediu olhando para Logan.

-Tio Blásio.- Logan disse querendo correr até ele, mas pus a mão em se ombro.

-Ele não é quem você pensa, ele mentiu pra você também.- falei e Logan fez uma careta.

-Mentiu? O que ele esta dizendo Blasio?- perguntou Logan.

-Vamos conversar sobre isso, mas não agora Logan, vem comigo.- insistiu Blasio.

Logan alternava o olhar entre mim e Blasio, Logan tirou minha mão do seu ombro e se virou para ir até o mesmo, pelo extinto de proteção que havia em mim, tentei segurá-lo  pela blusa do pijama, sem machucá-lo, mas a minha mão havia enganchado no colar, puxando ele, que se quebrou ao cair no chão.

No mesmo instante os cabelos antes negros de Logan, se tornaram platinados, mais do que os meus, os amigos de Logan, ficaram surpresos, assim como os demais restantes.

Logan fixou seu olhar ao meu e eu agachei a sua frente.

-Eu sou seu pai Logan.- revelei.


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Beijinhos da autora e perdão pelo sumiço.







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