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Vitória conheceu Nico na manhã do dia seguinte, enquanto ele deixava o castelo e ela tentava entrar de fininho com a boca toda borrada de batom e o cabelo embaraçado

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Vitória conheceu Nico na manhã do dia seguinte, enquanto ele deixava o castelo e ela tentava entrar de fininho com a boca toda borrada de batom e o cabelo embaraçado. Eles trombaram na porta e Vitória quase caiu no chão escorregadio antes de Nico a segurar pelo braço e a estabilizar.

- Meu Deus! Desculpa. - Ela afastou os cachos do rosto e olhou de Nico para Mari com as sobrancelhas franzidas. - Quem é esse?

- Vitória, esse é o Nico - Mari disse com um sorriso congelado, rezando para que a amiga não dissesse nada que a fizesse querer cortar os pulsos. - Ele dormiu aqui ontem à noite. Por causa da chuva.

- Por causa da chuva? - ela perguntou, um sorriso lento e maligno se espalhando pelo rosto. - Que coisa...

- Fico feliz que a gente tenha se conhecido. A Mari fala muito bem de você - Nico cumprimentou, a única pessoa civilizada em um raio de quilômetros. Ele estendeu a mão. - É um prazer.

- O prazer é todo meu. A Mari também fala muito de você para mim.

- Ah, fala?

- O tempo todo! É Nico para cá, Nico para lá! - Vitória soltou uma risada enquanto Mari fazia sinal de que a mataria se não fechasse o bico. - Eu estava ansiosa para ver se você era tão bonito e inteligente quanto ela diz.

- Você disse tudo isso, Mari? - ele perguntou, se virando para ela com um sorriso radiante de quem sabia que a estava deixando bastante desconfortável. E que adorava isso. - Que gentil da sua parte.

- Ah, a Mari é muito gentil. Se soubesse o modo como ela...

- Vitória, por que você não entra e vai se aquecer? - Mari interferiu, agarrando o braço da amiga e praticamente a jogando dentro do castelo. - Você pode dar uma passadinha no banheiro também e limpar todo esse batom do seu rosto e no pescoço. Ou isso aí perto da sua clavícula é um chupão?

Vitória levou as mãos à base do pescoço de uma vez, tocando o local com cuidado. Ela mostrou o dedo do meio para Mari e se despediu de Nico, marchando para dentro de uma vez.

- Eu vou te acompanhar até perto da sua casa - Mari disse, por mais que agora quisesse se esconder também. - O terreno está muito lamacento.

Ela andou ao lado de Nico e Bidu, o rosto quente de vergonha e a mente ocupada com os acontecimentos da noite anterior.

Tudo aquilo tinha mesmo acontecido? Ela havia dormido com Nico a apenas alguns cômodos de distância após quase ser beijada por ele?

- Eu fico feliz que você me tenha em tão alta estima, sabe? - ele provocou depois de alguns momentos de silêncio, porque era óbvio que não deixaria aquilo passar.

- Ah, Deus, você vai me encher o saco para sempre por causa disso...

- Por favor, não mata a pobre da Vitória.

Um castelo de presenteWhere stories live. Discover now