cinco

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Mari ainda estava na dúvida se o acertava na cabeça ou não

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Mari ainda estava na dúvida se o acertava na cabeça ou não.

Primeiro por não ir com a cara dele, segundo porque já desconfiava que o seu vizinho na verdade podia ser algum psicopata que não gostava de bolo de chocolate, se recusava a sair à luz do dia e matava animaizinhos por diversão.

Mas então Mari avistou o cachorro enorme ao lado dele, o pelo marrom escuro quase preto pela falta de luz. Ele ficou ao lado do dono com os pelos eriçados, os olhos brilhantes fixos nela.

Talvez nocautear o homem que mantinha a fera sob controle não era lá uma boa ideia.

— Tá tudo bem, Bidu — o rapaz sussurrou para o cachorro, se curvando para fazer carinho atrás das suas orelhas.

— Bidu? — Mariella disse com as sobrancelhas franzidas. De todas as bizarrices daquele momento, foi aquela que mais chamou a sua atenção. — O nome do seu cachorro é Bidu?

O rapaz se endireitou. Mari não conseguia dizer muito sobre como ele se parecia naquela escuridão. Só percebeu que ele era jovem, talvez pouco mais velho que ela ou até da mesma idade, tinha pele clara, cabelo encaracolado e por algum motivo que ela não conseguia entender estava usando óculos de sol no meio da noite.

— Sim — ele respondeu. — É o nome de um cachorro famoso de uma revista em quadrinhos que eu lia quando era criança.

— Por acaso o nome dessa revista é Turma da Mônica?

Mari viu o brilho dos seus dentes brancos quando ele sorriu.

— Você conhece?

— Você é brasileiro?! — ela devolveu a pergunta, dessa vez em português.

Sua cabeça estava dando um nó. Será que ela ainda estava sonhando? Com certeza perambular no meio da noite, ser pega por uma tempestade, se refugiar em um moinho abandonado no meio da Itália e se encontrar com seu vizinho misterioso que de repente se revela brasileiro não devia ser uma realidade possível.

— Metade — ele respondeu na língua materna dela. — A minha mãe era brasileira.

Ele tinha um pouco de sotaque, dava para notar no modo como pronunciava as vogais de maneira mais fechada e as consoantes suaves. Ele não devia falar português com frequência.

— A minha também era — Mari respondeu. Ela relaxou os braços, só então percebendo que ainda segurava o pedaço de madeira. Ela deu de ombros e o jogou no chão, produzindo um baque abafado.

— O que foi isso? — o rapaz perguntou, parecendo alerta de repente.

— Eu só derrubei o pedaço de madeira que ia usar para te acertar.

— Desistiu de cometer um assassinato?

— Você ainda é um homem com quem eu tô presa no meio de uma tempestade. Vou manter minha única forma de defesa por perto.

Um castelo de presenteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt