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Mariella estava com o computador apoiado no colo, escrevendo seu livro diretamente das catacumbas do seu castelo italiano

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Mariella estava com o computador apoiado no colo, escrevendo seu livro diretamente das catacumbas do seu castelo italiano.

, o lugar não era uma catacumba de verdade, só se parecia bastante com uma, com seus túneis em formato de arco e as paredes de pedra. Os subsolos do castelo antigamente serviam como depósito, mas agora estavam vazios, com exceção de algumas aranhas e a presença de Mari bem ali no meio.

Mas nem ali, nas entranhas do castelo, ela conseguiu algum silêncio. As reformas no andar de cima eram tão barulhentas que nem um fone de ouvido com música lofi estalando era capaz de abafar o som. Mari podia estar na torre mais alta ou no subsolo, não adiantava. Ela não conseguia escrever nem mais uma frase completa.

Ela conferiu o horário no canto inferior direito da tela e se sobressaltou ao perceber que estava quase na hora de se encontrar com Nico. Mari salvou as últimas atualizações do manuscrito e fechou o computador. Ela precisava tomar um banho. E talvez passar seu perfume preferido. Aquele caro, que só espirrava atrás das orelhas e no pescoço em ocasiões especiais.

Não que tivesse algo de muito especial no passeio daquela tarde. Era só uma voltinha inofensiva pelos campos italianos com seu vizinho. Não havia nada de extraordinário em...

- Mari!

Ela se encolheu quando seu nome ecoou pelo túnel. Se houvesse pombos por ali, eles com certeza teriam saído voando assustados.

Vitória apareceu na outra ponta do corredor com a lanterna do celular ligada.

- Meu Deus, você ainda tá aqui embaixo?! - A amiga perguntou, embora a resposta fosse bastante óbvia. - Achou algum rato?

- Não tem ratos. O Sr. Cipolla disse que houve uma dedetização há pouco tempo. Pelo jeito meu querido vovô não se importava se o teto do castelo caísse na cabeça dele, mas insetos correndo pelo subsolo? Nem pensar!

Mari se levantou e espanou a poeira da calça.

- Mas pelo menos o barulho aqui não tá tão alto. Consegui terminar uma cena importante.

- Ótimo, porque tá na hora do café. Anda, eu levei algumas daquelas mesinhas circulares de uma das salas do castelo lá pra fora para os caras da reforma comerem também.

- Por que você não me chamou para ajudar? Não precisava fazer isso sozinha!

- Não deu trabalho nenhum. Além do mais, eu estou treinando as minhas habilidades de pôr a mesa.

Mari franziu as sobrancelhas.

- Por que, pelo amor de Deus?

- A Giana me ligou ontem à noite. Estão com uma vaga aberta para atendente no bar. Ela me chamou e eu aceitei.

Mari parou em um dos degraus da escada que levava à superfície.

- Sério?

- Sim. - Vitória sorriu animada. - Eu tenho um emprego!

Um castelo de presenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora