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A visita ao vizinho que Mari planejava para o dia seguinte à sua chegada só foi acontecer quase uma semana depois

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A visita ao vizinho que Mari planejava para o dia seguinte à sua chegada só foi acontecer quase uma semana depois.

Ela logo descobriu que cuidar de um castelo dá trabalho, mas que cuidar de uma criança que está super empolgada por morar em um castelo dá mais trabalho ainda.

Quando não estava na escola, Alonso parecia decidido a explorar cada canto da propriedade sozinho. Até o momento, ele quase tinha quebrado o pescoço ao escorregar de escadarias três vezes, se perdido nos subsolos que antigamente serviam como depósito de vinhos e alimentos duas e arriscado fraturar algum membro ao se empoleirar em esculturas de pedra cinco. E contando.

Mariella passava parte dos dias tentando transformar o castelo em uma casa limpa e decente e a outra metade correndo para cima e para baixo atrás do seu irmão como se estivesse em um desenho animado, tentando impedir que ele se matasse e ela ficasse de vez sozinha no mundo. Isso sem contar toda a burocracia envolvendo as reformas que - ela esperava - logo começariam, além das mil e outras coisas que precisava se preocupar para tornar a vida deles ali segura e minimamente confortável.

- Assim que as reformas acabarem, quero abrir parte do castelo ao público. Transformar em museu - ela disse em uma tarde enquanto preparava um bolo com Vitória na cozinha. Alonso, graças ao Senhor Jesus, estava na escola. - O Sr. Cipolla disse que é isso que a maioria dos herdeiros de propriedades históricas privadas acabam fazendo. Transformam os lugares em museus, pousadas, esse tipo de coisa. E também alugam as áreas externas para cerimônias de casamento e sessões de fotos.

- Legal! E deve dar uma grana boa.

- Mais ou menos. Eu teria que aprender a administrar o dinheiro, porque precisaria contratar funcionários, investir em infraestrutura, redes sociais e todo esse tipo de coisa. Não sei se levo jeito para isso.

Vitória sorriu e esfregou a bochecha, deixando uma mancha de farinha para trás.

- De escritora à empresária. Gostei.

- Talvez eu possa ser os dois.

Vitória passou um braço ao redor dos ombros da amiga.

- Você pode ser o que quiser.

Mari deu um beijo na bochecha dela.

- Eu te amo, sabia?

- Tô careca de saber.

Elas riram e Vitória foi tirar o primeiro bolo do forno. Tinham feito dois, um para que os três comessem mais tarde na sobremesa e outro para Mari levar até o seu vizinho misterioso.

- Tem certeza que é uma boa ideia bater na porta daquele mausoléu? - Vitória perguntou enquanto desenformava o bolo com cuidado.

- Se ele não quer ser educado, eu vou ser. - Mari cruzou os braços e se recostou na bancada de granito. - Ele já deve saber que o castelo tá ocupado. Não é possível que não tenha ouvido falar na cidade ou pelo menos visto às luzes à noite!

Um castelo de presenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora