O Vilão

Capítulo 72

- Ness...- Cassian fala, tentando fazê-la entender.

- Nossa filha parece um cadáver - sua voz embarga e ele passa os braços ao redor dela, fechando os olhos ao pensar na filha.

- Amélia não está diferente - ele diz baixinho.

- Ela atacou Rhysand para descobrir onde Aleksander estava, óbvio que ela não está bem - Nestha murmura, lágrimas manchando seu rosto - estão quebradas.

- Amélia também não come há dias, ela nem mesmo fala mais com Rhys ou Feyre, o que faremos? - questiona.

Nestha o encara.
- Cometemos um erro, Cassian e precisamos consertar antes que seja tarde - ela diz.

Ele a encara, assentindo, sabendo que ela estava certa.

Todos tinham cometido um erro ao concordar com o plano para deter Aleksander.

                          {...}

Amélia usava uma camisola roxa, estava em sua cama, sentada e abraçando os próprios joelhos enquanto encarava a cama fixamente.

Cinco dias.

Passaram cinco dias desde que ela viu Aleksander pela última vez.

Cinco dias em que ele passou sofrendo, sentindo dor e fragilizado.

E ela sequer conseguia ajudar ele, isso a corroía por dentro.

Se sentia cansada a todo instante por não conseguir dormir direito a noite.

Sempre que tentava, a imagem dele preso àquela parede, com as asas pregadas na parede, vinham em sua mente.

Ela tinha acabado de acordar de um pesadelo, embora sua mente esteja em completo silêncio, Amélia sentia a ansiedade crescer dentro dela há cada dia que de passava.

Não viu sua prima mais, não viu seus tios ou qualquer pessoa além de Rhys e Feyre.

Nuala e Cerridwen vinham ao seu quarto, mas Amélia não reagia nem mesmo a elas, passou tanto tempo sem vê-las que sequer se lembrava de distinguir as fêmeas.

Ela não se importava mais de qualquer maneira.

Um suspiro saiu dos seus lábios e ela saiu lentamente da cama, sentindo sua visão turva quando se levantou.

Resultado de dias sem comer.

Sempre que tentava, ela se lembrava de Aleksander preso, de Kieran morto.

Seu estômago embrulhava na hora e se não corresse para o banheiro vomitaria em si mesma.

Seus pais tentaram diversas vezes falar com ela, mas Amélia sequer tinha forças para gritar com eles, ela não tinha mais desejo de falar nada.

Não depois de tudo o que tentou dizer e eles ignoraram.

A fêmea parou em frente ao espelho e observou seu reflexo.

Estava horrível.

Além de olheiras em baixo dos olhos, Amélia também tinha uma expressão cansada, resultado de noites mal dormidas, seus cabelos estavam bagunçados.

A fêmea os prendeu em um coque frouxo e fez menção de ir ao banheiro para se banhar, quando a porta se abriu.

Nestha a encarou quando fechou a porta atrás de si e não disse nada antes de passar os braços ao redor de Amélia, que fechou os olhos com o contato, se sentindo melhor pela primeira vez em muitos dias.

Nestha ia ajuda-la, Amélia sabia que sim.

Mas por alguma razão a enganaram, talvez também não confiassem nela.