Capítulo 45

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Cassandra não aguentava mais ficar naquele quarto.

Ela tinha tentado de tudo para ocupar sua mente.

Mas não conseguia.

Sua mente não ficava quieta, ela sentia a ansiedade querendo dominar seu corpo.

Ela precisava treinar.

A fêmea saiu do quarto após vestir uma roupa de treino.

Kieran não estava em lugar algum, Cassandra suspirou aliviada.

Ele não gostava dela, definitivamente.

E ela não queria ter que sentir seu olhar de morte, não enquanto treina.

Aparentemente a mãe quer castiga-la, porque ela o encontra exatamente na sala de treino.

Ela vira as costas assim que o vê, decidida a sair daquele lugar, mas a voz dele soa alta na sala vazia, fazendo-a paralisar.

- Não tem que fugir - ela franziu o cenho ao notar o sarcasmo na voz dele.

- Não estou fugindo - diz, não escondendo o desagrado.

A cada vez que olhava pra ele, ela lembrava da noite passada, quando ficaram perto demais.

Ela agradeceu a mãe por não corar com facilidade, aquele momento foi tenso.

- Sei, claro que não - o sarcasmo em sua voz foi nítido e ele continuou afiando as adagas em frente a uma mesa, o olhar fixo na fêmea.

- Nossas personalidades trocaram? Porque está sendo tão irritante? - questiona.

- Então admite que é irritante? - ele questiona.

- Antes isso do que ser um velhote chato - seu sorrisinho parece irritar ele.

- Não sou velho - diz com o cenho franzido em irritação.

- E eu sou humana - provoca.

Chega de tentar ignorar ele.

É mais divertido irritar o macho, é a diversão de Cassandra ultimamente.

Kieran grunhe irritado assim que ela cruza as mãos nas costas e se aproxima com um sorriso irritante.

- Kieran - ela chama.

- Quer saber, pode sair - ele dispensa, olhando-a com raiva.

- Quero lutar com você - ela diz com um sorriso maior que a cara.

- Não - responde, encarando a adaga que afia.

- Olha, eu sei que tem medo de perder...- ela é interrompida por ele.

- Não tenho medo - ele rosnou baixinho.

- É normal - ela continua provocando-o.

Kieran solta a adaga, respirando fundo.

- Você não tem nada melhor pra fazer? Além de me importunar? - ele questiona, se aproximando e encarando-a com raiva.

- O que eu devo fazer? A única pessoa que tenho para falar está fora, só sobra você querido - ela diz.

- Irritante - ele diz, como se falasse consigo mesmo.

- Vamos lá, não tenha medo de perder - ela diz.

- Eu nunca perderia pra você - responde.

Ele sabe que aquilo irrita Cassandra, por isso ele falou, sabia que aquilo a provocaria.

E por alguma razão, provocar a fêmea o deixava satisfeito.

- Por quê? - a expressão dela se torna séria - Por quê sou fêmea?

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