Capítulo 15

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Amélia on:

Eu estava em um quarto.

Sabia disso, mas não sabia exatamente onde eu estava.

Eu nem sabia se de fato estava aqui.

A essa altura, os sonhos se tornavam tão reais, que eu tinha certa dificuldade de acreditar no que via.

Aleksander me curou?

Provavelmente.

Já que mesmo com todo o cansaço e o esgotamento eu não sentia mais dor alguma.

Olho ao redor.

O quarto era sombrio, em tons escuros de vermelho e preto.

Uma cama grande de dossel com lençóis cinza e preto ocupava uma extremidade, com um criado mudo ao lado, uma esfera de luz feérica repousando em cima.

Um guarda-roupa grande ocupava outra parte do quarto, a madeira escura.

Uma porta levava ao banheiro e outra provavelmente levava á saída.

Uma abertura revelava a sacada, sem qualquer porta, apenas cortinas de seda esvoaçantes.

Um lustre pendia do teto, grande e...exagerado ao meu ver.

Minha cabeça girou quando a porta se abriu.

Arregalei os olhos ao ver quem tinha entrado no quarto.

Os cabelos ruivos e grandes, a pele levemente bronzeada e os olhos escuros não enganavam, se não fosse isso, eu reconheceria a coroa que repousava em cima de sua cabeça.

Eu já tinha visto Amarantha por uma visão que minha mãe me mostrou.

A crueldade em seu olhar não enganava.

Tropecei para trás quando ela passou ao meu lado, mas ela sequer me olhou, parecia não me ver.

- Estou aqui, pode sair - Ela diz sorrindo maliciosa.

Vestia um robe de seda vermelho, mas, pela abertura do decote, eu sabia que provavelmente não vestia nada além de uma lingerie por baixo.

Ouço uma risadinha masculina e travo, arregalando os olhos.

Eu sabia de quem era essa risada.

Minhas suspeitas se confirmam quando ele sai das sombras do quarto.

- Encontrou o que eu pedi? - ele pergunta.

Amarantha ergue a mão e um livro aparece em cima de sua palma.

Parecia antigo e empoleirado.

- Para quê você quer esse livro? - Ela pergunta.

O macho se aproxima, o olhar cruel e malicioso.

- Não é para mim, é para você, você usará para rastrear os tesouros - ele diz.

Vejo a fêmea franzir o cenho.
- E como vou ler isso? Não entendo essa língua.

Aleksander estava perto o suficiente para tocar a fêmea, ele ergueu a mão, segurando uma mecha do cabelo de Amarantha, brincando com ela entre os dedos.

- Tenho certeza que você encontrará um jeito, não é? - ele murmura.

Amarantha sorri maliciosa e toca o abdômen dele, que vestia uma camisa social preta.

Sinto meu estômago embrulhar com a visão.

Eu não estava sonhando, estava em uma lembrança.

- Quando vai me dar o que prometeu? - pergunta, a voz sensual.

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