Capítulo 41

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Amélia on:

As lágrimas desciam por meu rosto sem controle, conforme observei Aleksander sumir em meio às sombras.

Horus me olhava com o cenho franzido, como se estivesse dividido entre me prender aqui ou me deixar ir até Aleksander.

- Horus...me deixe sair - avisei, a voz embargada.

- Sinto muito...senhora - ele diz, parecendo realmente sentir.

- Aleksander está ferido, eu não vou deixar que ele me afaste, me deixe sair - digo, o choro misturado com a raiva que sinto.

- Eu não posso...- ele disse baixinho, mas se afastou assim que me aproximei da parede de sombras.

- Você não pode?...- digo, indignada.

Me assusto quando ouço um grito.

Meus olhos se arregalam.

Foi um grito de pura dor.

Um grito de Aleksander.

Avanço na barreira, ficando perto o suficiente para toca-la, meus olhos raivosos.

- Me deixe sair! - grito, sentindo o desespero crescer dentro de mim.

Horus negou com a cabeça.

Bufei, lhe dando as costas, passando as mãos no rosto tentando conter minha raiva.

Mas eu não conseguia.

- Acha que vai me prender sempre que ele mandar? - falo, minha voz alta.

- Não estou prendendo a senhora - ele diz.

- E está fazendo o que então? - questiono, com raiva.

- Estou protegendo, o mestre não quer que a senhora veja as...cicatrizes - ele diz.

Ouço outro grito, mas esse é entrecortado.

- Mas eu quero ver, eu preciso ver - insisto.

- Em outra ocasião, eu não obedeceria, mas nisso...- interrompo ele.

- Ele é meu parceiro - digo de uma vez.

A criatura se afasta, surpresa pela informação.

Continuo.
- Ele é meu parceiro, mas não sabe disso, eu não quero ver ele por ser meu parceiro, eu nem sei o motivo, mas você vai me deixar sair daqui, por bem ou por mal - Aviso.

Eu falava sério.

Faria o que fosse preciso para ver Aleksander.

Horus fica em silêncio por mais tempo do que eu gostaria.

Começo a ficar ansiosa, achando que ele não vai concordar em me deixar sair.

Mas então a criatura assente e lentamente e barreira de sombras começa a ceder, como se ele estivesse hesitante.

Assim que a barreira some eu me aproximo.
- Obrigada, Horus - falo, então corro até a porta.

Cassandra e Kieran não estavam no corredor e antes que qualquer um deles aparecesse eu entrei no quarto.

Estava escuro, mas não demais.

Eu conseguia ver a cama grande, onde alguém dormia.

Aleksander estava de bruços, os braços esticados para o lado e o rosto virado para o lado esquerdo.

Me aproximei lentamente,  as suas costas...estavam sem qualquer cicatriz, eu sabia que era magia.

Eu não sei se ele fez isso por minha causa...

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