Capítulo 27: Desejo do Inconsciente

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— Namoro?

— A ressaca te pegou de jeito, hein. — Ela sorri e entra, empurrando a porta atrás de si. — Esse foi o melhor ano das nossas vidas! Tem noção de que está dando tudo certo?

Tinha alguma coisa que eu não conseguia lembrar de jeito nenhum, e algo dentro de mim gritava que era importante. Todos ao meu redor pareciam... vazios. As coisas não são como deveriam ser, e por algum motivo meu corpo reagia negativamente a tudo isso.

— Tem algo errado acontecendo. — Me afasto de Lexie e saio para a rua. O sol brilhava e estava tudo perfeito. Perfeito demais.

Corro pelas ruas, e lembro de tê-las visto nos meus flashbacks, mas mesmo assim eu não conseguia me sentir familiarizado.

— Vincent! — Lexie grita, correndo atrás de mim. — O que está acontecendo?

— Cadê o meu fusca vermelho?

— Que fusca vermelho? — Ela pergunta confusa.

Arregalo os olhos.

Meu fusca vermelho.

— Cadê a Maya? — Pergunto, mesmo sabendo que não tinha muito contato com os gêmeos.

— A Maya da escola? Eu sei lá. Por que?

— Desculpe. — Dou as costas e começo a correr pelas ruas. Algumas pessoas ignoravam totalmente a minha presença, mas algumas pareciam reais demais.

Vincent! Acorde!

Uma voz gritava na minha cabeça, mas eu não sabia exatamente de onde ela vinha. Era uma voz masculina e muito poderosa, quase como se fosse divina.

Então, a euforia dentro de mim cessou. Voltei para casa, ainda confuso, e decidi dormir.

• • •

Alguns dias se passaram e eu tentei ignorar o fato de que estava enlouquecendo. Mesmo já estando no MIT e minha vida estando perfeita demais, a sensação de que o espaço e o tempo estavam desordenados, não saiu de mim.

Olho pela janela do campus e observo o céu com muitas estrelas brilhando. A lua estava bem fraca, pois acabara de entrar na sua fase nova.

Isso me lembrava de alguma coisa.

Toda vez que eu dormia, não conseguia sonhar. Sentia meu corpo recarregar, mas nunca de fato sonhar. Pego meu celular e coloco meus fones, deixando uma playlist aleatória tocando. Deito na cama, apenas ouvindo música por música, até por fim cair no sono.

Dessa vez eu me lembrei.

Havia um ser na minha frente, com o corpo feito de madeira, no lugar dos pés haviam cascos e um enorme chifre na sua cabeça. A natureza daquele lugar não correspondia com a aura daquela criatura, que exalava poder e selvageria.

Cernunus. Oh, grande deus das matas, senhor dos bosques, protetor dos animais, grande Pai! Salve ao deus e à... — Meu corpo preferia a saudação sozinho, mas antes de continuar, um estalo veio na minha cabeça. — Deusa mãe!

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⏰ Last updated: Jan 23 ⏰

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A Maldição da Trívia - Uma história de "As Fases da Lua"Where stories live. Discover now