Capítulo LXX

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Mãe, como Loba, defende sua cria,
ama, cuida, dá a vida por ela.

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Quando acordei, tudo pareceu vir até mim como um tiro: certeiro, mortal. Uma nova guerra contra vampiros. Vampiros fortes, velhos, com poderes. Vampiros que se denominavam como reis, uma monarquia absoluta que durava séculos. O ar parece faltar, pesando em meus pulmões e involuntariamente ponho as mãos unidas em minha barriga, tão plana que não parecia haver uma vida ali dentro.

Quase não sobrevivi na última guerra. E eu estava transformada. O que seria de mim dessa vez? Do meu... filho?

Procuro pelos olhos dourados de Bella e ela sabe exatamente o que estou pensando. De alguma maneira, ela compreende meus medos e sustenta meu olhar. Jacob, ao meu lado, parece preocupado, suas sobrancelhas unidas em um olhar sério.

— Você está bem, meu amor? — Sua voz é baixa e reconforte, sua mão apertando a minha, tentando ter certeza que eu realmente estava acordada.

Respiro fundo, tentando me sentar na maca que fui posta. Estava no consultório de Carlisle e só de estar deitada ali, onde Bella morreu dando à luz, faz todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Parecia um mau presságio, uma piada do destino.

— Tô bem. — Afirmo, incerta, minha voz vacilando. — Acho que eu só...

— Não precisa explicar. Eu sei.

Quis rir. Histericamente, igual uma louca. Ele podia saber do trauma. Do medo da guerra, do medo de ser esmagada. Isso ele podia saber, estava comigo o tempo inteiro quando tudo aconteceu. Mesmo que não estivéssemos juntos, Jacob estava ao meu lado no pior momento da minha vida. Mas ele não sabia de tudo o que estava em jogo agora.

Aqueles vampiros malditos queriam a morte da minha sobrinha. Assim como queriam Bella, Edward e Alice para fazer parte da guarda infernal. E, para piorar, eu não poderia lutar. Como entraria no campo de batalha grávida? Molho os lábios, pensando no quão perigoso seria a transformação para um bebê no meu útero. Todo o meu corpo mudava, se transformava, e ele estaria ali no meio. E se eu pudesse me transformar, como iria lutar com o risco de perder o bebê?

Meu corpo começa a hiperventilar, o coração batendo forte no peito e sinto meu ar querendo sair de meus pulmões. Péssima hora. Péssima hora para um bebê.

Olho nos olhos escuros de Jacob, querendo contar tudo. Mas fico quieta.

Ele me impediria de ajudar. E a simples ideia de não proteger Nessie faz com que meu corpo trema. Minha sobrinha. A pequena presinhas, que quando segurei no colo pela primeira vez, tive a sensação de que fui feita para ser sua tia. Mesmo com todo o caos, com toda a tristeza que acompanhou seu nascimento.

Fecho os olhos, lembrando de Bella morta naquela maca. Edward coberto de sangue, o olhar desesperado enquanto eu me sentia perdida com a pequena Nessie no colo.

— Jake, por que não vai buscar um copo de água para Ada? — Bella sugere, dando um passo suave em nossa direção, e abro os olhos para poder encarar o seu rosto. Depois de transformada, Bella conseguiu melhorar sua habilidade de omissão. O rosto, que antes era um livro aberto, agora estava coberto com uma calma assustadora. — Eu fico com ela enquanto você vai até a cozinha.

— Por que você não vai? — Ele diz, grosso, agarrando minha mão em um aperto preocupado. — Não quero sair de perto da minha esposa enquanto ela não se sentir melhor.

— Está tudo bem. — Retribuo o aperto, tentando passar calma em meus pensamentos, mas sei que ele consegue sentir todos os sentimentos que me cercam. — Está tudo bem, meu amor. Pega água para mim?

Estou desesperada, e ele sente isso, só não entende o porquê.

A contragosto ele se levanta e sai, dando um último olhar para mim. Bella, calmamente se senta onde ele estava. Esperando os passos pesados se afastarem, ficamos quietas em um silêncio que parecia dizer muita coisa.

— Vamos tentar convencê-los de que Nessie não é uma criança imortal. Vamos reunir provas, testemunhas. Não queremos uma luta. — Sua voz é calma, os olhos dourados brilhando. — Vamos atrás de alguns amigos de Carlisle, eles são bons amigos.. vão nos ajudar. Mas se precisarmos lutar, você não vai para o campo de batalha.

Abro a boca para contestar, mas percebo que não estou sendo sensata. Não vou lutar. Não posso.

— Mas quero ajudar. — Sussurro, consternada. — Não posso ficar parada, olhando toda a minha família correr perigo. Não posso pensar em simplesmente ficar de braços cruzados quando vocês podem morrer.

Ela franze as sobrancelhas, como se tivesse brava, e coloca a mão na minha barriga.

— Pela primeira vez na vida, Ada, pense em você. — Bella é direta, os olhos fundos nos meus. — Em você, e no que carrega. Você não é mais a mesma, não é mais só você. Pare de pensar nos outros. — Involuntariamente, ela suspira. — Eu agradeço tudo o que fez e faz por mim. Tudo o que abriu mão. E sinto por tudo o que passou. Você é minha irmã, minha irmã mais nova, e muitas vezes assumiu um papel que não te pertencia. Você agiu como se fosse minha protetora, minha irmã mais velha, e esteve todo o tempo ao meu lado. Me deixe estar ao seu agora. — Sua mão fria aperta a minha, em um gesto carinhoso. — É a minha vez de ser forte.

Naquela noite, todos os Cullen estavam arrumando suas malas para viajar pela manhã. Rosalie e Emmett iriam encontrar um antigo amigo que Carlisle conheceu durante o cerco de Yorktown, enquanto Edward, Bella, Jacob, Nessie e eu, iríamos até os Denali. Eles tinham a obrigação de nos ajudar, visto que a burra da irmã delas quem nos colocou naquilo tudo.

Em casa, arrumei uma mochila no automático. Precisava contar para Jacob, as palavras vinham até minha boca mas eu as impedia de sair. Não podia contar, não ainda. Não tínhamos um plano e muito menos alguma esperança.

Respiro fundo, arrumando minha postura e, sem perceber, coloco a mão na barriga, a acariciando enquanto me perco em pensamentos. Até que um uivo ecoa na orla da floresta e logo Seth sai de entre as árvores, abotoando a bermuda com um papel entre os dedos, desajeitado.

Abro a porta, esperando-o no batente, quando vejo que a expressão em seu rosto não era nada boa.

— Alice e Jasper acabaram de cruzar a fronteira e foram para o oceano. Alice me pediu para te entregar isso. — Ele estende um papel branco, uma página rasgada de um livro e sinto todo o meu corpo tremer.

Alice e Jasper desertaram. Jasper, quem melhor sabia lutar entre todos, e Alice que poderia prever o futuro. Simplesmente foram embora. Talvez não houvessem chances para nós.

— Desgraçada. — Rosno, com raiva, abrindo o papel.

— Ela pediu para você dar para Bella, disse que ela iria entender.

Com raiva, e medo, leio as palavras escritas com uma caligrafia arrastada, como se tivesse sido escrita às pressas.

"Arrumem quantas testemunhas puderem antes que a neve se prenda ao chão. Será quando eles virão".

O cheiro de Bella estava impregnado no papel. O cheiro humano dela, e virei a folha vendo o título de O Mercador de Veneza impresso na folha de guarda. O que Alice estava planejando?

[ n o t a s ]

oi! capítulo novo!
confesso, estou ORGULHOSA da relação da bella com a ada nessa nova fase. o que a vida adulta não faz, né?
enfim. alice e jasper deram no pé.
logo as testemunhas vão começar a chegar. e então TARAN
Volturis!
ansiedade por aí? por aqui sim sksks
até o próximo gente linda amo vcs

𝐄𝐕𝐀𝐍𝐄𝐒𝐂𝐄𝐍𝐓, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde as histórias ganham vida. Descobre agora