𝟘𝟙

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× 𝕋𝕒𝕞𝕚𝕣𝕖𝕤 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒 ×

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× 𝕋𝕒𝕞𝕚𝕣𝕖𝕤 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕒 ×

Minha cabeça dói.

Minha cabeça dói demais. Abro um olho só, a luz bate em tudo que tem pela frente e eu acho uó. Fecho os olhos de novo e desisto de levantar dessa cama confortável que definitivamente não é minha.

Não acredito que fiz isso. Não acredito mesmo que fiz isso.

Sempre disse que se fosse ficar com um rival um dia, principalmente se fosse um em São Paulo, ia ser o Piquerez. Com certeza o Diego Costa. Talvez abrisse uma exceção pra algum outro, mas não... fiz uma grande merda e desviei de todos eles.

Abro um olho só de novo e encaro o cara do meu lado, dormindo meio pesado. Ele foge de todos os padrões que eu tenho e me consolo pensando que: todo homem pra ser bonito tem que ser um pouco feio, né?

Tem que ser. Será que isso suaviza minha culpa aqui? Ah meu Deus.

Ele se mexe, passa uma mão nesse nariz horrível e na barba. Pelo menos ele tem barba. Um arrepio rasga a minha coluna quando lembro dele esfregando ela no meu pescoço, no meu colo, na minha barriga, um pouco mais pra baixo...

Meu Deus.

Zé Rafael se mexe e eu dou conta de esconder meu rosto no travesseiro de novo. Não é possível que eu ainda dê o azar de ele não ser um jogador de futebol como os outros e vazar daqui, me deixando sozinha e sem nenhuma chance de contato de novo com ele.

O destino ri na minha cara porque ele se mexe, mas não levanta e não sai daqui. Ao invés disso, me encoxa e esfrega a barba pelas minhas costas nuas. É impossível não me arrepiar inteira.

— Acordou, hum? – Fecho os olhos com força, numa mistura de não saber o que dizer com quero voltar a dormir agora pra não enfrentar a realidade.

Não respondo, e quase sinto vontade de rir quando passa pela minha cabeça que estou igualzinha a quando tinha quinze anos e ficava até tarde no celular, a mamãe acordava e vinha no quarto checar se eu já tinha pego no sono e eu rapidamente tinha que esconder o telefone debaixo do travesseiro e me concentrar em fingir que estava dormindo quando ela ligava a luz, mesmo que a qualquer segundo parecesse que eu ia ser pega no flagra.

O nariz dele sobe da minha nuca e agora ele dá um cheiro no meu pescoço, e juro que parece mesmo com o momento do flagra, que ele vai perceber que estou acordada.

Será que eu não consigo dormir de novo? Daí nesse meio tempo ele vai embora e eu posso catar minhas roupas e os fragmentos de dignidade e sair antes dele voltar.

— Hum? – Uma risadinha baixa e uns dois tons meio rouca — Sei que você tá acordada. É... seu olho tá tremendo.

Solto uma lufada de ar.

— Sim, e eu provavelmente vou sair desse quarto pior que o burro do Shrek – Murmuro, pensando na figurinha que costumo mandar quando tenho problemas. Começo a abrir os olhos só pra tomar um baita susto quando dou de cara com ele tão de perto assim — AIIII!!!

𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐒𝐔𝐀 | 𝐙𝐄 𝐑𝐀𝐅𝐀𝐄𝐋Where stories live. Discover now