Spin off da série - Lucas, meu amigo imaginário
Agora contando a história de Vênus, filha de Lucas e Lua. Ela se enxerga em um conflito muito parecido com o acontecido entre seus pais.
Ethan é seu melhor amigo de infância, eles cresceram juntos, in...
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- Acho que até o final desse mês eu me mato - Daniel comenta.
Franzo a sobrancelha e viro devagar em sua direção. Ele continua fingindo bolar um beck com a folha de papel.
- Por que essa medida tão extrema?
- Porque eu vou mal pra caralho nessa prova.
- Pelo amor de Deus, Dan. A prova é só amanhã. Você tem hoje pra revisar.
Tiro o lápis de cima da orelha e anoto o resto da conta, olhando para o meu caderno e analisando qual seria o próximo passo.
- Como se isso mudasse em um piscar de olhos. Fácil pra você falar isso, nerdola de exatas.
Reviro os olhos.
- Eu só estudo. Já pensou em fazer isso?
Escrevo a próxima parte da conta e mordo o final do lápis. Essa conta não tá fazendo sentido.
- Já, e você nem estuda seu mentiroso. Você só é privilegiado - ele para e pensa. Olho para ele - ei, você é privilegiado em tudo, seu engomadinho. Você é inteligente sem fazer esforço, é bonito sem fazer esforço e tem dinheiro, adivinha como?
- Meu pais tem dinheiro e eu participo de uma minoria.
- Qual? - quase desdenha.
- Eu pego homem - Sorrio pra ele como um lembrete de nós dois. - e todos os privilégios que eu tenho você também tem. Até a minoria.
- Ta, mas nem eu e você apanhamos na rua.
Isso é muito verdade. Mas quando que eu e ele estamos na rua?
- A gente nem sai a pé. A gente recebe olhares e comentários, não é nem um pouco proximo a apanhar ou ser espancado, mas não aguento mais ouvir sobre eu gostar de dar o cu. Eu nunca nem dei o cu, porra.
Daniel ri e desiste da sua folha, amassando ela e jogando dentro da mochila. Apago a última parte da conta que eu fiz para refazer. Eu tô errando alguma coisa.
Pensa Ethan, pensa.
- Eu já. É interessante.
- Parece ser mesmo, mas não tenho essa enorme vontade.
Reparo meu possível erro e recomeço a linha.
- Você prefere comer um, né? - ri
Sorrio de lado.
- Prefiro.
- Quantos?
Olho a linha e ela parece mais certo agora. E lógico, o mais importante é que agora da pra continuar a conta. Matemática e seus pequenos erros desastrosos.
