001. THE FIRST TEST. THE FIRST PLAN

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Maeve fechou as mãos até sentir os nós dos dedos brancos.

— Você vai pagar por tudo que fez a mim e à minha família — sussurrou, tão baixo que só ela mesma ouviu.

Mas a sessão não foi só ódio. Após apagar a última imagem, ela se levantou e percorreu o corredor envidraçado do laboratório. As luzes frias refletiam na pele humana; o ar reciclado cheirava a metal e antisséptico. Passou pela sala de armas, pelas marcas de treinamento, até o anexo onde as cápsulas aguardavam.

Antes de entrar na câmara, Maeve parou. Pegou do bolso a pequena ficha com os códigos que o Tenente Mora distribuíra naquela manhã, e a segurou como se fosse um amuleto.

"Ponto Alfa. Amanhã ao amanhecer."

Um nó de consciência: raiva, sim. mas também gratidão, e uma coisa ainda mais crua: medo. Não do clã, mas de perder o que tinha. De perder Liz. De perder Valentim. De perder Yisa, irmã de Valentim. Eles eram tudo o que ela conhecia por lar. E mesmo agora, enquanto as lembranças de Grace cortavam, a verdade era clara e simples: eles a criaram, a alimentaram, a ensinaram a atirar. Eles eram seu porto.

Maeve tocou a medalhinha que Liz lhe deu no nono aniversário, um pequeno anel de metal com um fio trançado e, por um instante, permitiu-se um pensamento que quase a envergonhava: eu escolho vocês. Mesmo com a raiva, escolheria vocês.

Entrou na câmara. A maca gelada acolheu seu corpo humano. O técnico programou os parâmetros; a sequência anestésica já estava pronta. Ela olhou para o teto branco, sentiu o metal frio contra o pulso. Antes de fecharem a tampa, uma luz vermelha no corredor indicou que alguém se aproximava.

A tampa se ergueu a pouco e a Liz apareceu, pálida, com os olhos umedecidos. Parou na borda da câmara; por trás dela, a silhueta de Valentim projetava-se como uma sombra.

— Maeve... — Liz disse, a voz trêmula. — Vai com cuidado. Lembra do que treinamos.

Maeve ergueu a mão e, com um sorriso curto, quis dizer tudo de uma vez: que a amava, que faria acontecer, que voltaria. Mas as palavras saíram contidas.

— Te amo, mãe. — disse ela. Chamou-a assim por instinto e por escolha. — Vou seguir o plano. Eu vou voltar.

Liz engoliu o choro. Estendeu a mão e puxou um fio de tecido do bolso, um pedaço pequeno da primeira faixa que Maeve usara como boneca quando criança. Colocou no pulso da menina com cuidado.

— Se sentir medo, lembra de casa, Maeve. Lembra que tem gente que te ama aqui. — murmurou Liz, quase inaudível.

Valentim aproximou-se. Ele ficou alguns passos atrás, os sapatos fazendo um som seco no piso. Quando se inclinou, seu rosto era paternal, diferentemente do que costumava ser geralmente.

— Você é forte — disse ele. — Não precisa provar nada a mim, nem a ninguém. Só não faça besteira. Tem gente observando

Maeve olhou para ele, e a confusão saiu em forma de afirmação breve:

— Eu amo você — disse. — Eu amo você e a mamãe. Eu não faria isso se não acreditasse que é o melhor jeito de proteger o que temos.

Valentim sorriu e deixou um beijo na testa de Maeve. Liz, por sua vez, segurou a mão da Augustine por um segundo a mais, como se pudesse transferir coragem.

A equipe entrou em ação ao redor delas: checagem de sinais vitais, confirmação do padrão neuro-hormonal, última verificação do pequeno gerador que simulava ferimentos superficiais. O enfermeiro aplicou a máscara. O mundo começou a girar com aquele zumbido baixo que precede o sono.

Enquanto a anestesia subia, Maeve teve tempo para um último pensamento, não uma súplica, nem uma prece, mas uma decisão:

— Eu faço isso por vocês — pensou. — Pela Liz, por Valentim. E por mim.

A voz da anestesia tornou tudo borrado. A luz branca se tornou céu, e depois nada até:

— Ponto Alfa — sussurrou a mente, como se já sentisse o cheiro das raízes flutuantes. Amanhã seria outro dia. Amanhã, ela acordaria entre dois mundos.

A última imagem antes do sono foi a mão de Liz segurando a sua, a promessa silenciosa de retorno. Depois veio o escuro, e a máquina contou as horas.

 Depois veio o escuro, e a máquina contou as horas

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RAI'UK CARREGAVA MAEVE NO COLO. O corpo da garota estava machucado, cheio de cortes e hematomas, marcas daquilo que deveria parecer um ataque. Cada passo que Rai'uk dava era calculado pra que nenhum movimento brusco piorasse os ferimentos.

Ele a colocou ao lado de uma árvore antiga, cujas raízes se enroscavam na terra. A luz suave da lua filtrava-se pelas folhas, iluminando o rosto de Maeve, ainda inconsciente. Rai'uk pousou um beijo rápido em sua testa, sussurrando:

— Boa sorte, pequena. Faça o certo...

O Na'vi recuou, fundindo-se com as sombras, e desapareceu pela trilha de volta para o Posto de Controle. Maeve permanecia imóvel, seu corpo humano tão vulnerável quanto sua mente estava prestes a se tornar.

Horas se passaram. Quando finalmente abriu os olhos, o mundo parecia dobrado em silêncio e cores. Sua visão azulada, o corpo de Avatar pulsando com força, e a floresta de Pandora em volta, mas algo mais estava ali. Uma voz ecoou em sua mente, doce e estranhamente familiar:

"Fiquei desamparada quando descobri, achei que não sobreviveria."

Maeve arregalou os olhos, confusa. Não sabia quem falava; nenhuma face vinha à mente, nenhum corpo. A voz era íntima e ao mesmo tempo distante. Antes que pudesse se reagrupar, outra frase atravessou seus pensamentos:

"Queria poder voltar ao passado, mas nada poderia ter sido feito."

A dor nos braços e pernas parecia diminuir, substituída por uma sensação estranha de calor e energia, como se o próprio mundo ao redor pulsasse com ela. Atokirinas, pequenas sementes de espírito, flutuavam ao redor, sussurrando vibrações da Árvore das Almas, tocando seu corpo azul. Cada respiração parecia carregar um fragmento de memória que ela não reconhecia completamente.

— Cara, vem cá! — uma voz cortou os pensamentos. Maeve se sentiu puxada de volta para a realidade.

Oi, amoresssss!!!! Resolvi repostar a fanfic porque tinham diversas coisas nela que estavam me incomodando

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Oi, amoresssss!!!! Resolvi repostar a fanfic porque tinham diversas coisas nela que estavam me incomodando. Estou reescrevendo e modificando algumas coisas para postar tudo novamente. Além disso, tenho outra fanfic no meu perfil, só que da Billie Eilish, adoraria que vocês lessem.
Espero que gostem dessa nova versão de Puppet Game.

PUPPET GAME ' NETEYAM SULLYOnde histórias criam vida. Descubra agora