001. THE FIRST TEST. THE FIRST PLAN

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Ela ergueu o olhar pra ele, séria.

— Você entende?

— Tento. — respondeu ele. — E vejo alguém que nasceu entre dois céus, mas ainda não escolheu qual quer chamar de lar.

Maeve respirou fundo, sem saber se queria socar ele ou abraçá-lo.

— E se eu não quiser escolher?

Rai'uk deu um meio sorriso.

— Então crie o seu próprio céu.

Silêncio. Só o som dos grilos e o farfalhar das folhas.
Maeve abaixou o arco e se sentou no chão, exausta. Rai'uk se sentou ao lado, em silêncio.

Por alguns segundos, ela fechou os olhos, e o mundo pareceu menos sufocante.

— Se eu for mesmo fazer isso... — ela começou, a voz rouca. — Entrar entre os Omatikaya...
— Eu quero fazer do meu jeito.

Rai'uk assentiu lentamente.

— Então faça. Mostre a ele que você não é uma sombra. É uma chama.

Maeve sorriu, de canto.

— Cuidado, Rai'uk. Falar assim pra uma humana raivosa pode te meter em problemas.

— Eu não temo o fogo. — ele respondeu, olhando pro horizonte. — Eu o respeito.

Maeve o observou por um momento, o coração desacelerando.

E, pela primeira vez naquela noite, ela pensou que talvez não fosse apenas uma arma nas mãos de Valentim.

Talvez fosse algo mais.

Algo que ninguém ainda tinha aprendido a controlar.

O sol de Pandora começava a nascer, tingindo as folhas com reflexos dourados

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O sol de Pandora começava a nascer, tingindo as folhas com reflexos dourados. A bruma dançava entre as raízes flutuantes, e o ar estava úmido e pesado. Maeve já estava ali há horas, o corpo coberto de suor e terra.

Rai'uk observava de longe, em silêncio, enquanto ela golpeava um tronco com um bastão improvisado.

— Você está pensando demais. — disse ele, aproximando-se. — Quando pensa, erra o golpe.

Maeve bufou.

— Eu não estou errando. Estou aprendendo.

— Aprender não é lutar contra o vento. — ele respondeu, tomando o bastão das mãos dela com facilidade. — É dançar com ele.

— Você e suas metáforas... — ela resmungou, avançando pra pegar o bastão de volta.

Rai'uk segurou firme, mantendo o equilíbrio.

— Tente me acertar.

Maeve sorriu de canto.

— Com prazer.

PUPPET GAME ' NETEYAM SULLYWhere stories live. Discover now