The Castle On The Hill | Fred Weasley

· 36 · Vermelho Escarlate

Anabel mostrou-se alarmada com as notícias do Profeta Diário daquela manhã, o que atraiu a atenção de Emily para o exemplar. Espiando por entre a torre de Cupcakes Red Velvet disposta na mesa, pôde ver a primeira página estampada com fotos de dez bruxos maltrapilhos, sujos e cuja aparência denotava insanidade. O título da matéria informava acerca de uma fuga em massa, diretamente da prisão de Azkaban.

Emily queria saber mais sobre o assunto, mas direcionou sua atenção às torradas no prato, cobertas com geleia de frutas vermelhas, esperando para serem devoradas. Sabia que Anabel lhe orientaria a manter-se quieta e longe de problemas.

De qualquer maneira, descobriria todas as informações em breve, já que nada era capaz de ficar em segredo entre aquelas paredes.

Entretanto, o decreto Vinte e Seis, colocado no quadro de avisos no dia seguinte, impedia que obtivessem informações seguras das melhores fontes: os professores. Restaram portanto, teorias e versões mirabolantes. Como esperado, bastou uma semana para que fosse praticamente impossível esquivar-se do assunto.

Umbridge estava mais impaciente, mal humorada e insuportável do que o habitual. Ainda assim, nem a ameaça iminente de um ataque de Comensais da Morte foi capaz de alterar seu estilo de ensino. As varinhas permaneciam nas mochilas e os rostos enfiados nos livros.

– Com licença, professora. Tenho uma pergunta. – Emily ergueu a mão no ar, cansada de presenciar aquela situação.

– Como deve saber – Dolores disse em seu tom agudo. – O decreto Vinte e Seis estabelece que só devemos responder à perguntas estritamente relacionadas às disciplinas.

– Posso garantir que minha pergunta é, estritamente relacionada à sua disciplina. – alguns colegas abandonaram as leituras, interessados no rumo da conversa.

– Estou certa de que pode encontrar a resposta para sua dúvida no seu próprio material. Volte a procurar com mais atenção e não distraia a turma, sim? – ela alisou o tecido felpudo do próprio casaquinho bordô e cruzou os dedos gordos, cheios de anéis, em cima da mesa.

– Na verdade, é sobre a metologia de ensino... É bastante antiquada. – os murmúrios surgiram aqui e ali. Umbridge permaneceu calada, encarando-a com uma serenidade assustadora.

– Srta... Carpenter? – concluiu depois de correr a unha carmim pela lista de chamada. – O Ministério foi quem me designou para desempenhar este cargo e, portanto, não cabe à uma mera aluna questionar minha autoridade. É um grande insulto, para dizer a verdade – Umbridge sorriu largamente, acentuando sua cara redonda e murcha como a de um sapo. – Talvez reduzir dez pontos da Lufa-Lufa seja o suficiente para mudar sua perspectiva.

Reclamações infelizes surgiram pela sala, mas cessaram com a mesma rapidez, quando ela estalou os dedos.

– Há Comensais livres por aí! Precisa nos preparar para situações de perigo! – Emily havia empurrado a cadeira para trás e agora encontrava-se de pé, falando com desgosto.

– hem-hem. Não existe perigo algum. Estão perfeitamente seguros aqui. – ela disse. Sua face começando a enrubescer por lidar com tamanha insolência. – Sente-se, mocinha.

– Os professores anteriores não eram perfeitos, mas ao menos se deram ao trabalho de assumir a realidade lá fora. Ensinavam algo que poderíamos utilizar! – Emily bateu as duas mãos na mesa, extremamente frustrada.

– Bem... Deveríamos analisar o quão efetivas foram essas técnicas de confronto direto, quando colocadas à prova? – ela disse perdendo a paciência. – É claro que foi um terrível acidente, mas até onde esse tipo de conhecimento inútil foi capaz de levar seu amigo, Srta. Carpenter?