X | Destino

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" Á sua estultícia o homem chama de destino."

- Homero


MANTIVE O DISFARCE

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MANTIVE O DISFARCE. Por fora, eu era a esposa perfeita, os fleches capturavam uma mulher forte e poderosa. Por dentro, havia apenas estilhaços e o nada.

Olho para o jardim, as folhas velhas estão caindo, formando um tapete colorido. É outono.

Tenho passado tempo demais cuidando do jardim, polindo as plantas e regando as flores.

Tudo parecia normal e bonito por fora... Já havia caído muitas vezes sob o poder esmagador da minha mãe, porém me reergui em todas elas.

Seria amaldiçoada se eu permitir que Alex fosse meu fim. O verão vai vir de novo, o sol vai voltar a aquecer meus ossos cansados e frios. É a vida.

— Fico feliz em ver que está melhor, a tristeza em seus olhos diminuiu. — Camille diz, trazendo suco fresco em uma bandeja.

Tiro o chapéu de palha e sigo para o canto sombreado da varanda. Feches de memórias cruzam minha mente, a noite em que encontrei Enrico aqui.

Enrico...

Penso em seus olhos escuros e seu rosto... 

Fecho os olhos com força. Não queria pensar nele, não queria sentir nada.

Meu celular vibra no bolso.

Enrico: Você está bem?

É faz a mesma pergunta todos os dias, mas nunca o respondo.

Dou um gole no suco de laranja e me deito em uma espreguiçadeira.

Muitas coisas aconteceram enquanto estivesse em presa em uma névoa escura.

Emilie não me manda mais mensagens e raramente me visitava. Não sabia porque, mas tinha certeza que começou no coquetel. Algo aconteceu lá.

O celular vibra de novo. Dessa vez é a minha mãe, sabia que se recusasse a ligação só a estimularia a continuar.

— Estou ocupada.

— O que você fez com sua irmã? — Ela me interrompe. — Emilie está trancada no quarto há uma semana.

— Ela está doente?

— Não. Venha para cá agora e resolva isso, não aguento mais esse drama todo dela.

Aperto o celular com força e desligo.

Bato o punho na porta do escritório de Alex, ele está fumando um cachimbo.

Assassinato em ParisWhere stories live. Discover now