- É só a minha barriga - Alonso disse. - Tô morto de fome.

Mari soltou a respiração aliviada e se aproximou do irmão.

- Que tal o seguinte: a gente escolhe nossos quartos agora para guardar nossas malas e vamos para a cidade fazer um lanchinho.

- Eu acho ótimo - Vitória disse. - Podem escolher qualquer quarto para mim. De preferência um que fique perto do de vocês. Eu vou para a cozinha checar o que a gente tem de panelas e eletrodomésticos. Vou precisar saber disso para fazer nossa lista de mercado.

- Perfeito. Valeu, Vi. Vem, Alonso. Vamos ver se têm quartos nas torres!

O irmão saiu correndo na sua frente, feliz da vida. Mari nunca tinha visto Alonso tão animado. Pelo menos não desde a morte da mãe. No início, ela achou que ele ficaria triste por ter que deixar os amigos do Brasil, mas ele parecia estar gostando muito da ideia de morar em um castelo italiano.

Depois de escolherem seus quartos - Mari ficou mesmo com a suíte da torre, Alonso escolheu um que ficava na base das escadas por que tinha papel de parede azul e uma sacada grande e Vitória, por sua vez, acabou com um quarto mais moderno com vista para os Alpes -, eles finalmente deixaram o castelo.

Os três seguiram pela estradinha de terra que levava até Montefiori. Alonso saltitava na frente e Vitória tirava fotos com sua câmera das paisagens ao redor. Mal tinham deixado os limites da propriedade quando a amiga apontou para um ponto a oeste.

- Quem será que mora ali?

Mari semicerrou os olhos para a mansão tão isolada quanto seu castelo. Era uma monstruosidade de casa, com fileiras intermináveis de janelas e sacadas amplas. Tinha um estilo que lembrava a arquitetura renascentista, mas era feita de pedras escuras e tinha uma áurea tão sombria que fazia seu castelo medieval parecer um refúgio das fadas.

- Não sei, mas é nosso vizinho mais próximo - Mari disse.

- Eu não bateria naquela porta para pedir uma xícara de açúcar.

As duas riram e Alonso entrou na conversa.

- Algum velho podre de rico deve morar lá.

- Ou talvez uma família simpática que tenha crianças da sua idade.

- Eu não sou criança - Alonso contestou, indignado. - E eu duvido. Olha lá, mais parece a casa do Drácula!

Vitória riu e implicou Alonso, perguntando se ele tinha medo do Drácula. Eles foram andando na frente, mas Mariella se viu parada no mesmo lugar, os olhos voltados para a mansão à distância.

Seu coração estava batendo acelerado, havia um zunido nos seus ouvidos.

Seja quem for que morasse ali, ela estava disposta a conhecê-lo.

Montefiori era uma cidade minúscula, com ruas de pedra estreitas e sinuosas que pareciam guardar algo encantador a cada esquina

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Montefiori era uma cidade minúscula, com ruas de pedra estreitas e sinuosas que pareciam guardar algo encantador a cada esquina. As casinhas de varandas pequenas exibiam vasos de flores e tapetes coloridos pendurados nos parapeitos. Parecia que a maioria da população andava de bicicleta - de crianças a idosos - e as capelas históricas eram o maior charme.

Um castelo de presenteWhere stories live. Discover now