Lance Criminoso

030

Terror.

Encarei meu pai que tava jogadão na cama cheio dos bagulho enfiado no corpo.

Vilão: vou arrancar essas porra.

Terror: minha mãe te mata.

Olhei a janela que tinha uma vista bem bosta e peguei meu celular vendo o Farias enchendo o saco.

Vilão: bola um pra mim aí.

Terror: dês de quando pode fumar em hospital?

Vilão: pode não?

Terror: não né?

Vilão: eu acho que pode.

Terror: ta é maluco.

Desbloqueie meu celular entrando na conversa do Farias que tava mandando foto de casa pra alugar lá em Angra.

Respondi falando que depois a gente via essas parada e olhei pro meu pai que tava olhando pro teto todo bolado.

Terror: melhora aí logo véio, se tu for fumar agora vai ficar sem teu ar e vai ficar igual defunto de novo.

Vilão: vou ficar igual defunto se eu não fumar.

Terror: vou dichavar e botar nesse teu soro.

Dei risada passando a mão no rosto.

Vilão: tatuagem nova essa aí?

Balançou a cabeça na direção do nome que tinha na minha nuca, Manuela.

Concordei com a cabeça e passei a mão em cima, sempre tive essa de tatuar o nome dela, amava mesmo de longe foi e é a mulher mais importante da minha vida, minha mãe po.

Terror: e o Vilãozão voltou a ser casado.

Ele sorriu desviando o olhar do meu e eu ri alto jogando minha cabeça pra trás, meu pai todo bobo.

Vilão: sempre fui né Felipe.

Terror: sempre sempre, bandido fiel.

Fiel: eu mermo.

Entrou no quarto com um fininho atrás da orelha, olho do meu pai chegou brilhar.

Fiel: vou te dar não.

Vilão: qual foi de vocês?

Fiel: maluca da Manuela voltou, ela me bate se sonhar com isso.

Ele foi pra perto do meu pai fazendo um toque com ele, vi meu tio descer um pouco na direção dando um abraço no meu pai.

Fiel: tão fechando prainha?

Olhou pra mim e eu mexi a cabeça percebendo que o Farias já tinha falado pra metade do mundo o bagulho que nem tinha certeza ainda.

Terror: tamo vendo ainda.

Fiel: calorzão desse, levanta logo dessa porra aí.

Vilão: minha muié não deixa.

Fiel: voltou a usar coleira já.

Vilão: amor a minha vida mermo, tua prima não brinca não.

Fiel: todo bobo de novo, Deus me livre.

Vilão: você praticamente corre pra Carol não te matar, viado.

Terror: dois tongo por mulher, falou aí, vou vazar.

Falei indo pra perto do meu pai fazendo um toque com ele e bati no ombro do meu tio saindo do quarto.

Virei meu boné pra trás vendo o movimento na rua e respirei fundo montando na minha moto até escutar um grito.

Tati: ta sumido em.

Passou a mão no meu ombro e eu olhei o movimento vendo as unhas de fibra pontudas e vermelhas.

Terror: cê que sumiu de mim.

Sorri pra ela cruzando os braços e ela se encostou tirando a mão de mim e levando uma mecha do cabelo pra trás da orelha.

Tati: tua vida ta corrida né Terror, muita coisa acontecendo, seu vô, seu pai, sua mãe voltou, Luiza e o Thiago, teus corre é muita coisa pra sua cabeça, te deixei em paz pelo menos de mim.

Ela riu fraco e eu balancei a cabeça concordando.

Terror: é po, mais não precisa afastar não carai, tu não dá problema não mina se liga aí, você é parceirinha Tati cola comigo que eu tô suave.

Tati: bom saber Terrorzinho, se eu pudesse até trocava um papo contigo agora mais tenho que fazer meu trampo né?!

Ela desencostou da moto e sorriu mostrando os dentes fazendo eu perceber as lentes branquinhas.

Tati: tchau viu.

Colocou uma mão em cada lado do meu rosto e me deu um selinho antes de sair praticamente desfilando.

Virei pro lado e tava a Luiza e a Yasmin me encarando rindo.
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