Capítulo 27

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Luciano

Levamos duas malditas horas para sair da maldita cidade. Euverifiquei meu pai e filho, eles estavam seguros.

— Traga-a para casa, filho. — Meu pai amava Grace como suaprópria filha. Fomos uma família o tempo todo, mas eu estava muito cegopela raiva para ver isso. Agora eu sabia e queria fazer tudo melhor,aproveitar o resto da minha vida com ela. Ter mais bebês, ver Matteocrescer e ser um bom homem. E ele iria, porque ele tinha sua mãe nele.

— Eu vou trazê-la para casa, Pai — prometi. — Fique seguro edentro de casa com seu neto. — Ainda parecia surreal. — Lorenzomanterá o complexo seguro. Assim que eu a tiver, vou trazê-la paracasa. Ela vai querer ver nosso filho seguro e feliz. 

E eu a faria feliz. Como eu deveria tê-la feito feliz desde omomento em que nos conhecemos.

Assim que chegamos à velha casa de praia dos Astor, espereique nossos homens se reunissem. Levou mais duas horas para que tudofosse colocado no lugar. Examinamos a casa, encontramos o melhorângulo para o ataque e nos armamos até aos dentes. Não sabíamosquantos homens estavam lá dentro, íamos às cegas.

Do lado de fora, não havia sinais de vida, mas eu não tinhadúvidas de que eles estavam todos lá. Como diabos sua casa de praia dolado Astor de sua família se tornou um lugar de leilão estava além demim! Não importava, porque terminava aqui e agora. Esta noite!

Indo em direção à casa, usando as sombras da noite como nossodisfarce, avistei a figura de uma mulher tropeçando, correndo pela areia.

Percebi quem era no mesmo instante em que Massimogritou. — Ella! 

Todos nós pegamos o ritmo, correndo em direção a suaforma. Meus olhos examinaram a área. Onde estava Grace? Onde estavaminha esposa? Essas duas sempre ficaram juntas.

Ela se jogou nos braços de Massimo, soluçandoincontrolavelmente. — G-Grace, — ela tentou dizer suas palavras, seurosto manchado de lágrimas causando medo no meu estômago. Ondeestá a minha esposa? — Ajude-a. Roberto está com ela.

— Onde ela está? — eu exigi. Ela imediatamente se virou ecomeçou a correr na mesma direção. Sem outra palavra, seguimos.

E foi quando eu a vi, deitada no chão, lutando contra aquelemaldito bastardo. Roberto estava com as mãos em minha esposa. Raivadisparou através de mim, dando-me adrenalina e fúria adicionais.

Não chegamos muito tarde.

O terror dos gritos de minha esposa me gelou até aos ossos. Araiva disparou pelo meu cérebro e ver sua pequena forma chutar e se debater na praia, o punho de Roberto acertando seu rosto. Meus péschutaram mais forte, correram mais rápido. Minha mão estava levantada,a arma apontada para Roberto, mas não consegui puxar o gatilho. Gracelutava com ele e o pensamento de atirar nela por acidente me aterrorizou. 

O medo faz parte de nós, ouvi a voz do meu pai. Significa quetemos algo valioso.

Eu rugi de raiva, vendo Roberto desabotoar as calças, tentandoestuprar minha esposa. Apenas a fúria cega e o amor por minha mulherme empurraram para a frente. Antes que ele pudesse empurrar dentrodela, eu o agarrei pelo pescoço e o levantei de seu pequeno corpo.

— Você está morto! — Gritei uma promessa, balançando-o noar. Grace correu para trás, os joelhos chegando ao peito, cobrindo se. Meus olhos se encontraram com seu olhar, observando seu estado.Um hematoma roxo se formando em seu olho, sua bochecha colorida empreto e azul, sangue escorrendo pelo nariz.

— Ele te estuprou? — murmurei, meu peito apertando de dorao ver seu pequeno corpo tremer.

— N-não, — ela gaguejou, lágrimas escorrendo pelo rosto. 

— Aqui, pegue minha jaqueta. — Cassio ofereceu. Ela balançoua cabeça, afastando-se dele.

Ela soluçou, e meu maldito peito doeu. Doeu fisicamente verminha mulher forte assim. Cassio permaneceu à distância, mas estendeu ocasaco para ela novamente. Suas mãos tremiam quando ela o pegou.

Virei meu olhar furioso para Roberto. — Ela é a porra da suaprima, — vociferei. 

— Ainda um pedaço de bunda, — ele cuspiu. Meu punho atingiuseu rosto e um grito covarde escapou dele.

— Mate-o, Luciano, — ela murmurou, seu olhar fixo no meu. —E faça doer. 

Olhei para Alexei e Luca, — Vá ver se você consegue encontraralgum daqueles bastardos restantes. — Minha voz estava rouca,tremendo de raiva. — E mate todos eles, qualquer um deles. 

Os dois decolaram, prontos para começar o massacre daquelesbastardos.

Meus olhos se voltaram para Roberto e o soltei, deixando-o cairde joelhos como o cachorro que ele era. Meu punho acertou seu rosto,uma e outra vez, até meus dedos ficarem em carne viva.

— Eu vou te matar devagar, — prometi sombria mente,segurando seu olhar. Havia tanta adrenalina pulsando em minhas veiasque eu poderia dar socos a noite toda. — Vou cortar você em pedaçosminúsculos e espalhá-los por todo este maldito planeta. Um santo nãoserá capaz de juntá-los. 

Cravei um joelho em seu estômago, puxando minha faca. Elecaiu com o impacto em seu estômago e isso me deu um ângulo perfeitopara agarrar seu cabelo e enfiar seu rosto na areia. Pressionei com força  contra o material granular. Ouvi-lo engasgar enquanto lutava sem sucessocontra mim me fez sorrir de satisfação.

— Ninguém toca na minha mulher, — vociferei, cortando suabochecha aberta. — Ninguém toca na minha família. 

O sangue jorrou dele, espalhando-se por todo o rosto,misturando-se com grãos de areia. Seus braços se agitaram, procurandoqualquer coisa para agarrar, mas não havia nada. Apenas grãos de areia.

— Você fodeu tudo, — esbravejei, minha raiva assassina mecegando. Enfiei a faca em seu pescoço, onde a artéria principal o mantinhavivo e o vi gorgolejar, engasgando com seu sangue e nunca me deleiteitanto com o som de um homem morrendo.

— Minha. Mulher. — soltei seu corpo, e ele caiu de lado naareia, o sangue encharcando-o.

— Luciano. — A voz suave de minha esposa me tirou da raiva, eme virei para encontrá-la me observando. 

Porra, continuei mostrando meu lado implacável para minhaesposa. Não era exatamente uma maneira de fazê-la ficar comigo.

Eu tinha que cuidar dela primeiro. Ela não precisava ver toda aminha maldade e crueldade. Pelo menos não agora. Mas com nossosolhares travados, em vez de medo, seus olhos brilharam com outracoisa. Ela levantou a mão, estendendo a mão para mim, e eu corri para olado dela, envolvendo meus braços ao seu redor.

E então os soluços venceram e seu pequeno corpo tremeuenquanto ela enterrava o rosto no meu peito. 

— Está tudo bem, Tesoro — murmurei. — Estou aqui. Estareisempre aqui. 

Minhas mãos desajeitadamente esfregaram suas costas,manchando seu vestido com sangue. Elas mataram por ela. Mas agora,nada importava mais do que fazê-la se sentir melhor. Eu a limparia maistarde. Eu daria a ela tudo e qualquer coisa que ela precisasse. Agoramesmo, eu a confortaria. 

Levantei a cabeça e encontrei os olhos de Cassio. Ele balançousua cabeça. Benito e Marco King ainda estavam soltos. Seus olhosviajaram para a forma trêmula da minha esposa, a preocupação em seurosto. Ele estava familiarizado com a dor de ver sua mulher quase serestuprada.

Meu olhar mudou para Luca e Alexei. Massimo já levou Ella devolta para o carro. Ela mal estava se segurando. Eu não poderia culpá-lopor cuidar de sua mulher. 

— Obrigado, — eu disse a todos eles.

Todos os três assentiram em silêncio, vendo minha corajosa eforte esposa desmoronar em meus braços. 

— Shhhh, — murmurei. — Te peguei. 

LucianoWhere stories live. Discover now