Capítulo 12

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Grace

Fiquei parada, a palma quente de Luciano contra minhascostas. Eu odiava como isso fazia minha pele queimar, a sensação deformigamento disparando por todo o meu corpo, meu sangue fervendocom a necessidade.

Não é pelo toque dele, tentei me convencer. Era natural ter umareação física depois de sentir a mão do homem em mim depois de tantosanos. 

Eu tive que lutar contra o desejo de fechar os olhos e me inclinarpara trás em seu toque. Meu coração trovejou no peito, excitação eadrenalina se misturando. Luciano Vitale acabaria me custando mais que avida se eu abaixasse a guarda. Eu ficaria por aqui até que a anulaçãoacontecesse, então iríamos embora sem olhar para trás. 

— Eu tenho que dizer, Luciano, — comecei, embora minha vozestivesse um pouco aguda. — Você é péssimo como um garoto dapiscina. Eu tive muito melhor. Então, ou coce o local ou se afaste de mim. 

— Assustada, Tesoro? — ele sussurrou a pergunta em meuouvido. Sua respiração estava quente, inflamando meu sangue a cadasílaba.

Essa era a parte mais aterrorizante. Não senti medo, apenas umdesejo ardente que me transformaria em cinzas a qualquer momento. Anecessidade de sentir suas mãos por toda a minha pele limpou qualquerrazão ou sanidade, deixando-me apenas com desejo. Este desejo dolorosopor este homem... a dor que só ele poderia saciar.

— Mamãe, — a voz do meu filho me acordou da neblina e dadestruição iminente sob o toque do meu marido.

Afastei seu toque e corri para Matteo. — Ei, amigo, — eu olevantei no ar. — Como foi o parquinho?

— Divertido. 

Meus olhos se voltaram para o pai de Luciano. — Obrigada porlevá-lo ao parquinho. 

Ele sorriu, e me impressionou o quanto meu filho se pareciacom seu pai e avô. A semelhança era clara como o dia. Luciano era umhomem perspicaz e inteligente, e eu temia que ele visse isso a qualquermomento. Cada segundo em torno desses homens era umperigo. Precisávamos sair daqui antes que os dois descobrissem quem erao pai de Matteo. 

— O menino gosta de balanços, — anunciou o velho Matteo. —Davvero? — perguntou ao neto. Certo? Matteo assentiu avidamente, seurosto todo iluminado de felicidade. — Mas agora estamos com fome parao almoço

Matteo se soltou dos meus braços e correu até ao pai deLuciano. — Nonno, Nonno. 

Cada vez que ouvia Matteo chamar Nonno ao pai de Luciano,uma pontada de arrependimento me atingia. Parecia que roubei dele oconhecimento de que tinha um neto. Não como se eu tivesse realmenteroubado... Quer dizer, eu roubei, mas não foi tudo culpa minha. Seu filhotambém era culpado. 

— Vou alimentá-lo, — disse em uma voz tensa. — Ele está cheiode energia. 

O pai de Luciano apenas deu de ombros. — Gosto disso. Ele melembra Luciano quando tinha essa idade. 

Engoli em seco, minha boca seca. Sempre achei que Matteo eragêmeo de Luciano. Nonno apenas confirmou. Ele suspeitava? O pai deLuciano era muito perspicaz. Afinal, seu filho conseguiu isso dele.

Embora quando se trata de mim, meu marido é cego como ummorcego, pensei sarcasticamente.

Quis homenagear o pai de Luciano quando nomeei nossofilho. Mas eu acreditava que nunca mais o veria, nenhum delesnovamente. Agora eu ponderava se era uma coisa inteligente afazer. Observei meu filho se afastar de mim com seu avô, de mãos dadas,na direção da cozinha. A geração mais nova e a mais velha.

LucianoWhere stories live. Discover now