Capítulo 25

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Luciano 


A morte vem para todos nós.

Já vi centenas de homens morrerem. Alguns eu matei,outrosforam mortos por meus inimigos. Alguns eu me lembrava, outrosnão. Alguns mereciam, outros talvez não. Mas este mereceu, muitasvezes.

O corpo de Alphonso Romano jazia aos meus pés, cheio dechumbo. Cheio de balas. Algumas da minha arma. Algumas de Massimo. Ealgumas de Alexei.

— Você está bem? — O sotaque russo de Alexei erapesado. Escusado será dizer que este homem não era o seu favorito. Eletentou colocar suas patas sujas em sua meia-irmã.

Cassio e Luca ainda lutavam contra os guardas de Alphonso eenquanto os tiros de balas voavam pelo ar, o medo cravou suas garras emmeu coração. Pela primeira vez, provei o medo da morte.

Medo por ela.

Minha esposa.

Grace Vitale.

Era uma sensação desconhecida, mas a dor era afiada comouma navalha. Se Grace morresse, a morte me reivindicariatambém. Porque ela tinha levado um grande pedaço de mim.

Levantei o olhar do corpo morto do último macho Romano eobservei Cassio apontar um estilo de execução de arma para o últimoguarda de pé.

Continuei a descer o labirinto, meus passos apressados esilenciosos enquanto eu tecia meu caminho através dele.

Mantenha Grace segura. Mantenha Grace segura. 

Os tiros soaram, muito perto, outro grito. O de uma mulher. —Essa é Ella, — a voz de Massimo retratava o terror que eu sentia. Por quenão ouvi a voz de Grace?

Minhas botas atingiram o chão correndo, nossos movimentossilenciosos e mortais. Eu não conseguia correr rápido o suficiente.

Eu mato qualquer um que a tocar. Eu queimarei este mundo atéao fim se alguém a machucar.

Com a mão na arma e o dedo bem apertado no gatilho, corri nafrente. O nome da minha esposa ecoava no meu cérebro a cada passo, acada batida do coração. Assim que chegamos a uma clareira, meu passovacilou. 

O corpo de Sophia Romano jazia imóvel no chão sujo, seusangue manchando a terra. Dois outros cadáveres se espalhavam pelapequena clareira.

E foi quando eu vi. Os sapatos nude da minha esposa. Oesmagamento do meu peito parecia um soco físico quando Massimosoltou um suspiro irregular.

— Que porra aconteceu aqui? — Alexei e Cassio perguntaram aomesmo tempo. 

O som borbulhante veio da boca de Sophia. Dando dois passosaté ao corpo dela, eu me abaixei.

— Onde está a minha esposa? — Eu assisti a mulher gorgolejarem seu próprio sangue, engasgando com ele. Deixe-a engasgar com isso,depois que eu tiver minhas respostas.

Seus dedos estenderam a mão para mim e agarraram minhacamisa. — Ajude-me. 

Ela estava louca se pensava que eu a ajudaria. Toda a dor queela causou à minha família. E agora ela levou minha esposa. Ameaçou meufilho. 

Mas eu mantive minhas emoções sob controle. Eu precisava derespostas.

— Onde está a minha esposa? — repeti. — Se você me der umaboa resposta, eu posso poupá-la. 

Olhando para baixo, observei seu desespero e a vontade deviver mover seus lábios finos. Eu não disse que a deixaria viver, mas eu apouparia de engasgar com seu próprio sangue

Seus lábios se moveram, sua voz fraca enquanto ela tentava medar a resposta. Caí no chão, meus joelhos afundando nele, meu rostoinclinado perto do dela, eu podia sentir o cheiro de sangue em suarespiração. 

— Onde está minha mulher? — Eu vociferei, sacudindo-a. —Onde ela está? 

— Luciano. — Cassio se ajoelhou ao meu lado, sua mão no meuombro. Eu me virei para encontrar seu olhar e o encontrei segurando umaagulha.

A crueza... ela quebrou através de mim me arrastando parabaixo, me afogando. O desenho dentro do meu peito se espalha,arranhando o buraco fundo e se enterrando em sua escuridão. Grace eraminha luz.

Grace é minha luz.Eu preciso dela.

Nosso filho precisa dela.

Nonno precisa dela.

Nós precisamos dela.

— Sua puta do caralho, — vociferei. — Onde está a minhaesposa? Ou eu juro por Deus, vou mantê-la viva para que possa torturá-larepetidamente pelo resto de sua vida miserável.

— Ela atirou em mim. — Sua voz era quase inaudível.

Minha Grace. Minha doce esposa. Ela atirou na avó.

— Eu aposto que você mereceu, vedma, — Alexei cuspiu, seucorpo imponente cutucando suas pernas, chutando-as ao redor como opedaço de lixo que ela era. Ele parecia um maldito psicopata, ou um anjoda morte, elevando-se sobre ela assim. Ele a chamou de bruxa, o que elarealmente era.

— Onde está minha esposa, sua vadia? — gritei na cara dela. Elae Alphonso custaram a vida da minha mãe e da minha irmã. Eu nãopermitiria que ela tirasse minha esposa de mim também. A mãe do meufilho. — O que aconteceu com ela? 

— Benito, — ela murmurou fracamente. — Casa de praia Astor. 

Fortalecendo meu queixo, levantei meu braço e apontei minhaarma para sua cabeça. — Apodreça no inferno, — eu disse a ela friamentee puxei o gatilho. Seu corpo caiu na terra. — A morte rápida foi mais doque você merecia. 

Enfiei minha Glock de volta no coldre e me virei para encarar oshomens. — Connecticut, — eu disse ao grupo. — Foi para lá que eles alevaram.

Grace e Ella estão em Connecticut.

Espere Grace, estou indo.

LucianoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt