Capítulo 22

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Grace

— Obrigada, — disse ao motorista do Uber. Eu sabia que Luciano queria que levássemos seu motorista para que ele soubesse nosso paradeiro. 

Se Ella e eu falhássemos, eu não poderia arriscar nada do que estávamos prestes a fazer para ser presa a Luciano. Pelo bem de Matteo.

A probabilidade de Ella e eu matarmos Benito King era quase nula. Se tivéssemos sucesso com nosso plano, correríamos de novo. Em algum lugar que a família King não conseguisse nos encontrar e nos vender como ações. Mas primeiro, eu faria meu tio e minha avó pagarem... por tudo.

Desnecessário dizer que ainda não chegamos à arrecadação de fundos de Luciano. Se meu tio estivesse lá, seria mais fácil lidar com minha avó sozinha. Ela não esperaria, então podemos ter um elemento surpresa. Livrar-nos de um e depois do outro pode ser o nosso único caminho.

Meu Louboutin de cinco polegadas caiu no asfalto quando saímos do carro. Os grandes degraus de mármore estilo bolo de casamento abriam uma vista magnífica para uma grande mansão. A Mansão Romano que estava na família do meu pai por séculos. Que eu não tinha pisado até aos doze anos, depois que meu tio assassinou meus pais. 

Dando um passo de cada vez, Ella e eu caminhamos lentamente até à entrada onde o velho mordomo aguardava todos os convidados. Se ele me reconheceu, escondeu-o bem.

— Boa noite, — ele nos cumprimentou. Balancei a cabeça sem uma palavra. — O salão de baile fica em frente e pegue a segunda porta dupla à esquerda.

Eu não me incomodei em lhe dizer que sabia onde estava. Ella e eu sabíamos. Quando os pais dela foram mortos pelas ações do meu tio,ele só a acolheu para proteger seu investimento. Ele ganharia dinheiro com ela, de uma forma ou de outra.

Continuamos, nossos saltos batendo ruidosamente contra o chão de mármore. Embora houvesse uma festa em pleno andamento,parecia estranho, os ecos de nossos saltos sacudindo meus nervos. 

Paramos na entrada do salão de baile, meus nervos à flor da pele. O salão de baile chamativo e vistoso da propriedade do meu antepassado disfarçava todo tipo de feiura. A riqueza da família Romano foi feita com o sangue e as lágrimas de mulheres inocentes. Eu entendia por que meus pais não queriam nada com a família do meu pai. O conhecimento de como eles ganhavam dinheiro manchava cada coisa ao seu redor.

A sala ficou um pouco mais silenciosa, o ar um pouco mais tenso. Ou talvez fosse só eu. Minha avó sempre me fez sentir pequena, indigna. Ela me odiava tanto quanto odiava minha mãe, culpando-a por tirar seu primogênito dela. Ela culpou minha mãe por meu pai ter abandonado a família, quando foi a sujeira dela que o fez virar as costas para o nome Romano. 


— Sou sua avó, Sophia Romano. — Eu não sabia que a família do meu pai estava viva. Nenhum dos meus pais mencionou isso. Essa mulher nem foi ao funeral.

Devo abraçá-la? Eu me perguntava. Dei um passo hesitante quando sua voz me parou. — Você é uma fêmea primogênita, e a única fêmea, nascida na linhagem da família Romano. 

Não entendi as palavras, nem o significado por trás delas. Minhas sobrancelhas se franziram em confusão, olhando para a mulher que me olhava com desgosto.

O que eu fiz com essa mulher?

 Minhas mãos se apertaram ao redor do livro que eu segurava. Na verdade, era um álbum com fotos dos meus pais. O único objeto que eu trouxe. Eles me proíbem de trazer qualquer coisa, nem mesmo minhas roupas.

LucianoWhere stories live. Discover now