Capítulo 26

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Wei Ying caminhou por muitas horas pelas ruas antes de parar e se sentar em uma calçada. Suas mãos suavam e tremiam e ele estava perdido, tanto no espaço quanto em sua mente. Pensava em como havia deixado as coisas passarem dos limites e em como ele sairia prejudicado daquilo. Não devia ter se entregado daquela maneira tão fácil. Não devia ter feito isso com Lan Zhan.

Apenas a menção mental do nome do jogador fazia Wei Ying estremecer onde estava e negar com a cabeça. Parecia que ele estava prestes a explodir e que nada poderia ser feito para impedir tal ação. Chocou-se, ao perceber que estava agindo da maneira mais absurda possível diante da situação em que estava e mordeu a parte interna da boca enquanto refletia.

Sentia-se tão sozinho naquele momento. Sentia como se ninguém pudesse suprir a falta que ele tinha no peito e que o pouco que ele tinha havia sido sugado por Lan Zhan em poucos minutos. Talvez não estivesse errado. Ou quem sabe, Wei Ying estava interpretando tudo o que havia acontecido de forma errada e ele apenas não podia enxergar que Lan Zhan não o havia tirado nada.

Lan Zhan havia dado a Wei Ying o sentimento que ele não sentia diariamente. Lan Zhan, em vez de lhe ferir, o tratou da maneira que Wei Ying queria desde o princípio: Lan Zhan o tomou para si. O teve de muitas formas, de forma dura, sarcástica, carinhosa, dúbia... E Wei Ying o teve de volta, mas nenhum deles sabia que estavam lidando com amor enquanto se tocavam naquela pequena cama e naquele quarto frio.

Frio. Quanto frio Wei Ying sentia agachado naquela rua. Sem forças, ele mais parecia um indigente. Parecia que mendigava um pouco de afeto, mas que as pessoas lhe negavam isso por ignorarem a sua existência. E mendigar carinho para ele era admitir a sua derrota pessoal para Lan Zhan; nada havia sido esquecido, mas não era apenas sobre a dor do passado... Era sobre o amor que nunca deixou de sentir.

Wei Ying levantou-se do chão e olhou para os lados, a mão sobre o peito e o olhar perdido entre as placas. Andou mais um pouco, os pés cansados, e parou, quando viu o nome de uma rua conhecida. Lembrou-se de passar correndo por ela várias vezes no passado, a mochila sobre um dos ombros e revistinhas em uma das mãos e seu melhor amigo ao seu lado com um sorriso sincero.

Chegou perto de uma das casas – cuja pintura e reformas faziam-na estar diferente do que ela um dia foi – e verificou na caixa de correios se os atuais moradores ainda eram os mesmos de dez anos antes e, tendo esta certeza, apertou a campainha, esperando pacientemente alguém abrir.

O senhor Nie, um tanto mal humorado, abriu a porta e se espantou ao ver Wei Ying parado em frente à sua porta pálido e frio como um morto-vivo. O rapaz apenas lhe questionou onde era a atual casa de Huaisang, pois ele precisava vê-lo, mas o Sr. Nie o forçou a entrar e a tomar um copo de água e ofereceu a Wei Ying uma carona, que mesmo negada, acabou acontecendo.

Então, depois de alguns minutos, lá estavam Wei Ying e o Sr. Nie tocando a campainha de Huaisang. O rapaz demorou um tanto para atender a campainha – pelo horário, assim como o Sr. Nie, ele estava dormindo antes de Wei Ying chegar – e quando ele abriu a porta, Wei Ying jogou-se em cima do amigo, que quase caiu em desequilíbrio. Wei Ying abraçava Huaisang com tanta força que quase o sufocava.

Huaisang, por cima do ombro do músico, olhou para o pai de forma interrogativa, mas o Sr. Nie apenas meneou a cabeça e deu meia volta, dizendo que voltaria para casa. Com dificuldade, Huaisang fechou a porta e separou-se de Wei Ying para olhá-lo.

"Hey..." Disse, segurando-o pelos ombros. "...Wei Ying, olha pra mim, o que aconteceu? Por que você está desse jeito?"

Wei Ying não disse nada e voltou a abraçar Huaisang com muita força. O amigo suspirou e o retribuiu o abraço, apertando Wei Ying de maneira gentil até que ele se sentisse bem o suficiente para soltá-lo por conta própria.

SeventeenTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon