TORTA, CAPPUCCINO & (DES)ENCONTRO | 𝓣𝓱𝓲𝓪𝓶

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O resto do caminho realmente se seguiu sem nenhum alarme, nem mesmo uma segunda pausa para beijos como esperava e, talvez, apenas talvez, isso tenha me deixado um pouco decepcionado, porque os beijos de Theo são bons demais para serem evitados por tanto tempo e considerando que o enrolei um mês inteiro para tal feito, ainda parecia irreal demais para ser esquecido.

A entrada está tranquila quando ele sai da rodovia, a princípio fazendo meu peito se acelerar de forma afoita. Então Theo toca meu joelho, não é nada demais, mas ainda traz uma descarga elétrica para meu corpo. E ele vira à esquerda para uma estrada secundária, no início de terra, que nos guia para dentro de um mato denso e grandes árvores que seriam assustadoras se a lua não estivesse tão alta. Por fim, a estrada de terra vira uma estrada de cascalho, fazendo Theodore sorrir na minha direção, como quem diz ter tomado o caminho certo.

Não faço ideia de quantos minutos levo, mas não muitos, para ver a extensão de um portão alto se prostrar a nossa frente. Duas colunas grandes de cada lado e ele é feito de ferro. Como se estivéssemos voltando no tempo. E tem um símbolo confuso de explicar talhado em ferro em uma das colunas.

— O que é?

Como um admirador de história, me sinto intrigado de forma quase obsessiva com isso. E tenho certeza que Theodore percebe que não irei desistir mesmo que não me conte.

— Triskelion. — Tento decorar o nome, pensando em pesquisar depois, quando ele continua — É um símbolo celta, significa algo como o crescimento pessoal, desenvolvimento humano e expansão espiritual... Nossa família sempre esteve em Beacon Hills, a fazenda faz parte de Beacon e tudo começou aqui, antes mesmo da mansão na reserva e minha mãe costuma dizer que é um bom símbolo para nossa família, que é para aqueles que passaram por alguma dificuldade muito grande na vida e que logo após conseguiram superá-la... É para mostrar que o esforço vale a pena, lembrar que tudo pode ser superado e mais um bando de coisa.

Gosto do fato dele me contar o que sabe. E parece uma coisa séria para sua família. O modo como sua voz sai mais tensa e complacente.

— No casarão, antes da tia Talia ir morar longe, deixou um monte de coisa com o símbolo espalhado, então, mamãe gosta de ir para lá sempre que acontece alguma coisa, apesar de reclamar que o tio Peter nunca deixa a casa arrumada.

— Seu tio Peter mora na mansão?

— Ele, Malia, Cora e, as vezes, Derek. — ele faz uma pequena pausa — Derek está lá em casa, como não quer que a tia Talia e o tio August saibam que tá divorciando.

Sorrio para Theo, o vendo descer da camionete e abrir o portão. Ele sibilou algo sobre se sentir mal ao pensar em algum dos empregados fazendo algo como isso. E então seguimos o caminho para dentro. A entrada é cercada por árvores, além do fato de estar de noite, o que por si só já dificulta ver qualquer outra coisa, e a não sei quantos metros do portão, as árvores terminam, fazendo meus olhos se arregalarem para poder enxergar melhor, revelando algo parecido com um castelo enorme, todo iluminado. E me sinto a porra de um príncipe.

— Uau!

— Quando eu era criança, costumava dizer que seria a Fera e me mudaria para cá até encontrar uma Bela para mim. — Theodore solta do nada, e sua mão aperta meu joelho — Bem-vindo ao castelo, passarinho.

Pisco meus olhos, um sorriso rastejando por meu rosto, enquanto encaro a grande estrutura, ouvindo com atenção cada palavra proferida por Theodore ao vê-lo guiar a camionete pela volta da propriedade, antes de invadir a garagem atrás da grande propriedade. E tudo parece estranhamente perfeito. A estrutura possui dois pisos principais e um terceiro apenas para o sótão, com janelas na cobertura. As paredes são de tijolos à vista e apresentam uma tonalidade estranhamente familiar com o amarelado, como se estivessem a anos expostos ao relento, coisa que é verdadeira.