— Leia este. — era um livro com a capa vermelha e alguns traços em dourado. — Sonhos de Uma Noite de Verão,  William Shakespeare. — o ômega conhecia o nome.

— Já ouvi falar, mas não tive a oportunidade de ler. — Os olhos azuis analisavam o livro como se fosse a coisa mais incrível do mundo. — São difíceis de encontrar. — desviou seus olhos azuis do livro para encarar o alfa com fascínio.

— São sim, mas nessa biblioteca, tem de tudo um pouco. — Olhou em volta vendo os vários livros que nunca terminou de ler. — Livros em vários idiomas com diversos conteúdos.

— Posso ler aqui? — O loiro perguntou baixinho e envergonhado.

Sasuke colocou as mãos nos bolsos e mordeu o lábio sentindo um misto de sensações em seu interior. Achava a timidez de seu ômega, algo fofo, mas. Não queria que ela interviesse nas decisões e ações de Naruto.

— "O tempo é algo que não volta atrás. Por isso, plante seu jardim e decore sua alma. Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores." — Naruto arregalou os olhos diante da citação. — Não espere que alguém lhe dê permissão pra tudo Naruto. A vida é sua, faça por si próprio. Quer ficar aqui? Escolha fazer isso! A casa agora, é tão sua quanto minha.

O Uchiha saiu da biblioteca, deixando um Naruto surpreso para trás e com um sorriso no rosto. Nunca fora tão tratado como alguém, porém, naquela casa, junto daquele alfa perigoso, ele se sentiu especial uma vez na vida. Fechou o livro que estava lendo e abriu o outro, sentindo-se valorizado e cuidado.

— "O que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.'' — os pensamentos do Ômega foram para o alfa Uchiha.

De repente, Naruto sentiu-se sortudo, por ter sido vendido e obrigado a se casar com Sasuke Uchiha. Apesar de tudo, o alfa estava se tornando sua liberdade.

Mas era preocupante. Se via a profundidade  dos traumas de Naruto com sua família quando ele agradece por ter servido como moeda de troca, perder se casado contra sua escolha. Ele estava feliz, estava feliz por não saber como ou onde estavam.

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Naruto fechou o livro quando sentiu fome, decidindo que deveria comer algo. Saiu da biblioteca e desceu pelas escadas em direção a cozinha, onde viu uma senhora baixinha de cabelos grisalhos. Provavelmente fazia o jantar.

— Com licença… estou com fome, tem algo para comer?

A senhorinha olhou o garoto de cima a baixo com o nojo escancarado no olhar, deixando as rugas ainda mais aparente ao contorcer o rosto. Ela o ignorou e voltou ao seus afazeres.

— C'est ta maison, mon garçon. Mangez ce que vous voulez². — falou com a voz arrastada e em francês

Naruto não entendeu uma palavra sequer. Estava constrangido.

— O que? Não falo ou compreendo francês. — O loiro mordeu o lábio com força quando a senhora cravou a faca de uma vez em cima da mesa de madeira

Tenho quase certeza que ele queria que essa mesa fosse a minha cabeça. O porquê? Não sei também.

Ela se virou para Naruto com as mãos na cintura, olhando-o com superioridade.

— Então aprenda, ômega. — disse enquanto pegava alguns biscoitos que tinha em uma cestinha

Jogou o potinho metálico de biscoitos em cima da mesa, para o loiro pegar, fazendo um barulho agudo e irritante. Se virou novamente para o fogão, não sem antes dizer:

— Oméga stupide!³

Xingar era de graça, assim como chorar.

Naruto abaixou a cabeça. Não entendeu o que ela disse, mas o tom de voz traduzia por ele. Ouviu risadas, e quando observou melhor o ambiente, viu empregadas com a mão na boca rindo e cochichando.

Akuto Where stories live. Discover now