A Realidade

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Dia 1:

E aí, pessoal! Madison na área, e eu sei, parece meio doido começar um diário, especialmente para alguém como eu, que costumava ser a líder de torcida mais animada da escola. Mas, como podem imaginar, o mundo deu uma guinada total, e eu preciso compartilhar tudo isso com alguém, mesmo que não exista, pois se eu não fizer, não irei aguentar. Então, cá estamos nós. Eu era aquela garota que vivia com um sorriso no rosto, sempre com meus pompoms e pulando pelo campo. Mas, bem, as coisas mudaram.

Hoje começou como qualquer outro dia. Eu estava na escola, liderando os ensaios da equipe de torcida, pulando, fazendo poses e sorrindo como sempre. As meninas estavam empolgadas, e eu estava na minha vibe. Mas, do nada, algo aconteceu. O céu ficou vermelho escuro, e uma sensação estranha tomou conta de todos nós. As pessoas começaram a entrar em pânico, gritando e correndo.

E aí, o impensável aconteceu. Aliens. Sim, você leu direito. Aliens desceram dos céus em naves espaciais e começaram a disparar lasers ou algo assim. Era como algo tirado de um filme de ficção científica, mas era real. As ruas viraram um pandemônio, e eu só conseguia pensar em sobreviver. Tive que largar meus pompoms fofinhos e correr pela minha vida.

Dia 6:

Hoje foi um pesadelo daqueles. Eu mal posso acreditar no que vi. Os aliens estão por toda parte, e eles não têm nada a ver com qualquer coisa que já tenha visto antes. Ainda mais com esses olhos negros que parecem não ter alma. Eu me escondi em um prédio abandonado, mas o governo também está na briga contra eles, mas não sinto que estão tendo chance. Houve batalhas violentas entre os militares e os aliens, e eu estava lá, no meio da confusão, sem meus pompoms lindos e também rezando para que tivesse água por mais um dia, ou que pelo menos ela não estivesse contaminada com algum tipo de sangue de alien viscoso.

Eu não queria acreditar que isso estava acontecendo. Pessoas morrendo, prédios pegando fogo, e eu ali, encolhida num canto, tentando não ser vista ou fazer sons. Estava com tanto medo que mal conseguia respirar durante as batalhas. O mundo que eu conhecia estava desmoronando diante dos meus olhos, e eu não tinha ideia do que fazer.

Dia 13:

Hoje, precisei tomar uma decisão: preciso encontrar suprimentos se quiser sobreviver a essa loucura, pois os do prédio esgotaram. A cidade está em ruínas, e as lojas já foram saqueadas, mas tive sorte de encontrar um lugar que parecia não ter sido mexido ainda. Consegui uma arma que achei num carro de polícia, nunca fui boa com armas, mas quando a situação aperta, ela é, sem dúvida, bem-vinda!

Enquanto eu vasculhava o lugar por qualquer coisa que seja, testemunhei mais da destruição causada pelos aliens. Os prédios estão desabando, carros abandonados estão espalhados por todo lado, corpos estavam a cada esquina e o silêncio era sufocante. Não consigo deixar de pensar em como as coisas eram antes. O mundo era tão diferente, lindo e pacífico.

Dia 19:

Queria apenas compartilhar um pouco do que está acontecendo comigo. Estou sozinha há tanto tempo que parece que a escuridão desse mundo está se infiltrando até na minha alma. Fazem 19 dias que não encontro outro ser humano que não tenha ficado louco ou esteja correndo de mim pelo medo. Os aliens ainda estão por aí, pairando sobre a cidade, como se estivessem nos observando, esperando para nos pegar. Será que eu poderia ter feito alguma diferença para alguém naquele dia fatidico, ou fui inútil até hoje? Todas as minhas noites de sono tenho pesadelos recorrentes sobre as mortes que presenciei no inicio disso, eu só queria que eles parassem, eu só queria que tudo voltasse ao normal. Mas mesmo tentando me adpatar, penso constantemente nas pessoas que perdi, nos meus amigos, na minha família. Será que ainda estão vivos? Será que estão lutando como eu? Ou será que estão perdidos para sempre nesse pesadelo?

Me desculpem, eu queria poder ajudar vocês, eu realmente queria ter esse poder.

Dia 26:

Hoje, vou confessar, estou começando a perder as esperanças. Não sei se as coisas vão voltar a ser como eram antes. Talvez isso seja o novo normal. Talvez essa seja a realidade que teremos que aceitar. Os aliens estão aqui para ficar por alguma razão, talvez queiram nossa água, comer os humanos, destruir o planeta, o que importa? Afinal, não importa o quanto lutemos, parece que não conseguimos vencê-los. Não sou mais aquela líder de torcida sorridente e fofa que costumava ser. Estou cansada, com medo, apenas tentando sobreviver. E o pior de tudo isso é que não tenho mais meus pompoms para me darem a alegria de viver.

Por qual razão ainda sigo tentando se o destino será morrer por causa desses aliens?

Dia 31:

Algo incrivelmente estranho aconteceu hoje. Enquanto me dirigia ao meu esconderijo de sempre, topei com um grupo de pessoas bem peculiares. Não pareciam ser aliens, pelo menos não em aparência. Imagine só a piada que seria ver um alien vestindo calcinhas, cuecas ou outras roupas para humanos.

Eles me chamaram e fizeram sinal para que me aproximasse em silêncio. Graças à minha experiência como líder de torcida, consegui me aproximar sem fazer barulho. A expressão em seus rostos era uma mistura de surpresa e curiosidade. Senti como se tivesse um peso tirado de mim, finalmente encontrei humanos que ainda estão com a mente em dia!

Começaram a fazer perguntas sobre como eu estava sobrevivendo sozinha até agora. Mesmo relutante, expliquei como tenho me escondido e conseguido reunir suprimentos. Finalmente, pedi para me juntar a eles, e eles aceitaram minha presença. Foi como se eu tivesse sido convidada para fazer parte do elenco principal de um grande espetáculo!

Eles me conduziram a um tipo de bunker abaixo de um hospital da região, que estava parcialmente destruído, com partes do teto e da entrada explodidas. No bunker, notei outros sobreviventes e descobri que esse lugar aparentemente se estendia a outros abrigos subterrâneos por aí, ainda que sua maioria esteja fechada. Lá, eles me explicaram que têm um plano para lutar contra os aliens, segundo eles, acreditam que a chave para tudo isso está em um dispositivo de comunicação estranho, que se assemelha a um antigo telegrama, mas foi modificado com alguma tecnologia extraordinaria que o cientista e a astronauta estiveram estudando. Não entendi todos os detalhes, mas sinto que posso confiar neles quanto a isso, mesmo com todas as incertezas deste novo mundo.

A única coisa que sei é que minha vida mudou para sempre, e o futuro é tão incerto quanto o presente. Eu sou Madison, a ex-líder de torcida, agora apenas uma sobrevivente tentando encontrar um lugar neste mundo caótico e sombrio. Se você está lendo isso, saiba que não estamos sozinhos nesta luta. Juntos, talvez, possamos encontrar uma maneira de recuperar o mundo que perdemos.

ApocalypseWhere stories live. Discover now