DIXIÈME CHAPITRE

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      O casal estava chegando na casa de Louis Antoine no horário combinado, para jantar com seus pais. Desceram do táxi e Afonso lançou um olhar carregado de tensão.

— Ainda dá tempo de desistir. — Antoine disse, com medo da resposta.

Mas o português apenas sorriu, segurando sua mão e este gesto já era um hábito entre eles.

— Vamos entrar, então?

— Vamos lá, meu anjo!

Foram em direção ao portão que separava o jardim da casa com a rua. Era um bairro tranquilo, longe do burburinho do centro da capital e, assim, se poderia apreciar o céu e a revoada dos pássaros. Atravessaram o jardim perfumado pelas fleurs de pâquerette, chegando até a porta do sobrado.

Antoine tocou a campainha, e logo a porta foi aberta pelo pai dele, já antevendo ser o seu filho com o convidado, como ele mesmo havia dito antes pelo celular.

— Antoine, meu filho! — virou os olhos na direção de Afonso, curioso. — Boa noite?

— Boa noite, senhor Leroux. — sorriu, temendo ser expulso dali.

O homem abriu espaço para os dois entrarem, visivelmente acanhados, fechando a porta em seguida.

— Então, pai, este é Afonso Fernandes. Ele é artista plástico e fez sua primeira exposição aqui em Paris! — sorriu, nervoso.

— É um prazer conhecê-lo, monsieur Fernandes. — estendendo a mão na direção de Afonso, cumprimentando-o com um aperto mais vigoroso. — Pode me chamar de Theodore.

— O prazer é todo meu, Theodore.

Nisso, a mãe de Louis Antoine se aproximou e o gesto de cumprimento se repetiu, sendo convidado por ela a se juntar à mesa e participar da ceia com eles.

— Meu nome é Alexia, Afonso. Posso chamá-lo assim? — sorriu.

— Por gentileza. Me sentiria honrado. — retribuiu o sorriso, seguindo o casal até a sala de jantar.

O jovem francês olhou de soslaio para o seu companheiro, rezando que ele não fosse tratado de maneira rude pelos seus pais.

Sentaram-se todos e um breve silêncio foi quebrado pela mãe de Antoine.

— Então, Afonso, como foi que se conheceram?

Afonso sorriu, sentindo o nervosismo diminuir gradativamente. Era a hora de revelar seu relacionamento com Louis Antoine aos pais do jovem.

— Na verdade, senhora Alexia e senhor Theodore, Antoine e eu nos conhecemos recentemente, no Museu do Louvre. Louis Antoine chegou para apreciar um desenho que eu estava fazendo de Eros e Psiquê, quando nos tornamos amigos. Mas isso não é toda a história... Decidimos de marcar um encontro nas festividades no feriado, e ele, como um bom cicerone, mostrou-me os pontos turísticos e, por fim, me vi enamorado por ele. Em troca, o convidei para ir à minha exposição, já que ele admirou minha arte. Foi um encontro do destino e, desde aquele instante, nossos corações não se separaram.

Os olhares surpresos dos pais de Antoine se encontraram, e, então, Theodore quebrou o silêncio:

— Sabíamos que Antoine tinha encontrado alguém especial quando ouvimos falar da notícia do beijo dele com o artista plástico, Afonso. Confesso que isto pegou-me em total surpresa e sem saber como reagir.

— Compreendo, senhor Leroux...

— Todavia, devo dizer que, no final, depois que o susto passou, eu e minha esposa conversamos e, sinceramente, o que mais queremos é a felicidade dele.

Alexia acrescentou, com um sorriso afetuoso:

— Ficamos felizes por vocês, e, agora, estamos ainda mais felizes por conhecê-lo pessoalmente. O amor é uma dádiva e não poderíamos estar mais gratos por vocês terem encontrado isso juntos.

— E, por favor, não façam mais isso, de simplesmente sumirem como dois criminosos! — disse Theodore, dirigindo um olhar sério ao filho.

— Perdão, pai. Eu simplesmente esqueci o mundo. Não irá se repetir.

Antoine ficou emocionado com a compreensão e apoio de seus pais. Abraçou Afonso, sentindo-se aliviado e grato por ter uma família que o apoiava.

Merci, mère e père. Isso significa muito para nós.

Afonso também estava visivelmente emocionado:

— Estou muito agradecido por fazer parte da família, senhor e senhora Leroux. O que eu mais desejo é fazer Louis Antoine feliz. — sorriu.

Após a revelação do relacionamento de Antoine e Afonso aos pais, compartilharam um olhar significativo, como se quisessem expressar o quanto se amavam e o quanto a aceitação dos pais significava para ambos. Então, enquanto todos continuavam a desfrutar do jantar, Antoine deslizou a mão sobre a mesa e entrelaçou seus dedos com os de Afonso, um gesto que era tão natural quanto respirar para eles.

O artista português, sentindo o calor da mão de Antoine na sua, sorriu ternamente para ele, seus olhos transmitindo palavras não ditas de amor e gratidão. Eles sabiam que tinham superado um obstáculo importante juntos e aquele gesto simples reforçou ainda mais sua conexão especial.

Mais tarde, quando o jantar chegou ao fim e todos se prepararam para se despedir, o casal trocou olhares furtivos. Louis Antoine sussurrou, apaixonado:

Je t'aimerai pour toujours, Afonso...

Eles sabiam que, independentemente dos desafios que o futuro pudesse trazer, tinham o amor e o apoio um do outro, bem como o carinho e a compreensão de seus pais. E assim, saíram da casa do amado francês de mãos dadas, prontos para enfrentar o mundo juntos.

(868 palavras)

(868 palavras)

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NOTA:

Fleurs de pâquerette: Flores de margarida.

Merci: Obrigado.

Mère: Mãe.

Père: Pai.

Je t'aimerai pour toujours: Te amarei para sempre.

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Total de palavras: 9879

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