32 - Descobertas

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O primeiro dia de Peter acompanhando a mãe em um dia de trabalho na torre com os vingadores foi bem divertido do ponto de vista do garoto. Além do passeio de helicóptero que fez com Tony, ele também ajudou Bruce no laboratório, bom, talvez ele tenha mais bagunçado do que ajudado. Mas ele adorou ver as espumas saltarem para fora dos recipientes de vidros quando o cientista misturava os produtos químicos.

Natasha espera que todos os dias sejam tranquilos assim, mesmo sabendo que isso é bem improvável.

- Você acredita que o Tony ensinou o Peter a chamar o Steve de "tio Picolé" hoje? - Natasha perguntou enquanto afastava a coberta para que pudesse se deitar ao lado de Maria

Hill acabou rindo. Isso era a cara de Stark.

- Porque será que eu não tô surpresa?

Natasha se aconchegou nos braços da esposa, que deixou o livro que lia de lado para poder abraçar melhor a ruiva.

- O que foi? - Hill perguntou depois de passarem longos minutos em silêncio

Natasha soltou um longo suspiro antes de dizer:

- Eu só tô preocupada com tudo isso, sabe?

Maria assentiu em silêncio e a ruiva continuou a falar.

- Às vezes eu queria ser apenas uma pessoa comum, queria que nós fôssemos uma família comum, com empregos comuns... apenas duas civis criando seu filho

- Mas se fôssemos pessoas comuns com empregos comuns, nós provavelmente não teríamos conhecido nosso filho

"Ela sempre tem que achar um lado positivo em tudo" Natasha pensou enquanto enterrava a cabeça no vão do pescoço de Maria.

- Você tem razão - disse por fim

(...)

- E aí, está pronto?

Natasha perguntou esperando o filho sair do quarto. Natasha havia mandado fazer um mini uniforme da Shield para o filho, Peter já estava a algum tempo querendo isso, segundo ele, já poderia ser herói como as mães já que agora tem "habilidades legais". A ruiva caminha de um lado para o outro, ansiosa. Ela também está vestida com seu uniforme, mas com um toque um pouco mais casual.

- Tô pronto! - Peter saiu animado quarto, Natasha sorriu vendo o filho com um uniforme quase idêntico ao seu, mas confeccionado com material mais leve, quase como uma das fantasias de halloween de Peter

- Espera, deixa a mamãe arrumar aqui - falou se agachando para amarrar as duas cordinhas penduradas na altura da nuca do pequeno - Tá tão lindo - lhe deu um beijo e pegou o celular - Vou mandar uma foto para a sua mãe

Depois de tirar a foto e enviar para Maria, que naquele momento estava na agência conversando com Emily mais uma vez, Natasha segura a mão de Peter e eles caminham em direção à sala de estar. Ela puxa a cadeira pequena e o garoto se acomoda nela.

- Então, meu pequeno herói, hoje vamos treinar suas habilidades. Você está pronto?

- Sim! - ele sorriu acenando com a cabeça

- Primeiro, precisamos trabalhar seu equilíbrio. Lembre-se, você nunca deve perder o equilíbrio, seja no combate ou na vida - disse de forma imponente

O pequeno sorriu sem entender o que isso significava e se levantou da cadeira e balançou as mãos tentando imitar os movimentos da mãe. Natasha então sorriu se lembrando que não estava treinando seus jovens agentes e sim um pequeno e muito esperto garotinho de cinco anos que estava levando tudo na maior brincadeira.

Romanoff pensou por alguns segundos em como deveria prosseguir com o filho. Ela olhou para a pequena mesa de plástico ao lado, onde Peter costuma desenhar, e então pegou a pequena tartaruga de pelúcia e jogou em cima do filho. A sua intenção era que Peter desviasse do objeto, mas o menino permaneceu no mesmo lugar, quando a tartaruga bateu contra seu peito ele caiu na gargalhada. Natasha se rendeu ao riso também enquanto abraçava forte o filho.

- Tudo bem, vamos tentar de novo - disse após recuperar o fôlego - Quando a mamãe jogar o bichinho você tem que desviar, assim - se esquivou para o lado como se desviasse de um objeto imaginário - Certo? Então presta atenção, 1, 2 e já - ela jogou o objeto no filho outra vez, dessa vez, Peter desviou copiando o movimento que a mãe fez antes - Muito bom! - sorriu orgulhosa, Peter tinha talento

A ruiva repetiu o "treinamento" por mais um tempo e Peter adorou ficar pulando e se esquivando, para ele era tudo uma grande brincadeira. Algumas vezes ele até subiu nas paredes para fugir dos ataques de pelúcia da mãe, o ato ainda deixa Natasha um pouco tonta.

- Acho que a tia Jessy chegou - Natasha falou quando a campainha tocou

Peter suspirou se deitando no chão enquanto a mãe foi atender a porta. Ela estava certa, era Jessy, a jovem havia chegado com alguns minutos de antecedência naquela tarde.

- Oi Peter - a babá sorriu para o menino ofegante esticado no carpete da sala

Peter retribuiu o oi animado como sempre. Enquanto ele mostrava seu uniforme e contava sobre a tarde animada que teve com a mãe, Natasha foi até o quarto calçar seu coturno e pegar alguns documentos que precisaria.

- A mamãe já tá indo - Natasha se abaixou para deixar um beijo na testa do menino

- Eu queria ir com você - ele choramingou

- Amanhã você vai, tudo bem?

O menino assentiu ainda emburrado e então Natasha se levantou.

- Prometo que não vou demorar

A ruiva disse por fim, sendo acompanhada por Jessy até a porta. Enquanto tirava o carro da garagem, Natasha quase ligou para Steve para desmarcar o compromisso, ela sentia um aperto no coração. Algo lhe dizia para ficar, mas ela tinha que ir, prometeu a Rogers que estaria lá para discutirem a próxima missão.

(...)

Depois de mais uma conversa longa com Emily, onde a mulher contou exatamente a mesma história para Maria e sempre fazia questão de flertar com Hill entre uma pergunta e outra, atitude que deixou Maria ainda mais esgotada de paciência naquela tarde fria, a vice diretora levou Porter de volta para o hotel que estava hospedada.

Maria já estava saindo do hotel quando seu celular começou a vibrar sem parar em seu bolso. Assim que o pegou, viu as notificações na tela indicando algumas novas mensagens de Aram. Sua boca se formou em um perfeito O quando a foto que ele enviou para ela foi carregada.

- Filha da puta!

Foram as únicas palavras que a morena estática conseguiu dizer. Maria correu para dentro do hotel outra vez, sua pressa era tanta que nem esperou por um dos elevadores e foi de escadas até o segundo andar.

- Emily! - ela chamou enquanto batia na porta - Abre essa porta, precisamos conversar

Sem obter resposta, Hill deu um último aviso antes de usar sua arma para atirar no sistema de tranca da porta. Olhou em todos os cantos do quarto luxuoso e nem sinal de Emily por alí.

- Droga - bufou irritada

Hill desceu até a recepção, mostrou um distintivo do FBI para a jovem sentada do outro lado do balcão e pediu para ver as câmeras de segurança. Um pouco assustada, a recepcionista atendeu seu pedido e lhe mostrou Emily deixando o local pelo estacionamento privativo ao invés de ir para seu quarto logo após Maria deixá-la no saguão do hotel.

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👀

Até o próximo capítulo!

Segunda Chance | BlackHillOnde as histórias ganham vida. Descobre agora