38 - De Volta Ao Lar

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UM ANO DEPOIS

- O que é tudo isso?

Maria sorriu saindo pela porta da cozinha e encontrando Natasha e Peter no quintal dos fundos sentados em um colchão inflável na grama.

- Nosso acampamento particular, vai lá colocar seu pijama também - Natasha pediu e só então Maria notou que a esposa e o filho vestiam pijamas iguais

A ruiva havia passado o dia preparando aquela noite especial. Natasha comprou o maior colchão inflável que encontrou na loja, depois de quase desistir pelo menos umas três vezes enquanto tentava montar a bomba para enche-lo, ela finalmente conseguiu concluir a primeira parte do seu plano.

Depois de colocar travesseiros e cobertores sobre o colchão, Romanoff pegou o pisca pisca que estava guardado no sótão junto com as decorações de Natal e o envolveu em volta da mesinha que ficava no quintal, onde ela havia deixado alguns lanches preparados.

Maria voltou vestindo seu pijama, ela se sentou no colchão junto com eles e então perguntou:

- Vamos dormir aqui?

- Sim! - Peter se apressou em responder, o menino estava animado com a ideia de uma noite diferente - Isso não é legal, mãe? - perguntou com um sorriso radiante

- É sim - Maria respondeu, devolvendo o mesmo sorriso para o filho

- Lembra quando admiramos as estrelas juntas no nosso primeiro encontro? - Natasha perguntou com um sorriso nostálgico

- Como eu poderia esquecer? - Maria respondeu olhando no fundo dos olhos verdes da mulher

- Quero recriar esse momento com o nosso filho - ela disse e então tirou de baixo das cobertas três lunetas - Eu queria um telescópio, mas foi meio difícil achar um em cima da hora, então tive que improvisar

Os olhos de Maria brilhavam, ela sorriu pensando no quão sortuda era por ter encontrado Natasha nesse mundo gigante. Sua esposa era seu ponto de paz, sua válvula de escape nos dias ruins, seu arco íris em meio a tempestade. Natasha era o lar para onde Maria sempre podia e queria voltar.

- Você é incrível, sabia? - ela falou dando um selinho na ruiva

Natasha entregou uma luneta para cada um e o casal se deitou debaixo das cobertas com o filho aconchegado entre elas.

Enquanto Peter tagarelava animado querendo saber o nome de todas as constelações, Natasha buscou o olhar da esposa, que parecendo sentir a mesma coisa, virou o rosto para ela no mesmo momento, fazendo com que seus olhares se cruzassem. Um breve sorriso se formou em seus lábios. Ambas respiravam aliviadas, o último ano foi difícil e intenso de uma forma que nenhuma delas haviam experiênciado antes.

Por quase três meses após seu sequestro, Peter não quis dormir em seu quarto sozinho e as mulheres acabavam preferindo levá-lo para o quarto do casal. Dormiam um pouco mais tranquilas sabendo que o filho estava seguro nos braços delas. Foi um grande trauma para os três.

Mesmo dormindo nos braços das mães, onde se sentia seguro, Peter ainda tinha pesadelos constantes. Quase toda noite ele acordava assustado e Maria ou Natasha sempre tinham que se levantar, acender a luz e mexer nas cortinas enormes para mostrar que não havia ninguém na janela.

Foram longos nove meses e meio até Peter começar a tentar dormir sozinho em seu quarto. Ele ainda dorme com a luz acesa, mas segundo sua terapeuta, já é um grande progresso. A doutora também explicou que devido a curta idade de Peter, seria um pouco mais "fácil" para que ele acabasse, de certa forma, esquecendo e conseguisse seguir em frente. Essa explicação havia trazido um pouquinho de alívio para o coração apertado das mães do pequeno.

Segunda Chance | BlackHillWhere stories live. Discover now