Duskwood - Eu escolhi você

Capítulo 26 - Richy Rogers

Domingo, 4 de agosto de 2024

16:07 da tarde.

POV JAKE:

O céu está deslumbrante, os raios de sol reluzem na parede do apartamento, iluminando-o em tons de amarelo, deixando um ar de infância e a aparência de um dia especial, as folhas começam a balançar devido ao vento que sopra suavemente. O inverno pode parecer frio e solitário, mas nesse dia, ele está encharcado de vida.

Hoje é a primeira vez que sairemos em família, eu, S/n e Aurora.

Eu perdi 2 anos da vida de minha filha e s/n, então eu não quero perder tempo, quero estar com elas, viver com elas, como nós somos, uma família, apesar de ter falado que iria fazer as coisas com calma e eu vou, tenho pressa, tenho pressa porque eu quero dar a minha filha tudo o que eu não tive, quero mostrar a ela a definição de família, afeto e o mínimo também, para que ela não receba menos do que mereça no futuro.

As palavras "filha" e "família" não são mais apenas palavras, mas sim expressões de todo um sentimento, uma história, de todas as dores e alegrias, por ter perdido e por ter me encontrado, lar não é o lugar em que você está, lar são as pessoas que você convive, e elas... são o meu lar.

Aurora está sentada no chão da sala mexendo nas tintas da s/n, ela está tentando pintar uma borboleta no quadro, então enxergo uma brecha para se aproximar dela e ganhar aos poucos a sua confiança e afeto.

Falo suavemente para ela. - Quer saber uma dica?

Aurora se retrai, como se tivesse sido surpreendida, se vira lentamente, mas com cautela, me fitando com curiosidade e receio.

Pego em sua sua mão que segura o pincel e a guio fazendo a curvatura da asa da borboleta. - Se você inclinar o pincel. Dessa forma, você consegue traçar melhor.

Aurora observa em silêncio o traço e a mão de Jake em sua mãozinha, enquanto toca suavemente aquele pincel. Com cautela, ela se aventura a fazer o traço abaixo, e depois disso, se encolhe, toda feliz com o resultado olhando para Jake. - Olha, ficou bonita, né?

Sorrio. - Sim, está perfeito.

- Você vai viajar de novo papi? - Ela afirma em um tom manhoso.

Sinto meu coração se apertar, um aperto terrível, não por desespero, mas por uma dor, um sentimento de culpa.

- Não meu bem, eu vou ficar, com você. - Olho para S/n que nos observa encostada na parede. - e com ela.

S/n ergue o olhar, inclina a cabeça e sorri delicadamente, com um ar emocionado e sincero, como se tivesse o coração a mil por saber que seu namorado e filha ainda serão seus, ela cruza os braços escorando-se na parede.

-Eu agradeço.- Os olhos dela brilham de felicidade. - Eu amo vocês.

Sorrio, sou surpreendido com o ato repentino de Aurora, que pinta a ponta do meu nariz com tinta branca, ela emite um grito e sai correndo pela casa euforica.

Fico alguns segundos imóvel sentindo novas sensações que nunca senti, a sensação de um amor paterno, o desejo de cuidar, proteger e estar ali por ela, se instauram no meu peito.

S/n ri, levanto-me e corro atrás de Aurora.

- Heyyy! você me surpreendeu pequena.

A risada de Aurora ecoa pela casa, um som tão puro, limpo, encantador. - Que tal a nova pintura, papi? - Pergunta ela com o rosto recheado de sorriso.

Ainda em correria, agarro Aurora pela cintura e a giro, enquanto a levanto, como se estivesse dançando, não paramos de rir.

A risada de ambos enche a casa. Nesse momento, o céu parece estar mais azul, a casa parece ser mais acolhedora, e o coração de Jake parece ter se expandido até ter mais do que ele pode aguentar.