Capítulo 10 - Elena Gilbert

8K 740 103
                                    

Era uma noite fria, havia nuvens no céu turvo enquanto a lua majestosamente iluminava a trilha que levava ate a propriedade dos Albuquerques. A janela do carro estava aberta, a brisa gélida me fazia pensar melhor. Eu estava nervoso, na verdade estava com medo do que estava por vir. Fazia uma semana desde a pergunta sobre o casamento.

Quem se casa aos 19 anos? Ninguém. Bem na verdade aqueles que terão um filho é que casam nessa idade, mesmo que seja forçado por causa da criança. Mas esse não era o meu caso, não havíamos feito sexo ainda e muito menos eu poderia ter um filho. Eram tantos pensamentos que inundavam a minha mente.

- Você esta inquieto. – disse Angelina me olhando.

Angelina não era nenhuma megera do mal como eu havia pensando ou apenas ando lendo livros de mais para me basear que nem tudo que esta escrito condiz com a realidade. Ela se dispôs a ir me buscar porque Marxos não poderia, seria um jantar importante e ele queria que eu estivesse presente.

- Um pouco. – me limitei a dizer.

Porque tenho a sensação que serei pedido em casamento, e porque tenho a sensação que meus pais que haviam sumido misteriosamente sabiam disso e já deveriam estar lá a minha espera, eu odeio surpresas principalmente quando envolvem pedidos de casamento ainda mais se for pra mim.

- Fique tranquilo. – disse ela a mim com um sorriso.

Quando chegamos na entrada da propriedade bem iluminada havia vários carros estacionados ao redor da fonte anjos que havia no jardim da frente da enorme mansão. Angelina estacionou o carro e descemos.

- Como estou? – perguntou ela olhando para mim.

- Deslumbrante. – disse dando um largo sorriso para esconder meus medos.

Uma festa temática. Angelina estava usando um vestido da década de 40, com colares de perolas e uma espécie de boina que francamente não sei o nome, seu vestido era rodado e usava sapatos bege. Eu estava com um smoking, cabelos penteados para o lado direito, barba aparada. Dei o braço, ela entrelaçou seu braço com o meu e entramos na mansão.

A casa estava cheia de pessoas, a musica tocava como plano de fundo, algumas pessoas conversavam pelo ambiente, outras dançavam em um enorme salão que havia, quando vejo Marxos com um largo sorriso no rosto se aproximando.

- Amor, ate que enfim você chegou. – disse ele sorrindo.

Tenho a impressão que nunca vou me acostumar com essa palavra amor é estranho de ouvir e estranho de falar mais ainda. Mas decidi que não iria fala isso para ele, era uma noite especial para ele, o motivo era uma incógnita, mas eu tinha as minhas desconfianças.

Marxos estava com um smoking e de gravata cinza, suas mãos se entrelaçaram na minha e ele me guiou pela casa, parávamos para cumprimentar alguns conhecidos dele, parentes, amigos. Ele estava sempre com um sorriso no rosto e me apertava contra o seu corpo, chegou a me beijar na frente de dois amigos dele.

A noite estava passando tranquilamente e meus medos haviam ido embora, estava com Angelina sentado em uma das varias mesas, quando ela bebe mais um gole de seu uísque, pelo que parecia ela já estava meio alta.

- Gui, quero que tenha cuidado com uma pessoa em especifico que ate agora não nos deu a honra de sua presença.

- E quem seria? – perguntei rindo da forma como ela falava, como aquelas bêbadas mal amadas daqueles filmes em que a mulher é chutada e vai pro bar encher a cara.

- Arxos.

- Arxos?

- Sim. Tome cuidado com ele.

- Mas quem é ele?

- O irmão gê...

Então antes que ela concluísse Marxos se posta do meu lado, ele havia retirado o terno, estava com a mesma calça de linho, os sapatos pretos lustrosos, a camisa branca de mangas longas estava dobrada ate seu cotovelo. Estava com um colete preto e a gravata cinza. Ele sorriu e estendeu a mão.

- Me da à honra dessa dança?

Sorri para ele e confirmei com um meneio de cabeça enquanto Angelina o olhava de uma forma estranha. Ele me puxou para mais perto de seu corpo e começamos a dançar no salão. A musica era lenta e melancólica.

- Então amorzinho esta gostando da festa?

- Sim. – disse em meio a um sorriso.

- Então porque não subimos para o meu quarto e terminamos o que começamos no banheiro hem?

- Marxos... – fiquei vermelho ao repreendê-lo.

Ele riu, parecia se divertir com alguma piada que eu não sabia.

- Na verdade... – começou ele.

- Arxos! – alguém gritou ao longe.

Quando minha face se virou em direção a quem havia gritado, fico perplexo ao notar que Marxos estava vindo em minha direção. Olhei para o homem que estava na minha frente, ele era idêntico a ele. Então houve um estalo.

- Você? Eu...

- Isso mesmo amorzinho sou o irmão gêmeo de Marxos, o mesmo que fez você gemer no banheiro do Le Château.

Então as peças começaram a se encaixar e no instante seguinte apenas vislumbrei o teto da casa, meu corpo estava indo de encontro ao chão. Era informação de mais para uma noite só.

Eu sou Gay - Livro I | Romance BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora