Capitulo 5 - Aqui não é crepúsculo

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Seus olhos me olharam de uma forma diferente, seu rosto se aproximava do meu lentamente e a droga da minha cabeça via tudo em câmera lenta ainda por cima, dá pra acreditar nisso? Eu sentia seu halito quente em minha face, e seus olhos começaram a se fechar, então seus lábios tocaram os meus.

Meus olhos se fecharam e me deixei levar por seus braços que me apertavam com força contra seu corpo, suas mãos me seguravam com firmeza então tive um estalo e minhas mãos o empurraram o tirando daquele momento que eu não poderia descrever.

Ele me olhou como uma criança que tira dela um doce que não quer parar de “comer”. E me deu um sorriso torto. Eu fiquei vermelho no mesmo instante em que ele fez isso, eu podia sentir meu rosto queimar. E só então notei o que estava realmente acontecendo, a rua estava toda parada, os velhinhos, os que não eram velhinhos e ate as crianças estavam nos olhando de forma curiosa.

A sensação descrita a seguir é única e indescritível, pois quando vi a senhora Silva me olhando com se não acreditasse no que estava vendo eu sabia que estava morto. Agora eu sabia que estava fudido nessa merda e mesmo antes que eu pudesse tentar gritar em sua direção ela parecia que saia correndo indo em direção a minha casa.

Meus pais!

To mega fudido. Vou ser expulso de casa, vou passar fome, vou ser mendigo, vão querer me prostituir, mas ate que ganhar dinheiro sendo garoto de programa rende, na ultima vez que eu vi eles eram assalariados. Mas que merda, porque to pensando nisso? Ai meu Deus, minha Nossa Senhora.

Empurrei Marxos e me pus de pé e comecei a caminhar indo em direção a minha casa, enquanto ele fazia o favor de me seguir.

- Gui, espera. Por favor. – dizia ele.

- Gui? Mas que diabos te deu o direito de me chamar de Gui?

Ele me olhou e sorriu.

- Você fica lindo zangado. – disse ele rindo da situação.

- O.K projeto de Edward Cullen, aqui não e Crepúsculo e eu não sou Bella Swan. – disse irritado.

Ele riu novamente.

- Bem se quer colocar nesses termos, pode ser. Pode ate não ser, mas você se comporta que nem ela.

Abri a minha boca e depois fiquei serio.

- Eu não sabia que você era um vampiro e que estou fissurado por alguém que mal conheço.

- Marrentinho... – disse ele rindo novamente.

- Oh meu Deus, o que eu fiz para merecer isso?

- Ah não sou tão mal assim, sou?

Ele me segura e coloca meu corpo contra o dele, me faz sentir o calor que emana dele e seus olhos que me fazem ficar presos ao dele.

- Porque comigo?

- Porque você é um risco a si mesmo... – ele riu – Palavras de Edward Cullen. E porque não consigo parar de pensar em você...

- Isso não é certo.

- Como não é certo? É errado gostar de alguém? De querer que ele seja seu?

Meu mundo parou naquele instante. Como assim? Eu não podia acreditar no que estava acontecendo então dei um ataque de risos.

- Onde esta a câmera? Isso é um filme? Tipo aquele que o cara nem sabe que esta participando para ser mais realista. Onde estão os câmeras mans?

Ele riu e segurou a minha cabeça, ele se aproximou e mais uma vez ele tocou os meus lábios, dessa vez ele me segurou forte impedindo que eu saísse do seu abraço e como não havia escapatória me deixei levar por aquilo, mas então uma voz ecoa em minha mente.

- Guilherme Alencar!

Por um motivo obvio eu me separei do corpo de Marxos rapidamente. Meu pai me olhava serio da porta de casa com a senhora Silva ao seu lado. Marxos olhou para mim e depois olhou para meu pai.

- Eu...

Abaixei a cabeça e caminhei ate a minha casa, já podia esperar por alguma punição que eu saberia que iria ser a primeira e a única. Mas então senti a mão dele se entrelaçar com a minha, levantei meu rosto e ele sorriu e caminhamos em direção a minha casa onde meu pai me olhava de uma forma que eu não sabia o que poderia significar.

- Bom dia. – disse Marxos.

- Entrem... – disse ele a nós dois.

Passamos pelo corredor que dava acesso à sala que continha um sofá em “v” que ficava no canto próximo a janela e a poltrona do meu pai, a instante ficava abaixo da TV de LCD de 58’ onde naquele momento era exibido um jogo do internacional contra o vasco da gama. Sentamos-nos e nenhum momento ele soltou minha mão.

- Amor... – gritou meu pai ao se sentar.

É agora que eu me fodo nessa merda.

Então na sala entra outro homem, de cabelos loiros, olhos verdes claros e estava com uma bermuda e uma camiseta branca e por cima desta tinha uma camisa xadrez vermelha, alem de estar usando um par de havaianas. Ele olhou para mim e para Marxos e sorriu.

- Tem algo para nos dizer? – disseram em uníssono.

- O que eu podia dizer aos meus dois pais?

- Eu sou gay... – disse meu pai me olhando curioso enquanto ria da situação – Já tentou isso filho? Alem do mais você tem dois pais, não acha que isso seria um problema não é? Porque tipo você tem pais gays.

Eu sou Gay - Livro I | Romance BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora