O meu pesadelo é a ansiedade

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Foi numa quarta-feira à tarde que começou a pior fase da minha vida e desta relação. Estamos numa pandemia e eu fiquei doente, não apanhei o COVID, mas tinha febre e então tive de fazer o teste.
Para esclarecer, depois de um teste, temos de estar em isolamento até o resultado chegar. Eu fui fazer o teste à tarde e perguntei-lhe como ele queria fazer, visto que eu estava mais no apartamento dele do que no dos meus pais.
Eu fui ter ao apartamento dele e ia fazer o isolamento lá.
São exatamente quatro e meia da tarde, ele foi a casa dos pais, o jantar ia ser macarrão e ele sabe que eu adoro então ia trazer-me um bocado, disse que pedia à mãe.
Fiquei a tarde toda lá, ele disse-me para pôr o computador no outro quarto para não ter de o ter na cama ou no sofá, para fazer daquilo a minha casa e estar descansada.
No momento que eu vou pôr o computador em cima de secretária, acontece algo que eu nunca pensei acontecer.
Eu olho para o lado e vejo as cartas, que eu lhe dei para ler, guardadas, eu fiquei emocionada porque não sabia que ele as tinha guardado ali, quando tiro as cartas de lá, por baixo estavam fotografias que eu ainda hoje tento apagar da minha cabeça. Era ele e a ex parceira, eram cartas dela, fotos deles, lembranças, etc.
Para não falar dos anéis, e outras coisas que estavam no quarto guardadas, também ao lado de um presente meu, e por fim, para juntar a tudo, na cave dele ele tinha quadros e outras lembranças com ela, ainda hoje as tem.
Ainda hoje as tem, e eu por momentos realmente acreditei que o sentimento dele por mim era real.
Nessa quarta-feira eu tive o meu primeiro ataque de ansiedade, eu não conhecia aquele sentimento, aquele sofrimento de pensar que vais morrer ali, porque a tua respiração te põe insegura.
Eu liguei à minha mãe para me vir buscar, eu sei, o isolamento, mas eu tinha acabado de ter um ataque de ansiedade, sozinha, no apartamento dele, eu só me queria ir embora.
Peguei em tudo que era meu e saí.
Eu prometi-me tanto que não voltava a ir àquele apartamento depois do que vi que isto não dava, mas não foi assim, infelizmente faltou-me o amor próprio para ter posto um ponto final ali, como qualquer outra rapariga o faria.
Então aceitei essa dor, aceitei que ele ainda tinha tudo do passado guardado como se fosse presente, infelizmente não fui esperta suficiente para notar que ele estava comigo por carência, até porque quem ele queria presente não era eu.

Foi no processo em que me enlouquecestes que eu me cureiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora