Rédeas

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No capítulo de hoje... hora de falar sobre política.

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Não haveria "lua-de-mel" no sentido tradicional, e sim uma viagem com as crianças para Trancoso.

O resort era um dos melhores da região, considerado top 2. Tinha um espaço imenso entre a área verde e uma praia exclusiva para os hóspedes, e as acomodações eram divididas em suítes e vilas, a depender do interesse dos hóspedes. Dentro do resort tinham restaurantes para vários gostos, duas piscinas para o uso geral – incluindo uma com borda infinita com vista para a praia – e uma apenas para os hóspedes da vila mais cara; e uma praia particular, com gazebo e uma baiana de acarajé servindo apenas quem estava no resort.

Eram raros os baianos que visitavam o resort, cujos hóspedes era em sua maioria turistas de outros estados e de outros países. Regularmente um artista famoso aparecia circulando pelo resort sem se preocupar com segurança ou fãs dispostos a tirar alguma foto.

Algo imenso, belo, distante, exclusivo. Perfeito para famílias ansiosas por se divertir sem a presença de outras pessoas, sem multidões, destinado apenas a quem tinha dinheiro.

Fiel à ideia de que deveria se adaptar à vida que levaria, Maria Inês Martins Camilo respirou fundo e acompanhou as crianças, com dona Rita ao seu lado, pelos corredores abertos do resort, até chegarem ao chalé de dois andares que seria ocupado pela família.

Chamado de "vila", foi a acomodação mais cara escolhida: tinha dois quartos, ambos suítes – um dos quartos, o de casal, onde ficariam os recém-casados, ficou apenas para Edmundo, da mesma forma como era apartamento em Patamares e no futuro, no Palácio de Ondina. Não haveria compartilhamento de cama ou de uma vida marital. Era um casamento de conveniências e de contrato assinado: por isso, Maria Inês ficou no quarto com as crianças e dona Rita.

O quarto infantil tinha três camas, além de um sofá-cama tão grande e confortável que foi a preferência de Maria Inês.

- Eu não vou deixar a senhora dormindo em sofá-cama, dona Rita!

- Mas você não acha melhor... – a idosa suspirou. - Eu sei que eu também não acho que valeria a pena, mas dava pra você e seu Edmundo dar um jeito lá naquela cama.

- Pelo amor de Deus, dona Rita! – as duas arrumavam as malas dentro do grande armário, em meio às crianças girando entre as adultas, brincando de pega-pega. – Rosa, Rafael, vão lá pra fora, por favor.

- A gente pode ir?

- Pode ir na piscina, mamãe?

- Na piscina não, só se eu tiver olhando, então cuidado... – os gêmeos ignoraram as orientações da mãe e correram do quarto.

Maria Inês foi até a janela e viu dois seguranças avaliando o perímetro – não vestiam o usual terno e gravata, além dos óculos escuros; e sim bermuda cargo, camisa verde clara e sapatênis.

Era o conceito de "à paisana" cunhado por Edmundo Camilo.

Ela acenou para os seguranças, que viraram o rosto na direção da jovem.

- As crianças estão aí, podem dar uma olhadinha?

A dupla assentiu, e Maria Inês pôde ver um fiapo de movimento nos lábios finos dos seguranças. Aquilo a acalmou: ao menos os seguranças simpatizavam com os pequenos.

- Inês... Você tem certeza de que não era melhor dividir lá a cama com seu Edmundo, nem que fosse de valete?

Dona Rita interrompeu a cadeia de pensamentos de Maria Inês, que revirou os olhos.

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