🦎 Capítulo 1 - Adivinha quem não voltou pra casa

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Feliz aniversário pra mim!

🥳

— Ei! Isso aí parece a geladeira pra você?! — Ante todo o maldito silêncio até aquele momento, o som do baque seco da estrutura da porta quase o fez pular do sofá.

Claro, Hoseok já está agarrado aos seus joelhos, completamente encolhido.

Bom... Pelo menos o estofado agora é novo e confortável – sem nenhum sinal de agulhas perdidas por ali, também.

— E quem disse que bater a porta da geladeira é aceitável?! — o grito vem do corredor dos quartos. Mais especificamente, da primeira porta à direita.

Jimin simplesmente continua marchando. A única reação talvez tenha sido o revirar exagerado dos olhos, e o puxão violento nos fios de cabelo longos que insistem em se soltar do elástico azul cobalto – devidamente furtado – que os amarra na parte de trás da cabeça.

Os sapatos são largados de qualquer forma ao lado do móvel vazio – onde deveriam estar, mas continuam se acumulando no espaço entre a mesinha e o batente próximos à porta – para que o marchar apenas se torne menos ruidoso, mas igualmente irado.

Jimin escuta uma risadinha assim que vence a passagem da sala para o corredor, e mesmo que as luzes do cômodo estejam apagadas é quase um lampejo de brilho. Ele quase sorri, apenas por ouvir o riso fraquinho, mas se contém.

Ele tá puto, tem que agir de forma condizente!

— Oh, cara! — Hoseok se estica no sofá, outra vez. — Qual é o problema, hein?!

— Nenhum! — a resposta que deveria ser rude, vem num tom quase soluçado.

É frustração. Jimin decide que tá puto e frustrado, e que essa é uma péssima combinação.

— Então vê se para de sambar nos corredores! — a voz vem do quarto, outra vez. — Alguma porra me diz que qualquer tremida que tiver nessa merda de estrutura vai colocar isso tudo à baixo!

— Pois culpe os gritos do Hobi! — ele grita dessa vez, decide ignorar a porta aberta de onde vem o berreiro mas... — Toda vez que acontecem as janelas tremem, se tudo cair vai ser os maiores causadores e–

... mas aquilo é um vislumbre vermelho?

Quando ele para, já está além da metade do corredor, rumando o próprio quarto, mas depois daquilo seus pés tomam menos de metade do tempo para voltar por todo o caminho até aquele primeiro cômodo.

— Onde você pensa que vai, vestida desse jeito? — ele pergunta. As mãos espalmadas nos batentes da porta e as sobrancelhas unidas.

Ante a indignação, no entanto, tudo o que escuta é o baixinho – porém irritadiço:

— Já parou pra pensar no quão sortudo você é, pra eu te deixar de boa e respirando? 

Jimin até deixou o rosto se metamorfosear para a pior careta indignada e irada – como se realmente fosse possível piorar –, pouco antes de ter que se afastar voluntariamente da porta e abrir caminho para a amiga. Porque Liz não o tocou ou empurrou, mas seu olhar foi suficiente para que ele imaginasse o que aconteceria se não se movesse.

— É sério, Liz! — E ele a está seguindo de volta pelo corredor, trançando os pés no tapete de pelos estendido no meio do cômodo escuro que é a sala. — Onde você pensa que vai, vestida assim?!

Como resposta, Liz rola os olhos e suga o ar entre os dentes audivelmente para que Hoseok ouça de onde está.

Hoseok ri quando ela pergunta:

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