22

112 17 29
                                    

——————
CHAPTER 22

—————★—————

Apenas segundos passados nos braços de Billie foram suficientes para curar muitas das dores de Liah.Infelizmente, nem todas,pois isso parecia impossível para a ruiva dado a sua péssima situação.

Quando o abraço foi terminado,pela parte de Liah,a mesma se afasta de Billie e diz que tem compromissos e que devia ir para o seu quarto.
  Billie não sabia oque possivelmente a garota teria para fazer,pois como tinha faltado à escola, não deveria ter nenhuma tarefa escolar para fazer.

Mesmo assim,a mais velha decide não a questionar,ir dar-lhe o seu espaço e tempo. Se Liah lhe queria contar algo,seria por escolha própria.

—Onde está?Onde está?!—Liah murmurava para si mesma,à procura da carta de Lorelai.Ela tinha a sensação de a ter guardado na segunda gaveta da cómoda do lado direito da sua cama.

Mas não estava lá.

A mesma se sente observada e assustada. Ela sentia que alguém havia entrado no seu quarto e a roubado.Mas de resto,estava tudo igual.

Porque é que alguém—talvez até o próprio assassino—entraria no seu quarto apenas para lhe roubar uma carta da garota falecida?Mais nada fora tirado do seu devido lugar.

Liah já estava perdendo a sua esperança quando encontrou o pedaço de papel debaixo da sua cama.Como fora lá parar?Ela não sabia a resposta a essa pergunta que ecoava na sua mente.
Ela decide ignorar os seus pensamentos ruins e abrir o envelope com os corações rabiscados delicadamente.

Sem a mesma perceber,Liah estava passando o seu dedo indicador levemente sobre a caligrafia de Lorelai,antes mesmo de ler as palavras.

“Oi Liah.
Se você está lendo isso,eu provavelmente já não estou cá.Estranho, não é?A gente tinha acabado de se conhecer.Aconteceu a tudo rápido demais.
Mas caso eu não esteja mais aqui, não quero que se sinta culpada.Você é inteligente demais para isso.
E não irei mentir, já tinha observado você antes uma vez ou outra.Durante as aulas de geografia.
  Isto pode parecer algo estranho de se dizer,admito.
  Escrever,no caso.
  Mas era difícil não reparar em ti,Liah Moore.
  Quer dizer,para começar, você é a única pessoa de cabelos ruivos na nossa classe.
  Mas não era apenas isso.
  Eras diferente da maioria das pessoas. Nunca te vi tratar alguém de forma incorreta.
  E nunca me olhaste torto por ser a mais nova da turma.
  Nunca me olhaste como se eu fosse uma aberração por ter subido alguns anos na escola.
  Então,quando o professor de geografia nos juntou naquele trabalho,e ao Mason,eu sabia que não teria que fazer tudo sozinha uma vez na vida.
  Que não me irias usar pela minha inteligência.
  E que não irias fazer piadas aos teus amigos sobre mim,pensando que eu não entenderia devido à minha idade.
  Todos os outros o fazem.Mas tu não.
  Acho que nunca vou entender bem o porquê.
  Mas obrigada, Liah.
  Obrigada por teres me dado uma chance de me aproximar de ti.Por me teres dado uma oportunidade de fazer uma amiga.
  E o Mason ainda veio de brinde.
  Ele visitou-me algumas vezes desde que tu desmaias-te.”

A carta termina assim.Sem nenhum fim,nem uma assinatura.
E Liah deu por si a pensar que talvez fosse porque Lorelai nunca teve tempo de a terminar,e não por se esquecer.

A mesma tinha dado uma risada ao ler a penúltima frase,mas as suas bochechas estavam coradas por suportar as lágrimas que acabaram por cair,molhando o envelope branco.

A ruiva sentia uma angústia agonizante se formando na sua garganta,por suportar as suas emoções.Mas não queria chorar, já o tinha feito até demais naquela manhã.

A mesma estava sentada no chão do seu quarto,agarrando a carta como se dependesse de sua vida,quando ouve o seu celular tocar.

De início,ela pensa em apenas ignorar,e deida o celular tocar,mas,ao ver que se tratava de Mason lhe ligando,ela decide atender naquela hora,se desculpando por não atender mais cedo.

—Sem problema.Eu tenho que falar com você,Liah.Está sozinha?

—Sim.—mentiu.Billie estava lá em baixo,mas não ouviria de lá.

Então Mason lhe explica que os seus pais terão de deixar o hospital,e que ele ficará lá sozinho com a Brooke.Antes mesmo de Mason lhe pedir,Liah já estava vestindo o seu casaco preto que ficava pendurado na sua porta para ir no hospital lhe fazer companhia.
Ainda conversando com o mesmo,ela desce as escadas procurando por Billie para lhe explicar que iria sair.

—Billie!Vou sair com meu amigo!—a mesma grita antes de sair da casa,batendo a porta com força e praticamente correndo para a sua bicicleta,que sempre ficava do lado de fora da casa quando fazia sol.

Sem esperar pela premissão da mais velha,Liah desliga a sua ligação com Mason e começa a pedalar pela rua fora.Ela percebe que o céu começará a ficar mais acinzentado e que um vento forte batia em seu rosto.

—Que dê tudo certo...—ela murmura para ela mesma.

Poderia estar exagerando,mas tinha a sensação que cada vez que ela ou Mason estavam sem adultos por perto,o perigo espreitava.
Como se o assassino estivesse sempre os olhando,de perto.
E talvez até estava.

Em uma questão de minutos,a de cabelos ruivos chega ao local e diz ser uma visitante de Brooke Thames.E realmente nem estava mentindo ao dizer isso.

Sim,era verdade que estava ali maioritariamente por Mason lá estar.Mas não deixaria que algo de ruim acontecesse a Brooke de qualquer jeito.Ela tinha de estar lá.

Liah pensou, então,que talvez,por causa dos homicídios da cidade, não seria tão fácil quanto esperava entrar no quarto dos Thames.Mas numa questão de segundos,um homem apareceu e a guiou para lá.

Ao entrar no quarto,Liah se aproxima da cama onde a irmã de seu amigo estava deitada, antes de cumprimentar Mason,que estava sentado a seu lado.
Liah agarra na mão de Brooke e lhe diz que tudo ficará bem.
  Brooke não lhe responde.

Talvez por não conhecer aquele rosto que lhe desejava as melhoras.

Talvez pelo efeito do soro a deixar moribunda e ela nem sequer conseguir formar palavras.

—Liah.—Mason chama,a fazendo olhar para ele.—Temos que falar.Mas não aqui.—ele diz,se levantando,e estendendo a sua mão para a ruiva,que o olhava ansiosa e com antecipação.

"Fiz algo de errado"—foi o primeiro pensamento dela.

Mesmo assim,Mason vê Liah acentar com a sua cabeça e segurar a mão dele.

O homem que guiou Liah até àquele quarto ainda estava lá.Encostado na batente lateral da porta,os encarando.Mason lhe pede que fique olhando pela sua irmã e o homem afirma que vai.

Mason puxa Liah até ao único sítio num hospital onde podem conversar sem ser interrompidos:uma sala com uma placa onde estavam escritas as palavras:“Não entre aqui ”

Era um daqueles locais reservados  a membros do hospital.O local estava sombrio e Liah não sabia como é que alguém fora negligente ao ponto de deixar a porta dali aberta.

—Ainda não aconteceu nada comigo...bem,hoje.Porque ontem o assassino veio atrás de mim.Como dá para ver,ele machucou a minha irmã.—Mason começa por falar,e Liah só se consegue concentrar numa cicatriz pequena que ele tem acima da sua sobrancelha direita.

—Onde estava você durante isso?—Mason pergunta e,por um segundo,Liah não entende a sua pergunta.

—Desculpa?

—Onde estava você durante isso?—o mesmo repete, claramente sem estar arrependido de fazer a tal pergunta.

Ela teria ouvido bem?Mason estava realmente desconfiando dela?

ONE OF US,[mason thames]Where stories live. Discover now