Eu queria comemorar com a Corine sua recente conquista na profissão e dirigi para a casa dela mesmo tarde da noite. Para minha surpresa ela não estava e liguei para o Caio, na esperança de que ela estivesse com eles. Mal ele havia terminado de me informar que ela havia ido para o restaurante porque eu a havia chamado, dirigi feito logo para o restaurante acionando a polícia no processo. Daí pra frente só me lembro do fogo, Corine e...

Olhei para meu peito, mas estava vestido em uma camisola de hospital, não poderia ver se havia algum curativo no lugar onde eu havia tomado um tiro da Morgana.

Mas uma imagem ainda mais perturbadora estava agarrada à minha mão. Corine tinha seus olhos fechados e seu rosto estava molhado de lágrimas.

— Eu tenho rezado, sabia? Eu sei que parece egoísmo, procurar só quando mais precisei? Mas eu não sabia mais o que fazer, eu não sei o que fazer.

— Vai ficar tudo bem meu amor — não reconheci minha própria voz, parecia o som de um animal ferido. Minha garganta dolorida quase não me permitiu terminar de falar, mas foi o suficiente para minha garota erguer a cabeça de forma brusca. Meu peito queimou de ódio quando notei um hematoma em sua bochecha direita, uma mancha que estava se tornando esverdeada. Seu lábio inferior estava levemente inchado e com um corte.

Espero do fundo do coração que você esteja morta Morgana. Para seu próprio bem.

Seus olhos estavam arregalados e inundados de lágrimas contidas. Parecia ainda desacreditada de que eu estava realmente acordado, tinha certeza que não conseguiria pronunciar tudo que estava sentindo para poder conforta-lá, então desejei que ela notasse isso quando ergui nossas mãos, e beijei seus dedos delicados. Meu outro braço estava em uma tipóia e tinha certeza que não poderia voltar a cozinhar por um tempo.

O simples beijo parece ter despertado ela de seu transe, e a deliciosa infeliz surpresa que me pegou de surpresa foi quando ela se lançou sobre mim. Seus braços se fecharam ao meu redor, e ela pressionou seus lábios nos meus. Meu corpo formigou de dor, mas não a afastei, eu precisava disso tanto quanto ela.

Não aprofundei o beijo preocupado com o seu corte.

— Eu mal posso acreditar — sua voz estava embargada — Eu senti tanta a sua falta, tanta.

Minha garganta estava seca, mas ainda sim sorri para Corine. Queria dizer o quanto a amava e o quanto temi perde-lá. Parecendo ler meus pensamentos ela se afastou devagar, notei um leve rubor em suas bochechas, com certeza notando que havia pulado em mim.

— Vou chamar o médico — ela se encaminhou até a porta, mas parou com a mão na maçaneta — Eu não sei se poderia suportar perder você — ela declarou e eu apenas sorri. Eu tinha a plena certeza de que não poderia suportar perder a Corine.

[...]

Duas semanas haviam se passado desde o acidente no restaurante e eu estava afastado da cozinha. Ficar preso na viga que desabou por sorte "só" havia fraturado o úmero e o rádio do meu braço, então eu ainda estava tendo que usar a tipóia, era incômoda e graças a isso minha mãe veio passar um tempo comigo.

Por sorte a bala não havia atingido nenhum órgão interno, mas precisei passar por uma cirurgia urgente de reconstrução vascular, com a sutura vascular direta. O médico havia me explicado tudo, me detalhado sobre meu sucesso na cirurgia, mas como ele não sabia o porquê de eu não ter acordado mesmo depois de quatro dias. A Corine havia permanecido no hospital apenas para supervisão devido a quantidade absurda de fumaça que ela inalou, minha mãe havia permanecido no hospital sem descanso e minha namorada fugia de seu quarto para o meu quando minha mãe dava uma breve saída.

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