Sasuke

265 47 16
                                    

Minha pequena raposinha leva uma vida tão chata que chega a ser entediante, ontem ou no dia anterior a isso. Ou no dia em que o vi pela primeira vez menos de uma semana atrás.

Aqui estou em frente ao seu prédio gasto. As paredes estão lascadas, como se não tivessem sido pintadas desde que o local foi construído. O nível de segurança é uma merda. Qualquer pessoa pode entrar e sair desse prédio sem nenhum problema. O maldito porteiro é um alcoólatra que derrama vodka no suco às 10 horas da manhã. Eu sei porque vi. Correção. Tenho observado nos últimos dias. Desde que ele sorriu para mim daquele jeito inocente, mas falso, não consegui tirá-lo da minha cabeça.

Não é por falta de tentativa.

Sei que isso é patético, soa como se eu não tivesse nada melhor pra fazer. Quer dizer, quem fica observando uma pessoa há dias só por causa de um maldito sorriso falso? Não sei, em teoria ninguém faria isso, mas como eu disse, esse ômega persegue os meus pensamentos, não é só o seu sorriso, seus olhos, seus belos olhos azuis de alguma forma me são familiares, tenho quase certeza que já os vi antes, ou talvez eu seja um psicopata obcecado por um rostinho bonito. Carente por uma foda? Não, isso eu tenho a hora que quero, é mais do que isso, é como se alguma coisa me puxasse para ele, não só a óbvia vontade de foder, se eu fosse tão doente quanto Hidan e Kakuzo, a pequena raposinha já estaria morta, sendo antes estuprado tantas vezes que iria implorar pra morrer. Mas eu não sou doente, não esse tipo de doente pelo menos.

Prefiro me concentrar no meu próximo trabalho, rastreando o alvo de Tobirama e acabando com sua vida miserável, gostaria de dizer que é só isso, mas não é. Todas as manhãs, quando minha pesquisa noturna é concluída, me encontro aqui ou no hospital. Hinata Inuzuka pegou a filha e deixou a cidade como eu pedi. Depois disso, não tive motivos para voltar ao hospital ou ficar perto do estacionamento, pairando sobre um Honda feio, esperando por quem o dirigia. Segui a raposinha até a casa dele naquele primeiro dia. Ontem, assinei um contrato do apartamento em frente a varanda do apartamento dele. O meu é um edifício novo e maior. Encontrar um novo apartamento era uma das minhas prioridades de qualquer maneira. Eu não moro em um lugar por mais de alguns meses. Ser uma criatura de hábitos só dará aos meus inimigos uma maneira certa de me encontrar e me matar. Tobirama Senju não é temido por causa de sua riqueza e poder, ele é temido porque mata com eficiência e sem hesitação.

Ou melhor, eu faço isso. Ele tem o homem certo e eu recebo bem pelo que faço.

A razão pela qual os inimigos de Tobirama nunca o alcançam é porque eles nunca podem me alcançar. E não é por falta de tentativa. No momento em que me encontram, meu armazenamento, minhas armas, eu já me mudei. Fui chamado de desapegado e frio. Eu diria que sou eficiente. Faço o trabalho melhor do que qualquer um na minha área e depois passo adiante. Agora, moro neste apartamento de dois quartos que forcei o estudante universitário que morava aqui a evacuar em 24 horas. Ofereci a ele o apartamento no centro da cidade que Tobirama me dera alguns anos atrás. Nunca usei e não tenho interesse. As coisas de Tobirama nunca serão minhas. Estou apenas pagando a ele a dívida que devo.

Ele me puxou das garras da morte há muito tempo e é com a morte que eu o recompenso. Meu apartamento fica em frente ao da raposinha, mas um pouco acima do dele, de modo que a vista da minha varanda fica diretamente em sua sala de estar, se é que posso chamar aquilo de sala de estar. Suas cortinas estão abertas quando ele se agacha e alimenta seu gato.

Dois, na verdade.

Um amante de gatos com um sorriso falso e pouco ou nenhum amigo. Há algo curioso sobre ele. A maneira como se move, como fala com as pessoas, como sai no final de seu turno. É como se ele fosse invisível, e a única maneira de se tornar visível é afinando os lábios e sorrindo dessa maneira falsa.

Meu Perseguidor Where stories live. Discover now