II · Na Luz da Conquista: Parte I

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Na Torre do Relógio, Londres, um garoto assustado corria pelos corredores, com notícias absurdas, procurando alguém.
Ao encontrar um homem alto, de cabelos negros grandes e um sobretudo vermelho, ele gritava:
— Mestre, mestre! É urgente! Lorde! O Graal... Está acontecendo de novo! — Berrava o garoto, desesperado.
— O q- Isso... Não é... Então é isso que eu venho captando...?
— Está tendo uma reunião emergencial agora mesmo no subsolo e o estão te convocando! — Gritava novamente o garoto, com o homem tampando um de seus ouvidos. — Estou chamando todos os magos convocados no recinto!
— Está certo, está certo! Eu entendi. — O alto homem, após receber a mensagem, saía de imediato para a sala da tal reunião, com certas dúvidas. — Os outros devem estar dando aula!
O garoto logo saía correndo para as salas de aula, chamando a todos os magos de importância, que não receberam o comunicado ainda.
Enquanto isso, no Brasil...
Em uma mansão, longe da sociedade, localizada nas matas do Rio de Janeiro, se encontra uma garota, Isabela de Luna Castelo, ou só Isa, ou Bela; uma moça parda de cabelos longos e brancos, e uma túnica vermelha. Bela é uma maga de alto nível, mas que faz parte de uma família de baixo nível na sociedade dos magos. Ela estava analisando um artefato antigo, muito conservado, uma espécie de bandana, encontrada em um sítio arqueológico no estado brasileiro de Alagoas.
No momento em que começa a usar sua magia para averiguar a origem daquele mesmo artefato, ela recebe uma ligação, e a atende, sorrindo, após olhar quem estava ligando.
— E aí Helena, como vai, garota?! Não te vejo faz tempo, pô, tá doida. Vou aí te visitar um dia.
— ...
Um silêncio profundo se situou na chamada por alguns segundos.
— Tudo b- — A garota era interrompida na hora.
— Me ligaram, Isabela. Sabe o que disseram...? “O Santo Graal retornou”.
— ... C-Como assim? De acordo com as minhas pesq-
— Tuas pesquisas nada, Isa. A guerra retornou. Seus pais estavam em Fuyuki naquele dia.
— ... — Isabela teve seu tempo, tomou coragem e finalmente respondeu — Quer que eu participe? Me matar?
— O que a gente achou... O pano... É com certeza relacionado a um servo, você deve conseguir invocar algum herói brasileiro forte, mesmo que a história em si não seja tão conhecida. Você precisa usá-lo.
— Mesmo se for, não vou nem saber o nome dele... Fora que eu não vou viajar até Fuyuk-
— Não começou em Fuyuki, Isa... Foi em Viena...
— Então... Então não é uma guerra real...? Eu tô completamente confusa, isso nem faz sentido Helena, tu tá maluca, achou a informação da onde?
— Foi do próprio Lord El-Melloi II.
— ...
— Você vai ou não?
— Vou.
Isabela então desligou a ligação sem sequer dar um tchau ou adeus, e foi até a biblioteca de sua casa encontrar um certo livro antigo, escrito por seu pai, sobre heróis brasileiros e seus encantamentos, para os próprios magos.
Como uma das melhores, se não, a melhor maga da América do Sul, criou um canto para o ritual de invocação daquele servo.
Ela tinha algumas adivinhações, sendo elas, por exemplo, o próprio Duque de Caxias, ou o Imperador Dom Pedro I, e com as preparações do ritual, o selo mágico que praticamente confirmava sua participação na Guerra aparecia em sua mão, e ela terminava seus preparativos, com um círculo mágico no chão, seus pés descalços em contato com ele, todos seus circuitos mágicos expostos.

“No canto da noite estrelada e brilhante...”
“Encontro as lendas do passado, e da eternidade.”
“Pelas vias da invocação, das profundezas da terra...”
“Do mundo além dos véus, das estrelas e dos mitos.”
“Esmague os cães, a força e o poder.”
“Tais vermes agora, pertencem aos fortes.”
“Por mais de mil anos, a força da espada, será nossa rede, por toda a história.”
“Vingança e derrota, covarde é a caça.”
“E sem compaixão, perderam os fracos.”
“E na luz da conquista, eu lhe convoco, espírito heróico!”

Um brilho cegante, vermelho, denso, atravessava as retinas de Isabela no mesmo momento em que recitava tal canto, e a única coisa em que ela viu antes de tampar seus olhos, foi uma sombra escura, alta, com correntes quebradas nas mãos e nos pés.
A luz da invocação diminuiu de forma constante e rápida após sua invocação, e Isabela viu uma visão horrosa: o servo aparentava ser um escravo, porém, como morto-vivo...
Logo, ela identificou quem seria aquele ser, e percebeu que não foi invocado um herói qualquer... foi invocado o próprio Zumbi dos Palmares.
Ela logo tentou conversar com ele:
— É... Você é o Zumbi, não é? — Perguntava ela.
Logo pensou: “Eu acho que... Invoquei um berserker...”
O Zumbi, mesmo após a pergunta, não falava nada. Ela sabe que ele foi alfabetizado, pois nos livros de história, contam que ele sabia português e latim. Agora, o porquê ele não falava, nem ela sabia.
A aparência dele ainda a chocava: um homem negro, de quase dois metros, com seus pés e mãos recheados de correntes quebradas, o corpo totalmente dilacerado e quebrado, parecendo um morto vivo, respirando e não falando nada. Ela estava com genuíno medo. Porém, logo, o servo desmaterializava, e Isabela não conseguia mais o ver. Haviam tantas perguntas, como o que realmente aconteceu na história, que não fora contada nos livros de história, para ele ser invocado desse jeito, ou o porquê de ele não falar uma palavra sequer e simplesmente sumir, mas, ela percebeu que já está pronta para o que vier. Sua única dúvida que importava é se realmente o Zumbi iria ajudá-la, pois ele não pareceu muito cooperativo em sua visão.
E assim, preparava Isabela para ir à Viena, capital da Áustria. Não poderia dizer que ela não estava ansiosa, pois seria uma mentira completa. Querendo ou não, sempre quis ir para o continente europeu, mas estava com a sua cabeça enfiada em pesquisas. Diante de todo o ocorrido, Isabela, sem saber, foi a 2ª mestre dos 7 mestres a invocar seu servo, sendo a outra classe de servo, um Archer.
Entrou no avião e começou sua viagem, e coincidentemente, chegando perto do aeroporto de Viena, no avião, avistou o Palácio de Schönbrunn, e ao mesmo tempo sentiu uma grande quantia de magia emanando da cidade — ela havia entrado no território de algum ritual mágico de imensa escala, que poderia ser realizado apenas por um servo — e percebeu que a guerra já havia começado, e não era nada mais nada menos que um alvo ao ar livre naquela cidade. Tampou seu selo com luvas, e já que a estação em que estava era o começo do inverno, Isabela sabia que não iriam desconfiar...
Sua identidade estava bem escondida, e seu servo, sequer apareceu novamente. Ela alugou um quarto de hotel, e se manteve lá, fazendo seus preparativos finais para um possível confronto próximo com algum servo ou mestre, e novamente, chamando pelo seu berserker...

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⏰ Last updated: Aug 17, 2023 ⏰

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