33 - Um preço justo, Tina

Start from the beginning
                                    

- Não fique triste, não foi nada pessoal, mas eu precisava me infiltrar na vida de alguém próximo a Nick Fury. Você se destacou quando meus superiores fizeram suas pesquisas, tão jovem mas já ia a missões importantes e mesmo sem perceber tinha um certo poder sobre os outros recrutas mesmo ainda sendo uma. A mais promissora, a preferida do Nicholas, a escolha perfeita

Emily não poderia estar falando a verdade. Não. Ela sempre foi doce, gentil e atenciosa. Nunca quis saber nada sobre o trabalho de Maria.

"Mas é claro, ela nunca perguntaria o que queria saber pra mim"

Maria pensou. Ela se sentia usada, mas mais do que isso, ela se sentia uma imbecil, por não ter desconfiado de nada por todos esses anos. Mas ainda mais do que isso, ela estava furiosa consigo mesma por ter acreditado em Emily uma segunda vez.

- Eu sempre quis pedir desculpas por ter fugido alguns dias depois de aceitar seu pedido de casamento, pode não parecer mas eu me senti mal, só que meus superiores solicitaram minha volta e encerraram a missão

- Aposto que sentiu - Maria revirou os olhos - E porque voltou? O que você quer agora?

- Vingança

- Eu fui enganada e você é quem quer vingança? - riu sarcasticamente

- Não, Tina, eu quero vingança pelo meu pai. Queria saber de onde eu conheço Victor Ivanov, ele era meu pai

Agora tudo ou pelo menos quase tudo fazia sentido na cabeça de Maria.

- Você é a Sofia - ela disse juntando as peças

- Eu era

- Mas porque agora? Faz dois anos que Victor morreu

- Eu apenas esperei pelo momento certo. Bom, a nossa conversa está muito boa, mas eu preciso desligar, cheguei onde eu queria

Antes de encerrar a ligação, Emily abriu a câmera de seu celular e tirou uma foto pela janela do carro.

- Dê uma olhada em sua caixa de mensagens

Maria arqueou a sobrancelha e então sentiu seu celular vibrar, ela o afastou do ouvido e abriu a mensagem recente de Emily. Era uma foto. Hill sentiu a garganta secar e o coração acelerar. Não era uma foto qualquer era uma foto da frente de sua casa. Tirada a poucos metros da porta.

- Não se atreva, Emily - Maria disse com raiva - O seu problema é comigo, eu mandei prender seu pai

- Exatamente, você mandou sua mulher prendê-lo. Vocês tiraram algo importante de mim e agora eu vou tirar algo importante de vocês. Um preço justo, não é Tina?

Foram suas últimas palavras antes de encerrar a ligação sem dar chance para que Maria dissesse algo. Hill imediatamente ligou para Rollins e Sinclair. Desde que Natasha se tornou uma pessoa pública, o alvo nas costas das pessoas à volta dela eram maiores, então Maria contratou dois agentes de confiança para ficarem de olho em Peter enquanto elas não estivessem com ele, até mesmo enquanto ele estivesse na escola. Amanda Rollins e Alberto Sinclair estavam sempre por perto para garantir que nada acontecesse ao garoto.

Depois de não conseguir falar com nenhum dos dois agentes, Maria jogou o celular no banco do carona e deu partida no carro, ela dirigia na velocidade máxima, ultrapassava todos os sinais e deixava um rastro de caos e engarrafamento por cada um deles.

(...)

- Oi pai, é madrugada aqui na Rússia, tudo bem? - Emily perguntou ao atender o telefone

- Viu o e-mail que acabei de enviar?

- Ainda não, porque?

- Abra, você vai gostar

- O que isso significa?

Emily perguntou vendo todas aquelas anotações estranhas e fórmulas químicas logo no início.

- Esse será meu passaporte para voltar à organização - Victor falou orgulhoso de sua nova descoberta - De uma olhada com calma e me ligue quando terminar, vou precisar da sua ajuda para o que estou planejando

(...)

Já quase chegando em casa, Maria, ainda com as mãos trêmulas, tirou uma mão do volante para pegar o celular e ligar para Natasha. Com toda a raiva e medo de que Emily fizesse algo ruim ao filho, Hill havia esquecido de avisar a esposa o que estava acontecendo antes de ir para lá.

O celular da ruiva caía na caixa postal, Maria praguejou todos os nomes possíveis enquanto pisava ainda mais forte no acelerador. Depois da quarta tentativa, ela decidiu ligar para Clint, que atendeu no primeiro toque.

- Barton, diga a Natasha para ir para casa agora

- Oi pra você também, Hill

- Sem tempo pra gracinhas Clint, meu filho corre perigo

- O que? - o arqueiro perguntou arregalando os olhos - O que aconteceu com o Peter?

Nesse momento, Natasha, que estava ao lado do arqueiro mostrando dados da missão para Steve, largou o tablet de lado e pegou o celular da mão do amigo.

- Maria, o que aconteceu? - perguntou preocupada

Segunda Chance | BlackHillWhere stories live. Discover now