32 - róger guedes

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Sinto meus ombros caírem quando vejo que Róger foi substituído. Era o jogo o primeiro jogo de ida pela Copa do Brasil o contra o América e já tinham um gol de vantagem.

Ele se esforçou a semana toda, treinando mais para esta partida. E eu sabia o quanto essa partida era importante para ele e para o Corinthians. Especialmente porque a temporada não vinha sido muito boa para eles.

Era nítido o quão frustrado ele ficou quando foi viu seu número na placa de substituições. E também era óbvio que ele era o único jogador tentando marcar. Até o término do jogo, tento escrever anotações mentais para fazê-lo se sentir melhor após a partida. Sempre que tinha uma partida ruim, fazia para ele seu prato favorito com um pouco de sorvete depois.

A partida terminou com 1 a 0 para o América. Foi difícil para o Corinthians voltar, mas eu sabia que os meninos dariam o seu melhor para vencer no jogo de volta.

Caminho de meu assento em direção aos armários. Os torcedores do América tiveram muita gritaria e aplausos. Solto um suspiro e espero do lado de fora dos armários.

Os jogadores começaram a sair lentamente, um por um. Ainda não era próxima de nenhum de seus companheiros de equipe, exceto Yuri. Quando ele saiu, ele me observa e caminha até onde estou.

Dou um sorriso com simpatia para ele, dando-lhe um pequeno abraço.

- Como vai? - pergunto instantaneamente, esfregando seu ombro suavemente.

Ele deu de ombros deixando escapar um suspiro antes de dar a mim um pequeno e rápido olhar.

- Poderia ter sido melhor, mas o que posso dizer, nosso time estava mais morte que o normal hoje -, disse ele, enquanto eu acenava para ele.

Dou-lhe um último abraço, antes de ele se afastar e Róger sair do vestiário.

- Oi, amor. - digo, sorrindo para ele, me aproximando lentamente enquanto ele fazia o mesmo.

Ele me dá um pequeno sorriso, obviamente falso, antes de começar a se afastar. Percebo que estáde mau humor e corro para alcançá-lo, enquanto o mesmo sai andando rápido.

A volta de carro para casa foi tensa. A tensão foi sentida e era obviamente nítida para qualquer um que visse. Eu sabia que se Róger não falasse nada nós definitivamente iriam brigar, e essa é a última coisa que quero para está noite. Apenas decido dar um tempo a ele.

Assim que eu estaciono o carro no estacionamento, Róger saiu do carro e bate a porta atrás de mim. Solto um suspiro, tentando combater a raiva que sobe por dentro de mim e conto até três, antes de sair do carro, seguindo Róger até nosso apartamento.

Vejo ele largando a mochila de treino na entrada da casa e que vai direto para sala.

Vou para a cozinha e começou a preparar a comida. Deixo ele sozinho, esperando que ele se acalme um pouco.

Após cerca de uma hora depois fazendo comida, vou para a sala, e vejo meu namorado sentado no sofá em seu telefone, com um olhar vazio no rosto.

- Ei. Eu fiz um pouco de comida para você. - tento fazer com que minha voz saia o mais suave possível, e me sento ao lado dele.

- Não estou com fome -, disse ele mal-humorado, sem tirar os olhos do telefone.

- Vamos lá Róger. Você não comeu nada antes do jogo, e você jogou mais de 60 minutos. Deveria comer alguma coisa. - Insisto fazendo-o revirar os olhos.

- Eu disse que não estou com fome. me deixe em paz. - ele levantou um pouco a voz fazendo eu também revirar os olhos.

Aranco o telefone das mãos dele e o colocou atrás das costas. Seus olhos estalaram nos meus, cheios de raiva.

- Devolve, S/N -, disse ele com os dentes cerrados, não querendo puxar e acabar me machucando.

- Não! Eu sei que você não teve uma boa partida. E eu sei que você não queria ser substituído quando era o único jogador que se esforçava, mas isso não significa que você pode liberar sua raiva em mim! - minha voz sai embargada com um leve choro na garganta, interrompida pela voz dele.

- Puta merda, cale a boca. - ele perdeu a cabeça.

- Me faz! - eu falo, fazendo seus olhos preocupados se encaixarem nos meus, quando percebe que as lágrimas estão rolando pelas minhas bochechas.

Ele balançou a cabeça e se virou.

Ele colocou a mão no cabelo dele, coçando levemente o couro cabeludo

- Eu só quero que você fale comigo quando estiver tendo um dia ruim, ou depois de uma partida ruim. Não faço nada além do que estar ao seu lado. - digo, tentando ao máximo me acalmar.

Ele caminha até mim e segura meu rosto com suas mãos grossas e firmes.

- Me desculpe, meu amor. Eu não deveria ter brigado com você. É tão frustrante como ninguém parecia se importar com a partida. Quero dizer, sei que não tinhamos tanta chando por conta do time desfalcado, mas tentar venceu... Estou na equipe há um tempo já e pareço me importar mais do que as pessoas que estiveram lá a vida toda. Estou tão confuso." ele soltou um suspiro, deitando a cabeça no meu ombro.

Respiro profundamente antes de respondê-lo.

- Está tudo bem. Vai melhorar logo, eu prometo. Você ainda é jovem e tem toda a vida pela frente. Talvez o Corinthians não seja onde você vai ficar por muito tempo. Ou talvez o time esteja apenas passando por um momento difícil agora e estará de volta em breve. Saiba que estou orgulhosa de tudo o que você faz. Quer você perca ou ganhe, estou sempre orgulhosa. Eu te amo Róger. não se esqueça disso. - falo, e ele beija o canto de minha boca.

Ele sorriu suavemente, inclinando-se para me beijar novamente. Quando nos afastamos, ele encostou a testa na minha.

- Eu te amo mais, princesa. Obrigada por estar aqui.






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