IN YOUR EYES | Jenlisa

II²

Coreia do Sul, Seoul.
Quarta-feira, 10:53.

Após um turbilhão de pensamentos e uma maratona para chegar no quarto onde Lisa estava, meus batimentos aceleram por pura felicidade quando coloquei a mão na maçaneta da porta. Um momento de hesitação tomou conta de mim, mas rapidamente me recompus e empurrei a porta, entrando no quarto.

— O que está acontecendo?

Um cheiro característico de desinfetante misturado com uma leve tensão pairavam pelo ar pesado. Pude ouvir também uma série de sons monótonos e inquietantes dos aparelhos médicos, que ecoavam pelo ambiente branco e estéril.

No canto do quarto, vi os pais de Lisa, cujos os olhos estavam fixos em sua filha deitada na cama do hospital e nem sequer pareciam ter me ouvido chegar. Seus rostos estavam pálidos, tensos e claramente com linhas de preocupação. O senhor Marco segurava a mão de sua esposa em uma tentativa de buscar conforto e apoio mútuo diante da incerteza do momento.

Pude ver uma enfermeira aplicando algo no braço de Lisa, não sei o que era mas creio que seja algo para ela se acalmar.

— L-lisa? — Foi a única coisa que eu podia dizer.

E lá estava eu, parada no meio do quarto, cercada por máquinas e monitores. O som ensurdecedor dos equipamentos ecoavam em meus ouvidos e naquele momento eu só conseguir olhar para Lisa.

Ela parecia tão frágil.

Meu coração batia descontroladamente dentro do peito, como se estivesse prestes a explodir e a sensação de pânico se intensificava a cada segundo.

— Doutor, ela vai ficar bem? — Ouvi a senhora Manoban perguntar ao médico que ali estava, perfeitamente trajado. 

— Sim, isto costuma acontecer frequentemente com pacientes em coma, não se preocupe.

Encarei Lisa novamente, ela parecia ter adormecido já que os equipamentos agora emitiam sons controlados e estava respirando suavemente como um bebê.

Linda.

[...]