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Era uma manhã de quarta-feira quando Sunghoon lhe abraçou por trás ainda na cama e sentiu seu corpo frio. Ele lhe chamou algumas vezes e quando a realidade o atingiu, perdeu qualquer força que tinha mantido por ti nos últimos meses. Ele lhe abraçou mais forte contra os braços e se permitiu sentir o frio daquela manhã o abraçar também. O choro do bebê se ouviu ao longe, despertando o Park do luto que caiu nas primeiras horas daquele dia. Em movimentos lentos, se retirou da cama e observou seu corpo alí, sereno. Ainda com lágrimas nos olhos, caminhou até o quarto ao lado e pegou o filho nos braços.

— Ela se foi, pequeno... Sua mãe, minha esposa... Se foi.

• Sunoo

Você e Sunoo se conheceram em um grupo de apoio para pessoas inférteis por ambos possuírem tal diagnóstico. Assim que você começou a frequentar as reuniões o Kim se sentiu encantado por você e como agia tímida naquele local e, assim como ele, você se atraiu pelo jeito fofo e descontraído do rapaz que tentava ao máximo fazer com que todos alí se sentissem motivados a seguir em frente. Depois de um mês com olhares e sorrisos bobos, Sunoo chegou em você e lhe chamou para sair.

Dois meses de encontros depois, o pedido de namoro veio. Dois anos depois, o pedido de noivado. E por fim, mais um ano depois, o casamento aconteceu da forma mais linda que poderia ter sido.

Vocês dividiam uma casa pequena em um condomínio fechado. Ambos já haviam conversado sobre adoção logo no início do namoro como planos futuros e com um ano de casados, estabilidade financeira por ambas as partes e felizes como nunca, se sentiram prontos para a adoção. Assim como aconteceu anos atrás, foi imediato a forte conexão que tiveram ao colocarem os olhos em um menininho sorridente que estava lambuzado de tinta enquanto ajudava a pintar as paredes do orfanato.

Pouco mais de dois meses depois, a papelada já estava pronta e o pequeno já estava vasculhando a nova casa com energia total. Quanto mais puderam conviver com novo Kim conseguiam entender a conexão que acontecera: Era exatamente uma miniatura de Sunoo, seja na personalidade alegre e descontraída ou na insegurança repentina e inevitável.

Anos se passaram até o mais novo poder ir a escola, ingressar no fundamental e então, entrar para o ensino médio. Vocês três eram uma família unida e movida ao amor, carinho e confiança que tinham um no outro. Você e Sunoo observavam da ponta da escada o filho de vocês dar um tchauzinho tímido ao grupo de amigos e se virar ainda com as bochechas vermelhinhas por um certo descendente de japonês que havia lhe dado um beijo discreto na bochechinha cheia.

— Mãe! Pai! Vocês estão me espionando?! – O garoto de cabelos ruivos (atualmente iguais o do pai) colocou as mãos na cintura fingindo repreensão, mas logo caiu na risada junto a vocês que entraram na cena por “terem sido pegos no flagra”. — Mãe, meu peito dói... – O ruivo falou colocando a mão no local acima do coração, caminhou até os mais velhos e foi recebido pelos seus braços quentinhos.

— Amanhã de manhã vamos ao médico 'pra alguns exames, tudo bem? Sem aula, mas só amanhã! – Você brincou com o rapaz que assentiu e levou dois beijos no topo da cabeça antes de subir para o quarto. — Vamos dormir, amor.

No dia seguinte a família foi ao médico e o mais novo dos Kim's realizou uma série de exames rápidos que minutos depois já tinham o resultado. Para a infelicidade de todos, uma condição cardiovascular incomum, porém grave foi detectada no coração do adolescente e uma doação de um novo órgão deveria ser feita; o garoto tem pouco mais de um ano.

Voces três ficaram em choque no momento que receberam a notícia, mas você e Sunoo mantiveram-se fortes para que o pequeno conseguisse processar as informações. Transplante e doação de órgãos é um processo delicado e muito seletivo, ainda mais de um órgão tão importante como o coração, então todos sabiam da dificuldade que seria para encontrar um doador.

Ilusões com o EnhypenWhere stories live. Discover now