14. Olhos famintos

58 8 21
                                    

Giuliano já cansado de toda angústia, levantou-se de onde estava estudando, foi até a cômoda ao lado de sua cama, onde havia guardado o cartão, que Rique deu-lhe naquele dia, abriu a gaveta lentamente, pegou-o por um bom tempo, fez como se estivesse abanando, talvez na dúvida; apanhou o celular, seu coração acelerou, pensando no que fazer... Então, ligou...

Giu> Alô, é Henrique?  falou Giuliano.

Rique> Sim, quem é?

Giu> Giuliano do "Per Mangiare". Tô precisando levar um papo com você! Pode ser hoje?

Rique> Olá! Fala, italiano!  brincou, tentando esconder seu nervosismo e surpreso.  Nunca pensei que cê fosse... Deixa pra lá.

Giu: Então? ...  fora interrompido por Rique.

Rique> Pô, cara, tava mesmo querendo pedir desculpas, é claro; mas como não me ligou. Fazer o quê?

Giu> Pois é, continuo achando você um babaca!

Rique> Então, por que tá falando comigo, italiano?

Giu> Giu, por favor! Diga logo, se pode ou não?

Rique> Nossa, ah ah ... tá nervosinho, tá?

Giu> Idiota, responde!

Rique> Claro, mas não tô em casa, saca?

Giu> E eu com isso? Passa o endereço, aonde eu possa encontrar você.

Rique> Calma! Tô em meu apartamento em Copa.  riu.

Giu> Deve ser matadouro de putas, né?

Rique> Oh oh ...Ciúmes?  debochou.

Giu> Vai à merda!  falou ríspido.

Rique> Né não.  riu.  só tô aqui, porque tô de saco cheio! Mas posso abrir uma exceção.  debochou propositalmente.  Que tal?

Giu> Porra, tem que ser aí? Não pode ser em outro lugar?

Rique> Tá de sacanagem, né? Se liga! Quem quer falar comigo é você. Não vou sair daqui nem que a vaca tussa.

Giu> Então, fazer o quê? Fala logo esta merda de endereço.

Rique> Calma! Rabisca aí... Rua Cheston Fon Sëc, nº 1452, Cobertura, Copacabana, às 19 horas, tá bom? Cê vem mesmo, né? Anotou ou desenhou?

Giu> Claro, imbecil!  desligou na cara.

...

Rique [ Mas que fila da puta, desligou na minha cara. Que otário!]

(...)

Quando Rique desligou o celular, ficou pensando no encontro que teria, ele estava em seu refúgio, como ele mesmo resolveu denominar, em Copacabana, lugar este que lhe servia de porto seguro, ou seja, um cantinho para que ele pudesse ficar em paz, relaxar...

Embora tivesse afinidade com seu irmão Pedro, este respeitava seu refúgio e seus momentos; mesmo porque, Pedro também tinha o seu espaço no Leblon; presentes antecipados de seu pai há anos, entretanto Egberto exigia que ficassem morando no duplex em Ipanema enquanto solteiros.

OLHARES (NOVELA HOMOAFETIVA)Where stories live. Discover now