Capítulo 13

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Rheynah

Não havíamos saído do quarto nos próximos dias.

Roan me tomava para si e então me dava horas de descanso, sempre averiguando por si mesmo se eu estava bem para continuar ou se eu sentia alguma dor.

Segundo ele por eu ser humana eu não tinha a resistência feérica, os feéricos poderiam ter relações por horas sem cansar, os humanos pelo contrário deveriam ter algumas horas de descanso até a próxima relação, e ele estava levando aquilo ao pé da letra comigo mesmo eu protestando.

Estou deitada de barriga para baixo na cama, os cabelos longos esparramados no travesseiro assim como o rosto descansado ali, meu corpo nu sob a cama.

Sinto beijos na minha lombar que então vão subindo pela espinha da coluna até meu pescoço.

— Eu quero de novo. -murmuro de olhos fechados.

Um riso.

— Por hora não, minha senhora.

— Vai me deixar com desejo?

— Me parte o coração deixá-la assim. —ele beijou minha orelha— mas sabe que precisa descansar.

Eu viro meu rosto em sua direção e o beijo devagar, seu suspiro pesado me anestesiando.

— Eu queria passar a eternidade assim com você. -ele sussurra.

— Eu também... Mas eu não sou eterna como você. —quebro o beijo e lhe olho— algum dia irei morrer.

— Não vai. -ele nega.

Eu sorri alisando o seu rosto.

— Sabemos que sim, algum dia esses cabelos loiros vão ficar grisalhos, o meu rosto perderá a beleza e juventude, dando lugar a pele maculada pelo tempo, meu corpo irá se desfazer aos poucos e me ouvirá reclamar das costas e dos ossos, então eu estarei em uma cama doente e assim você me verá ir. —digo— eu não sou eterna, não posso parar no tempo como vocês mas quero aproveitar o tempo que eu tiver aqui com você.

Vejo algo sorrateiro escorrer pelo seu rosto, até eu perceber que era uma lágrima.

— Shh.. —beijei onde ela estava— é difícil ver um grandalhão como você chorando.

Ele alisou o seu rosto no meu.

— Me amaria mesmo se eu não fosse jovem e bela? -sussurro.

— É claro que sim. -ele disse.

Ele beijou a minha mão.

— Eu abro mão da imortalidade por você. -sussurra.

— Não faça isso. —nego— jamais iria pedir que abrisse mão da sua vida por mim.

— Onde você morrer, lá eu serei sepultado. —ele recita o voto do casamento— onde sua alma pousar lá pousará a minha, acha que poderei viver em um mundo onde você não esteja?

Eu o abraço fortemente.

— Eu irei com você onde você for, não importa onde. —ele disse— estarei junto de você.

— Roan...

— Não discuta, já está decidido. —ele disse— se não aceitar que eu deixe a imortalidade...

— Não vou te pedir isso. -nego.

— Então se a sua hora chegar a minha também vai, morrerei junto a você. -fala.

— Então se algo acontecer a você eu também irei morrer junto. -o olho.

— Isso não..

— Isso sim, um coração sozinho não bate por dois, se o seu parar de bater o meu também vai. —toco o seu rosto— não é justo apenas você se sacrificar, você também é meu.

Corte Fantasma •Acotar✷Onde as histórias ganham vida. Descobre agora