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JEON JUNGKOOK

Acordei no maior susto e no pulo por conta do maldito pesadelo. Céus, que pesadelo horrível! Minha respiração estava ofegante, meu corpo estava suando e minha cabeça explodia. Me sentia tonto.

— Ela não morreu, ela não morreu... — Passei minhas mãos pelo meu rosto, frustrado, tentando recuperar o fôlego que me faltava.

Peguei o meu celular que estava sobre a escrivaninha ao lado carregando e vi o horário, faltavam dois minutos para meu alarme de sete horas tocar, então o desliguei logo de uma vez e me joguei na cama novamente, me recompondo.

Minha mente estava a mil, querendo entender aquele pesadelo doloroso que tive durante a noite. Meu coração ainda batia com força, fazendo meu peito doer. Por que caralhos sonhei com Lily morrendo? Isso não fazia sentido em minha cabeça.

Dei mais um pulo na cama ao ouvir meu celular tocar alto, peguei o aparelho e vi que Jimin me ligava. Atendi a ligação após ter xingado o meu amigo mentalmente pelo susto que havia levado.

— O que é?

Bom dia para você também, rabugento! — Franzi meu cenho. Eu já ouvi aquilo em algum lugar. — Já se arrumou?

— Não... Ainda não, acabei de acordar. — Me sentei na cama novamente, encarando a parede do meu quarto.

Porra, se arrume logo! Eu, Taehyung e Lily estamos te esperando no parque, venha logo! — Park ordenou, fazendo meu cenho se franzir mais ainda, meu rosto demonstrava confusão.

— De novo? — Acabei me questionando alto até demais.

De novo? Como assim de novo? — Jimin questionou, fazendo-me erguer uma sobrancelha.

— Ontem a gente já foi no parque, por que estão aí de novo?

Jungkook, ontem foi domingo. Não saímos e ficamos jogando Overwatch online, lembra? — Arregalei meus olhos, mais confuso do que nunca. Como assim?

— Ah... Ok, vou me arrumar e já vou... — Murmurei, ouvindo algumas brincadeiras no fundo.

Sua namorada não para de perguntar de você! — Taehyung gritou no fundo e ouvi os xingamentos da garota. Os mesmos xingamentos e as mesmas risadas...

— Ela não é minha namorada! — Resmunguei, desligando a ligação logo em seguida sem dar a oportunidade de alguém me protestar.

Joguei meu celular na cama e respirei fundo, encarando o nada pensativo. Aquilo estava acontecendo de novo? Ou eu estava tendo um enorme déjà-vu? Aquilo estava me enlouquecendo, aposto que ainda estava atordoado por conta do pesadelo.

Tomei um banho rápido e vesti o meu uniforme, escovei os dentes e peguei minha mochila, a jogando nas minhas costas e correndo para a cozinha, encontrando um prato sobre a mesa com um sanduíche. O mesmo sanduíche. Peguei o alimento, o encarando e o cheirando por mania antes de comê-lo.

— Quer uma carona? — Meu pai saiu da cozinha com a minha lancheira em mãos. Ele estava horrível; as olheiras fundas, a barba mal-feita, a roupa amarrotada, blusa social com alguns botões abertos e cabelo desgrenhado. Ele estava do mesmo jeito que havia o encontrado ontem. Franzi o cenho, engolindo de forma desajeitada o meu sanduíche.

— Não precisa me oferecer carona todos os dias, pai... — Me aproximei dele, pegando a lancheira e vendo-o franzir a testa.

— Mas eu não ofereço todos os dias, só consegui te ver agora por puro milagre. Quase nunca te vejo antes de ir para a escola. — Respondeu e me senti atordoado. Ele não havia me oferecido carona ontem?

REMEMBER | JEON JUNGKOOKWhere stories live. Discover now