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Quando cheguei em meu quarto, peguei uma mala que estava em cima do guarda-roupa e antes de arrumá-la, liguei para a Rafaela, pois tinha que falar para ela que eu iria ficar fora.

—Oi, amor.

Eu não deveria, mas me senti estranha ao ser chamada daquela forma.

—Oi meu bem! tenho algo para lhe dizer.

—Algo? — O tom de sua voz saiu um tanto amedrontado.

—Fui convidada para participar do encontro dos melhores jornalistas do país, e viajarei amanhã — Disse um tanto empolgada com a novidade.

—Que bom meu amor! mas acho que ficarei sem você então — A voz dela saiu um tanto dengosa. Comecei a achar graça.

—Acho que no começo da próxima semana, eu já estarei de volta — Comecei a andar pelo quarto e me sentei na cama.

—Bastante tempo para quem já está com saudade de você. Será que você não pode dormir comigo hoje. Amanhã, eu te levo ao aeroporto.

— Não tem como rafa, o carro da empresa virá me buscar aqui em casa.

—Hum... Posso saber com quem você vai para lá? — Ela parecia enciumada.

Antes de responder a sua pergunta, eu engoli em seco. Não sabia qual seria a reação dela ao saber que viajarei com minha chefe.

—Vou com minha chefe.

—Pelo visto começamos o nosso namoro muito bem. Você vai viajar com a mulher que você gostava ou talvez ainda goste — ela disse chateada.

—Rafa...

—Ahhh... Andrea, a gente começou a namorar hoje e você já vai viajar com outra.

—Vou viajar a trabalho.

—Duvido vocês trabalharem esse tempo todo lá.

—Você não confia em mim? — Não sei por que fiz essa pergunta. Nem eu confiava mais em mim. Mal comecei a namorar com ela e não parava de pensar em Miranda.

—Eu posso? — Ela perguntou.

—Acho que sim. Agora estou com você e não com ela.

—Isso é verdade, mas morro de medo de você ficar com ela. Talvez isso seja impossível de acontecer, mas tenho medo.

Após ouvir aquela fala, eu me deitei na cama e passei a ficar pensativa. Eu estava agindo muito errado com a Rafaela. Ela era uma mulher legal, me fazia bem... Gostava de mim. Não podia ficar pensando na Miranda. Minha chefe me ignorava. O que eu devia fazer agora era ignorar o fato de que iria passar alguns dias com ela que era somente minha chefe, e tentar seguir direito com meu relacionamento.

—Vem dormir aqui comigo — Convidei.

—Sério? — Ela parecia surpresa.

—Sim.

— Está bem!

Não demorou muito para a gente se despedir e fui para a sala esperar por ela. Trinta minutos depois a campainha tocou e ela apareceu, estava linda como sempre. Envolvi o seu corpo com meus braços e a beijei da forma mais calorosa possível. Não sei ao certo quanto tempo levou para chegarmos ao meu quarto, só sei que quando percebi, já estávamos nuas em minha cama.

—Você está um pouco diferente — perguntou enquanto acariciava minha face.

—Diferente? — Queria entender o porquê daquele comentário.

—Parece que está com muita vontade.

—Eu só estou tentando ser sua por inteira.

—Estou gostando disso — passou as suas mãos pela minha cintura e as levou até as minhas costas.

—Eu errei com você rafa, e agora quero muito consertar.

—Te entendo Andy, fique tranquila. Eu disse que teria paciência e terei. Só que agora me faça sua, pois estou com muita saudade.

Diante da sua fala não tive como não me sentir bem. Voltei a beijar os seus lábios e aos poucos fui abrindo suas pernas, para eu ficar entre elas.

Nossos sexos se encontraram e eu passei me mover de uma forma lenta contra o seu corpo. Não queria ter pressa. Queria que ela se sentisse muito amada por mim. Já havia errado demais com ela e não poderia errar mais uma vez.

—Eu gosto muito de você Andrea, por isso que tenho tanta paciência com você... Não quero te perder — Ela me fez olhar em seus olhos. Me senti muito mal diante daquela fala. A minha consciência estava pesando demais.

—Prometo tentar ser a melhor namorada possível— Neste momento não falei da boca para fora, estava disposta mesmo a ser uma boa namorada. Eu sei... Ainda tinha a viagem com Miranda, mas sei que não irá dar em nada. Será apenas um passeio. Apenas isso. Na realidade prefiro acreditar que só será isso mesmo.

Durante aquela noite, nós nos amamos, eu estava mais entregue e não pensei na minha chefe.

Às 6:00 da manhã, nós duas estávamos de pé. Rafaela me ajudou a arrumar a minha mala, pois, na noite anterior, eu acabei fazendo outras coisas.

—Você não está chateada por eu viajar com minha chefe? — Perguntei enquanto tomávamos café.

—Não, eu confio em você... E estou muito feliz, pois nessa noite senti que você foi totalmente minha — Ela colocou a sua mão sobre a minha e me olhou nos olhos.

—Eu disse que iria tentar. Não disse?

—Sim, e tentou muito gostoso, pode ter certeza — Ela me falou com malícia.

—Acho que dessa vez eu que iriei ficar convencida — Rimos juntas.

—Espero que você sinta minha falta enquanto estiver fora — Ela disse um pouco triste. Talvez no fundo, ela tivesse medo do que poderia acontecer entre Miranda e eu lá.

—Eu vou sentir. Não tem como não sentir sua falta. Você não disse que era irresistível.

—Sim, eu disse, mas as vezes algumas mulheres fogem de mim — riu um pouco sem graça.

—Mas eu não pretendo fugir —levei a minha mão até sua face e aproximei o meu rosto — Você é maravilhosa, em todos os sentidos.

—Humm... E isso tudo é porque ainda nem me conhece direito.

—Não conheço direito, mas pretendo conhecer — Beijei os seus lábios e a porta da sala se abriu.

—Bom dia — Meu pai estava um tanto surpreso ao me ver com uma mulher ali.

—Pai, chegou cedo — Cometei feliz por ver que meu pai estava bem.

—Resolvi me despedir de você — Ele falou olhando para Rafaela.

—Pai, essa é a Rafaela, minha namorada — ela ficou feliz por ser apresentada para meu pai.

Meu pai olhou brevemente para mim e foi até ela.

—Prazer lhe conhecer, me chamo Gregório — Eles se abraçaram e me levantei.

—Prazer é todo meu, Gregório — disse e percebi que minha vida estava tomando um rumo certo.

—Sua namorada é linda, filha — Meu pai falou.

— Obrigada, pai, ela é muito linda mesmo.

Após minha fala, nós três nos sentamos. Rafaela e meu pai se deram muito bem. Conversavam sobre tudo. Meu pai parecia ter gostado muito dela. Fiquei muito feliz.

Às 8:00 horas em ponto, um carro buzinou na rua e percebi que era hora de partir. Rafa ficou um pouco triste, mas eu não podia deixar de ir. Aquilo era tudo que eu queria.

Fomos os três para a rua e me deparei com um carro preto. Me despedi de meu pai com um abraço e Rafaela me deu um beijo que quase me deixou sem ar.

O motorista do carro desceu e pegou a minha mala para colocar no bagageiro. Um pouco sem jeito abri a porta do carro e tive uma surpresa.

—Bom dia, Andrea!

EU SÓ QUERIA TE AMARWhere stories live. Discover now